9o Capítulo - Novas Revelações 2

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- Apesar desse fator negativo, você foi um dos poucos que conseguiram marcar alguns pontos


positivos com relação a nossa proposta de trabalho.


-Vocês estão à frente dessa tarefa tão importante, não poderiam interferir quando aqueles que


partiram daqui com essa missão estivessem ameaçados com o fracasso?


-Interferir não. Influenciar sim! Entretanto, todos são livres para aceitar ou não a nossa influência.


-Agora, mais do que nunca, entendo a sabedoria e a bondade Divina! Deus nos criou livres e será


no exercício dessa liberdade que um dia alcançaremos a perfeição.


-Exatamente. À medida que o ser avança no bom uso dessa liberdade, automaticamente aufere a si


mesmo recursos ainda mais amplos, alargando seus horizontes em direção à verdadeira felicidade.


-Nesse caso, a lei da relatividade faz sentido.


-Realmente! Tudo é relativo ao nosso grau de evolução.


-Sabe Felipe, apesar de me sentir muito bem estou preocupado com estes hematomas que


aparecem no meu corpo.


-Esses pontos escuros que realmente parecem hematomas, são marcas apontando focos de


energia em desequilíbrio. São conseqüências do seu desencarne precoce. Representam as partes


do seu corpo físico onde o desligamento prematuro do perispírito foram traumáticos.


-Quanto tempo ficarão essas energias em desequilíbrio?


-Alguns desses focos o acompanharão na próxima encarnação e vão se refletir no seu corpo físico


como pontos de debilidade.


-Devo entender que poderei renascer com algum tipo de enfermidade?


-Provavelmente! Quando, por meio de uma atitude impensada, ferimos ou destruímos os recursos


que a Providência Divina nos empresta, incidimos na lei de causa e efeito que fatalmente nos exigirá


uma reparação.


Felipe ficou pensativo por alguns instantes e, depois, arrematou:


-Tenho que ir; não fique preocupado em demasia; mesmo quando ferimos as leis eternas, podemos


contar com a misericórdia Divina que, constantemente, auxilia e socorre aos incautos do caminho


como nós!


Depois que Felipe partiu, fiquei preocupado; olhei as manchas do meu corpo e quase entrei em


depressão. Tive que lutar muito contra os pensamentos que povoaram a minha mente naquele


momento. Levantei-me e abri a janela. Do lado de fora, havia uma grande movimentação de


espíritos. Caminhavam por entre as árvores floridas que ornamentavam a praça em frente a um belo edifício, cuja arquitetura lembrava o estilo europeu. Alguns espíritos acenavam-me como desejando-


me as boas vindas. A visão daquele maravilhoso lugar contribuiu para que eu recuperasse meu


estado de ânimo. Começava a sentir-me feliz novamente! Fiquei mais feliz ainda quando Helena


chegou para visitar-me.


-Zílio, você está bem?


-Sim! Melhor agora com a sua presença.


-Apesar de estar se sentindo bem, você precisa repousar algum tempo e depois começar a praticar


um exercício que o ajudará a esquecer as necessidades do corpo físico. Eu trouxe este caldo de


essência etérica para ajudar-lhe a superar a sensação de fome e sede que provavelmente deve


estar sentindo.


-Realmente, já começava a sentir-me faminto.


-A sensação das necessidades físicas permanecem no campo mental durante um longo período.


Você poderá abreviar esse período exercitando sua mente no esquecimento de tais necessidades.


-Por que, durante o tempo em que estive preso na sepultura e, posteriormente, no vale dos


drogados, não senti essa sensação?


- Quando estamos absorvidos por uma situação angustiante, até mesmo quando encarnados,


esquecemos de atender nossas necessidades primárias; por isso mesmo, não sentiu fome nem


sede. Agora que voltou à normalidade dos pensamentos, sua mente retoma as preocupações e


sensações que tinha como encarnado. Começa agora uma nova etapa de lutas que terá que


enfrentar.


Enquanto ouvia Helena, tomei o caldo que ela trouxe. O sabor era agradável, não parecia com nada


do que já havia experimentado, mas causou-me uma sensação de bem estar alimentado. Então,


perguntei:


-Este é o alimento dos espíritos?


-Sim. Mas não dessa forma. Os espíritos evoluídos absorvem naturalmente do Fluído Cósmico


Universal a energia que os mantêm. Esse caldo que acaba de tomar é uma condensação desse


fluido, levado a um estado de matéria que se identifica com a do perispírito. Absorvido pelas paredes


do órgão digestivo, esparge-se por toda organização celular. Com o aproveitamento total dos


elementos, não há o que expelir, anulando, assim, as necessidades fisiológicas.


-Quando eu saí daqui para reencarnar, eu tinha o conhecimento de todas essas coisas? Se tinha,


não seria mais fácil ajudar-me a recobrar a lembrança de tais acontecimentos ao invés de


desgastar-se respondendo às minhas perguntas que, para você, devem soar como perguntas


infantis?
- Assomar completamente suas lembranças do período que esteve aqui traria outras à balia, as quais


ainda precisam permanecer no esquecimento. Não deve se angustiar por isso; aos poucos você


reassumirá os conhecimentos necessários.


-Que força me impede de recordar?


-Este plano em que estamos é imediato à terra, transcende apenas as regiões umbralinas; portanto,


as suas vibrações mentais estão restritas a recordações imediatamente anteriores. Somente quando


avançamos nos planos evolutivos é que a nossa potência mental se amplia e nos permite dilatar


nossas recordações.


Um roqueiro no AlémOnde histórias criam vida. Descubra agora