Prólogo

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*REPOSTADO*


Em algum lugar da América Latina...



— Garota, você fará o que eu mando!

Olho bem para o rosto de Henry, não posso desviar o olhar. Uma olhada para o lado e sei que vou receber um tapa, um soco ou um chute, quem sabe, até mesmo, todos de uma vez.

— Eu não posso. — sussurro.

— Oh, não pode? — Henry ri. — Por que não, porra? Quem manda em você sou eu!

— Pai, por favor, não precisamos disso. — Charlie ajoelha-se ao meu lado, tocando as minhas costas e pedindo para eu ter calma. — Não precisa trata-la dessa maneira.

Calma? Charlie é pior que seu pai.

— Não entende, Charlie? — Henry olha para o filho. — Não entende que essa é a nossa chance de vingança? Eu vi a pequena vadia entrando naquele prédio. É só colocar Jennifer e pronto! Teremos a nossa vingança.

— E eu perco a minha mulher? — Charlie beija o meu ombro. Desvio-me do seu toque, mas ele já me tem presa em seus braços. — Eu não quero perder Jennifer, jamais vou querer perdê-la!

Charlie vai distribuindo beijos em meu ombro. Tremo a cada toque de seus lábios em minha pele.

— Chega disso! — Henry dá um soco na parede, nos assustando. — Pare de ser burro, porra! Uma puta não pode atrapalhar seus planos.

— Não, Jennifer não vai até lá! E não trate dessa maneira. — apesar da raiva que sente, Charlie não deixa isso muito claro na voz, apenas sei disso porque ele aperta meu ombro com muita força, tudo isso para que seu pai não perceba. — Pai, dê o seu jeito, mas Jennifer não vai até lá.

Charlie segura o meu rosto e faz com que eu o olhe.

— Amor, eu estou com você. — Deus, como esse homem é estranho. — Conseguiremos a nossa vingança, mas não desse jeito. Elas pagarão por tudo o que nos fez.

O telefone de Charlie começa a tocar e ele corre para fora para atender, deixando-me sozinha com o seu pai.

Henry sorri de maneira estranha para mim. Ele sempre faz isso quando vai me bater ou me xingar.

Em um pulo, Henry está a minha frente, apertando o meu pescoço e rosnando em meu ouvido.

— A vagabunda se livrou dessa, mas não será sempre assim. — o seu aperto vai afrouxando, apenas para que eu possa respirar um pouquinho. — Você ainda será útil para o meu plano. Apenas não a usarei agora.

Deito-me no chão, em busca de ar. Fecho os olhos com força, tentando não chorar mais uma vez.

Vingança? Eu não quero vingança! No momento eu só quero sair desse lugar.

Fecho os olhos, sentindo a dor forte em meu peito.

Eu não quero matar duas garotas, no momento eu só quero morrer!

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