If you can love somebody, love them all the same

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Não se sabe se foi por instinto, mas Louis trancou a porta do próprio quarto com o mínimo de barulho o possível.

Harry não tinha acordado com a chegada de Louis, simplesmente continuava encolhido e abraçado ao travesseiro enquanto respirava pela boca. Louis quis rir ao lembrar do dia que teve que se segurar para não colocar pipocas na boca do garoto, e então, ficou feliz por ter descoberto mais um dos pequenos detalhes de Harry Styles.

Ele poderia ficar para sempre o observando em sua cama, dormindo de lado com os cachos bagunçados sobre o rosto e algumas pétalas da tiara se espalhando pelos lençóis. Mas, é claro que seria um tanto quanto assustador se Harry acordasse e se deparasse com Louis ao pé da cama, e provavelmente, teria algum motivo pra Harry estar ali em seu quarto. Isso nunca tinha acontecido nos outros meses, então... A curiosidade de Louis o fez refém novamente.

– Harry - Louis sussurrou próximo a cama, se abaixando lentamente - Harry?

Louis sorriu por não conseguir nada do garoto, há quanto tempo ele estava ali?

Quando Louis esticou sua mão para tocar o ombro de Harry - ele poderia tocar a coxa, e seria errado dizer que Louis não pensou nisso, mas afinal, Harry era uma princesa e deveria ser tratada como tal - ele notou o quão lindo Harry estava.

O tecido fino da camisola rosa claro tinha subido levemente pelas pernas de Harry, provavelmente por culpa do atrito de seu corpo contra a cama. E então, o abajur fazia com que a pele pálida de suas coxas reluzissem na luz fraca e dourada. Seu quadril estava inclinado para trás, de forma que a camisola delineava suas nádegas de um jeito que deixava Louis nervoso, já que qualquer movimento faria com que a camisola se levantasse sobre a curva de sua bunda.

Louis suspirou sôfrego ao notar as coxas de Harry devidamente fechadas, realmente como garotas faziam. Aquilo de alguma forma devia incomodar Harry, por deixar seu pênis apertado entre o roçar das coxas. Esse pensamento fez Louis fechar os olhos com força, tentando afastar pensamentos que não convinham com o momento.

Ele não podia ficar se torturando assim, não mesmo.

–Harry - Louis falou sem delongas, finalmente tocando o ombro de Harry com cuidado.

Louis pensou que Harry deveria ter adormecido o esperando chegar, já que o garoto primeiramente abriu os olhos sonolento, e ao perceber Louis ali, levantou como se tivesse levado um susto. Louis não viu nada com o movimento da camisola.

–Louis - Harry suspirou assustado, parando em sua frente enquanto esfregava as mãos sonolentamente no rosto – Desculpe, eu acabei pegando no sono, eu juro que não toquei em nada.

Louis tentou conter o sorriso ao ouvir extremamente voz grossa por culpa da sonolência de Harry, mas não conseguiu. Essa era uma das pequenas coisas que tornava Harry um ser único.

Styles apareceu notar o sorriso de Louis, e então pigarreou algumas vezes com a mão em frente aos lábios, sibilando um "Desculpe". Ele não precisava ter vergonha dessas coisas, mas Louis notava o quão constrangido o garoto ficava.

–Não peça desculpas por isso - Louis sorriu doce, levando as mãos até a tiara de Harry, ajeitando-a em seus cachos com cautela e tirando algumas pétalas perdidas dali com cuidado. Styles sequer se mexeu pelo contato.

Louis desejava abraça-lo com força e jurar, frisar e o que mais pudesse fazer para convencer Harry que ele realmente não se importava.

–Você deve estar se perguntando - Harry engoliu seco, era impossível dizer se suas bochechas estavam avermelhadas, já que o garoto estava contra a luz –Eu... Vim aqui depois que as garotas dormiram porque queria agradecer você por entender a minha situação, até porque eu sei que é complicado afinal eu não sou-

Louis não ia deixar Harry falar aquele tipo de coisa como se sua existência fosse um problema, sendo que tudo que ele queria era Harry por perto.

Louis não pensou duas vezes antes de enlaçar os braços com extrema força na cintura do garoto, o trazendo rente ao seu corpo. O movimento foi tão desesperado que ambos arfaram ao que seus peitorais se chocaram. Tomlinson não ia desperdiçar seu momento com Harry com medo do que o outro poderia pensar, então decidiu agir.

Harry segurou a respiração, se mantendo estático nos braços quentes ao que Louis simplesmente aninhou seu rosto na curva de seu pescoço. A respiração quente fez com que Harry se arrepiasse, arqueando os ombros trêmulos e então levando as mãos até o pescoço de Louis, o abraçando com cuidado.

Era fato que ambos estavam incertos um com outro. Mas agora, abraçados no breu do quarto do Louis, tudo parecia tão... Seguro.

