Quando você passa por um momento difícil, seu cérebro desliga. Desliga completamente. Tudo o que você pode ver é uma terrível escuridão,que lhe parece tão convidativa. Tão acolhedora. Entrar para o lado das trevas, é convidativo, e um caminho sem volta. Cuidado com o que faz, pois isso pode acabar sendo sua ruína.
Pov. Emma Swan.
Minhas pernas doíam. Eu corria desesperadamente até o grande quadro de aviso que ficava na recepção do Associated Mills. Minha cabeça estava girando, e eu não conseguia pensar em nada. Só em correr o mais rápido possível, até alcançar o motivo da minha total vergonha. Da coisa que me arruinaria por inteira. Da coisa que escondo há anos.
Sinto meu coração bater cada vez mais rápido, e um embrulho incomodo tomar conta de todo meu estomago. Como se eu fosse vomitar. Minha garganta estava com um gosto ruim, como se eu tivesse engolido um guarda chuva. Tento respirar, mas a medida que corro, fico cada vez mais sem ar.
Graham rapidamente tenta puxar meu braço, me parando de um vez como se eu fosse uma boneca de pano. Sinto o impacto quando seu braço puxa o meu.
- Eu sinto muito... Emma. - ele implora, com os olhos marejados e arrependidos.
Retiro meu braço rapidamente ficando ereta, tentando conter minha respiração descompassada por conta da corrida. Ele espera uma resposta, com um olhar apreensivo. Não sei o que dizer a ele. Não conseguia pensar em nada. Minha vontade era de gritar, de gritar com todo mundo. E de chorar até que as lágrimas do meu corpo secassem.
- Agora não, Graham. - digo rispidamente.
Eu não podia falar com ele agora, agora não. Eu nem conseguia fitá-lo.
- Mas... - implora, porém eu o deixo e corro para o quadro de avisos.
Finalmente chegando lá, me posiciono a frente do grande quadro de avisos, avistando um cartaz, não muito grande mas do tamanho suficiente para que qualquer um pudesse ler. Com raiva arranco o papel como se ele tivesse me feito algum mal, e escondo apertando-o contra meu peito. Será que alguém tinha visto? Tomara que não.
Graham continua atrás de mim parado, só me fitando com um olhar piedoso. Meu corpo inteiro está fervendo como o fogo, sinto uma vontade tremenda de chorar, fazia tempo que eu tentava não pensar naquela noite. No dia 25 de setembro de 2003. Uma das piores noites da minha vida. Mas hoje era o dia, de retornar tudo naquela noite. De querendo ou não, lembrar da dor que eu havia sentido. Lembrar de tudo.
~ ~
Flash Back:
- Eu não a quero mais aqui, David! - minha mãe gritou desesperadamente.
Em resposta arregalo os meus olhos verdes assustada. E meu pai tenta acalma-la sendo paciente como sempre. David, meu pai era o mais calmo, sereno, e sensato. Era a parte boa na vida da minha mãe, ele a acalmava.
- Mary... Ela é nossa filha. - explica cuidadosamente.
Minha mãe estava brava comigo. Há alguns minutos atrás ela me viu aos beijos com a minha amiga, e não gostou. No momento que ela entrou no meu quarto, e nos viu se beijando começou a gritar que nem uma louca neurótica. "Isso é pecado! Você vai para o inferno!" Ela repetia isso inúmeras vezes, e eu não conseguia entender por que iria para o inferno por beijar uma garota. Mas Mary, me odiou por isso. Ela saiu andando quase correndo que nem louca, gritando o nome do meu pai. Ele correu até meu quarto preocupado, e não entendeu o por que da gritaria. Eu estava ao lado da minha amiga, parada com medo de que se me mexesse ela arrancaria meus olhos.
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Você mudou tudo em mim
Teen Fiction"Eu só te ligo quando estou chapada É a única hora que fico ao seu lado Eu só amo isso quando você me toca, e não me sente Quando estou acabada, essa é meu verdadeiro eu." Regina uma mulher forte, firme e sem nenhum amor por ninguém. Se transfor...