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II - You're died?

A R I A N A

Já estávamos andando à três horas, e não haviamos chegado nem na metade do caminho ainda. Isso, por que eu e meu irmão resolvemos entrar numa lojinha assim que mamãe parou para abastecer, e o imbecil do Max havia perdido cinco dólares e ele cismou que um garotinho de cinco anos havia pegado o dinheiro dele. Eu estava rindo muito admito. Max odeia perder dinheiro, e odeia mais ainda quando roubam dele.

Agora, ele está bravo comigo. Não por eu ter confessado que eu peguei os cinco dólares dele, para comprar uma latinha de energético, mas sim porque a mãe do garotinho deu um tapa no "rostinho perfeito" dele.
Embora a culpa não seja minha, já que foi ele quem acusou o pobre garotinho.

...

Chegamos! Não acredito que chegamos!

Eu ainda não quero passar o resto da minha vida morando aqui, mas acontece que se eu passasse mais cinco minutos dentro daquele carro, eu iria pirar!

"Minha bunda está quadrada", resmunguei baixinho, enquanto arrumava meu moletom.

"Que bunda?", Max susurrou no meu ouvido, e em seguida foi abraçar a vovó. Imbecil.

"Ariana meu amor! Quanto tempo querida" vovó me abraçou com toda a força que ela tinha. Por incrível que pareça, dona Charlotte tem uma força absurda para uma velhinha de sessenta e cinco anos. "Vai ficar feliz em saber que nós reformamos o porão apenas para você."

Claro, porque eu não ficaria? Adoro durmir no porão da casa alheia. É meu passatempo favorito.

"Iupi!" fingi estar animada.

Peguei minha mochila, e subi as velhas escadas de madeira até encontrar o sótão. No lugar da pequena e redonda janela que ficava no canto da parede, agora está uma janela de vidro quadrada um pouco maior. Ao invés de encontrar os velhos colchões mofados jogados de qualquer jeito, havia uma cama de casal. O piso ainda era de madeira, mas agora ele estava novo. Devem ter trocado.
Confesso que fiquei animada com o meu novo quarto. Vovó acertou em cheio os meus gostos. Não muito patricinha, mas também não muito gótica. As paredes brancas com detalhes lilás me fazem lembrar o meu antigo quarto, com certeza é para que eu me sinta em casa.

"Eu ajudei a decorar" uma voz feminina e um pouco irritante me fez olhar em direção à porta assustada. Depois que eu colocar uma campainha, esse quarto ficará perfeito. A garota que quase me matou de susto é loira, e tem o rosto um pouco engraçado, admito. "Você é a Ariana certo? Eu sou a Richie." Ela disse sorrindo, enquanto me encarava de braços abertos.

"É pra te abraçar?" Perguntei tirando meu moletom. Aqui dentro é mais quente. Já vi que vou ter que dormir com a janela abera.

"Bom, era." Ela cruzou os braços visivelmente chateada.

"Perdão, eu não sou muito chegada à abraços. Mas obrigado, eu gostei da decoração" disse na esperança de que o humor dela melhorasse. E funcionou.

"Fico feliz por ter gostado. Você é bonita"

"Hm...valeu. Seu cabelo é lindo" dei um sorriso falso. Ela não era feia, mas se eu dissesse que era bonita eu estaria forçando a barra.

"Obrigado! Eu cortei ele ontem" ela disse sorridente.

"Bom, se importa de me deixar só? Eu preciso arrumar minhas coisas." Ela é sorridente de mais. Me cansa.

"Sem problemas. Tem um clube aqui perto, se você quiser ir, eu posso te mostrar onde é." Sorriu antes de fechar a porta.

Um clube, no outono? Eu realmente acho que ela percebeu a minha jogada do "cabelo lindo" e está querendo se vingar de mim.

Comecei a guardar minhas coisas dentro da gaveta de madeira que havia ao lado da minha cama. Mamãe veio me chamar, dizendo que a janta já estava pronta. Então eu guardei a minha última calcinha do bob esponja dentro da gaveta, e estava pronta para tirar a roupa suja do meu corpo, quando:

"Gostei da calcinha do bob esponja" me virei rapidamente para a direção da janela, onde um garoto se encontrava encostado na parede. "Merda..." resmungou.

"Quem é você, e porque está elogiando a minha calcinha do bob esponja?"

"Desculpe, não sabia que conseguia me ver." Coçou a nuca.

"E porque eu não conseguiria te ver? Não sou ce...oh não." Resmunguei. "Você... está morto?"

"Supresa" ele ergueu os braços.

"Não acredito! Você é um morto pervertido!" Gritei.

"Shh" ele pediu colocando o dedo indicador encostado nos lábios.

"Ariana, você está bem?" Richie abriu a porta.

"Estou, porque não estaria?" Tentei agir naturalmente. Tentei.

"Estávamos jantando, e te ouvimos gritar. Vovó pediu pra ver se está tudo bem."

"Está sim. Eu só... vi uma barata" franci o cenho com a desculpa ridícula. Olhei de relance para o tarado e ele estava rindo.

"Uma barata morta e pervertida?"

"De onde tirou isso sua doida?"

"Foi isso que você gritou"

"Não. Eu gritei... que casa alta e divertida" me xinguei mentalmente, e olhei feio para o fantasma que ria exageradamente alto.

"Eu em..." ela fechou a porta.

"Seu imbecil!" Gritei um pouco mais baixo.

"Desculpe madame casa alta e divertida, eu preciso ir." E dito isto ele sumiu.

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