Eles ficaram assim por algum tempo, Louis se atreveu a fungar levemente pelo nariz contra a pele de Harry, sentindo seu perfume como se estivesse com saudades daquilo, e ele realmente estava. Louis estava completamente inebriado ao respirar fundo, desejando que o cheiro de Harry nunca o deixasse.

Styles riu baixo ao que a respiração de Louis fez cócegas em sua pele, enlaçando ainda mais seus braços em seu pescoço. Ambos queriam tanto o contato um com o outro que pareciam necessitar de seus corpos se tocando em todas as partes possíveis.

Os dedos de Harry dedilharam inseguros pela nuca de Louis, acariciando as mechas curtas de cabelo com extrema delicadeza, de forma que toda vez que as pontas gélidas tocavam sua pele, Louis sentia seu corpo se acalmar cada vez mais.

Como era possível que alguém fizesse isso com ele de um jeito tão fácil?

Louis não teve duvidas que o toque de Harry fosse algum tipo de permissão, então, Louis não se preocupou com o que o mais novo pensaria ao que umedeceu os lábios com a língua e passou a deixar beijos úmidos e leves pela extensão de seu pescoço. Louis não ligava mais, ele só queria estar com Harry.

Harry se pegou numa situação delicada. Ele poderia colocar a ética da amizade acima de seus sentimentos, ou seja, pensar logicamente e lembrar que Louis era irmão de sua melhor amiga, simplesmente inventar uma desculpa e o deixar ali. Mas com esse tipo de sentimentos, a ética nunca vence. E foi isso que Harry aprendeu por vivência, já que não conseguiu sequer pensar em afastar Louis de si.

Foi assim que Harry fechou os olhos, encostando sua bochecha nos cabelos de Louis, se sentindo aliviado com o toque dos fios macios em seu rosto, ignorando por hora o cheiro de cigarros impregnados ali, provavelmente por culpa da festa.

Louis perdeu a conta de quantos beijos deixou pelo pescoço de Harry, mas seus lábios já não estavam mais úmidos pela saliva. Harry simplesmente deixava grunhidos manhosos escaparem de seus lábios, e outras vezes, risos baixos ao que Tomlinson se dedicava a roçar a boca ali, apenas para senti-lo.

Tudo parecia muito bom para ser verdade. E embora Louis estivesse entorpecido pelo pensamento de finalmente estar com Harry e sentir seu corpo novamente, Styles suspirou alto.

–Louis - Um estalo parecia ter corrido sua mente - O que está acontecendo com a gente?

Louis quis rir para não chorar. Ele simplesmente não saberia verbalizar tudo que estava sentindo do nada, e sabia que Harry provavelmente estava emaranhado em suas perguntas. Até porque até semana passada, os dois viviam de conversas paralelas.

Louis não tinha muita escolha que não envolvesse ser o Louis sincero de sempre.

–Harry - Louis falou ainda contra a pele do garoto, deixando um último beijo ali antes de levantar seu rosto, podendo o olhar nos olhos - Eu não sei.

Sinceridade.

Harry permaneceu um tempo em silêncio, parecendo desapontado ao que suas sobrancelhas se franziram. Louis jamais aceitaria que Harry pensasse que ele era um passatempo.

– Bom - Louis pigarreou, olhando para o chão por um momento, ele realmente não sabia como começar - Desde de semana passada, eu não consegui parar de pensar em você.

Harry abriu um sorriso tão grande e espontâneo que levou as mãos em frente aos lábios, envergonhado. Louis riu baixo ao apertar ainda mais seus braços na cintura de Harry, acariciando a região com a ponta dos dedos por cima do tecido fino da camisola.

Ele não sabia o que estava dizendo, mas sabia que tinha que dizer. Não é o tipo de discurso que você prepara.

–Eu não consegui parar de pensar em você - Louis pigarreou, tentando parecer sério, mas seus lábios o traíam porque ele não conseguia parar de sorrir - Desde que você começou a vir aqui em casa, eu sentia umas coisas... Estranhas.

–Umas coisas estranhas? - Harry riu, arqueando as sobrancelhas divertidamente, como se debatesse o sentido da frase.

–Milhões de coisas estranhas, na verdade - Louis deu de ombros, rindo baixo - Eu sentia um incomodo de saber que você ia dormir sempre com Lottie e Fizzy, e até mesmo ficava com raiva. Eu também ficava incomodado quando mesmo eu cheirando a álcool de manhã, você simplesmente me perguntava o que eu queria de café. Ou quando você tratava as gêmeas tão bem e ficava conversando com a minha mãe por horas e eu achava que era... Ciúmes? Mas... Eu entendi que te admirava de longe... E você é realmente uma das coisas mais preciosas que eu já vi.

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