'cause I am a champion and you're gonna hear me ROAR

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Louis estava distraído. Estava fazendo esforço para levantar da cama todas as manhãs e se dava um próprio high-five quando tomava banho. Um high-five e um tapa na própria bunda quando tinha forças para pentear o cabelo mas, ele estava bem levando em consideração do que aconteceu em sua vida nos últimos meses.

Todos os sábados saía para passear com Hazza pela clínica, trazia algo que ela estava com vontade de comer, roçava o polegar em todos os nós dos dedos dela e olhava em seus olhos tempo o suficiente para contar todos os cílios se quisesse.

No último sábado ele fez Hazza roncar de rir e se arrepiou inteiro quando foram se despedir e ganhou um beijo na bochecha. Ele jura que foi apenas a um centímetro da orelha, ou a 0,9 mm, se você fosse meio pessimista.

– Dizem que você é uma média das cinco pessoas que você escolhe conviver e passa mais tempo com. – A professora disse, enlaçando os dedos das mãos e apoiando sob o estômago, a lombar se apoiando no quadro. – Escolhe porque, como eu disse, se nós pudéssemos não conviver com alguns familiares ou pessoas que existem na rotina, nós viveríamos sem eles.

– Eu viveria sem você facilmente, Tommo. – Niall virou–se para trás, falando no meio de um silêncio coletivo, o que fez a sala inteira rir e as bochechas de Horan espelharem o tom vermelho de sua camiseta.

A professora riu baixo, limpando o giz nas dos dedos no jaleco verde. Arrumou os óculos vermelhos e pigarreou, chamando atenção com um sorriso gentil.

– Como eu disse, essas cinco pessoas que você escolhe são... Simplesmente porque elas pensam diferente como você, avançam como você. Você se apoia na força de uma, no jeito que a outra tem um tesão pela vida... Sabem o que é o tesão pela vida? – Elisa perguntou, fazendo a sala gargalhar como crianças da quinta série faziam com fotos de vaginas e pênis no livro de Ciências.

– Se liga, você é minha vida e eu sinto tesão por você. – Zayn sussurrou para Liam no meio de um silêncio coletivo, o que fez que sua voz passeasse pela sala inteira. Todos gargalharam, virando–se em suas cadeiras para admirar Zayn escorregando no próprio assento e puxando a touca que estava em sua cabeça por cima dos olhos.

– Já foi, Z, a vida segue. Amanhã é outro dia. – Liam se inclinou por cima da própria carteira, acariciando a barba do namorado.

– Se eu tivesse um rodízio, "Amanhã é Outro Dia" seria um nome brilhante. – Horan estremeceu, franzindo as sobrancelhas e anotando no rodapé da página do caderno, como se algum dia fosse olhar essa merda de novo. - As pessoas que fazem dieta se sentiram motivadas a comer essa noite e o amanhã... É outra história.

– Eu simplesmente me recuso a acreditar que eu sou uma média de vocês. – Louis esfregou as mãos no rosto, piscando algumas vezes até que a visão cansada se focasse em Elisa.

– É uma boa sugestão, Malik. – A professora deu de ombros, o canto dos lábios se curvando enquanto tentava se manter séria e os óculos escorregavam pela ponte do nariz. – Mas o tesão pela vida é representado por aquelas pessoas que ouvem música no fone e cantam no meio da rua e não estão nem aí. Aquelas pessoas que estão andando e sentem vontade de correr do nada, plantam coisas para ver crescer, não têm medo de viver o dia, têm coragem.

"Hazza, o mundo é muito grande para quem não tem coragem."

Louis sorriu sozinho, apoiando o queixo sobre as mãos na mesa quando lembrou de Hazza. Filosofia o fazia pensar muito nela. Ainda mais quando estudaram o mito da caverna de Platão, no qual as pessoas que viviam nas sombras acorrentadas tinham medo de seguir aquela que conseguira se libertar, porque o novo era assustador.

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