Garçom traga mais uma bohemia,
Hoje é dia de esquecer o mundo,
Esquecer de tudo.
Pode até não ser sexta-feira,
Mas para a saudade não há tempo.
Traga-me Garçom
Mais um copo e de batatas uma porção,
Sei que estou só,
Mas beberei com a solidão.
Não há ninguém mais que possa acompanhar-me,
Pois na vida não me restou nada, além das lembranças.
E sentada nessa mesa, rodeada da multidão,
Sinto-me como se não existisse
Embalada ao som da música a tocar.
Garçom traga mais uma bohemia,
Essa é a solução.
Pois a noite é sombria
E as ruas agora estão desertas.
Traga-me garçom
Mais um copo e de batatas uma porção,
Sei que estou só,
Mas beberei com a solidão.
Se da vida nada me restou,
Peço a companhia da cerveja,
E dos poucos amigos, um vinho bom.
Ah, garçom, tão pouco me dá atenção,
Sei que incomodo, mas faz parte do descaso.
Esse céu sem estrelas deixa tudo tão vago
E nem minha estrela vejo mais,
Ela partiu, assim como meu coração.
Ah garçom, já lhe falaram que as estrelas são alusão?
Suas vidas já acabaram há muito tempo,
Mas ainda as vemos.
E assim é o amor
Há tempos partiu
E dele ainda consumimos.
Traga-me mais uma bohemia garçom
E também um copo e de batatas uma porção,
Sei que estou só,
Mas beberei com a solidão...