Livro já registrado. Plagio é crime.
Capítulo doze
C
attleya escrevia em seu diário e era muito triste para uma menina com sua idade. Senti o desespero em meu coração ao vê-la tão sem vida em sua aparência. Gostaria de saber tudo o que ela não estava nos contando e isso seria hoje, sem falta.
— Filha. — Chamou Pétala. Ela estava tremendo não pela noite que tivemos e sim por ver o quanto Cattleya estava sofrendo. Nossa filha nos olhou, não tinha percebido que estávamos descendo a escada.
— Oi mamãe, bom dia. — Disse ela escondendo-se atrás de um sorriso fingido.
— Você não foi nos acordar, por quê? — Perguntou Pétala.
— Eu não quis incomodá-los e também precisava de um tempo para mim.
— Bom dia minha filha. — Disse e dei um beijo em seus lindos cabelos. Olhei no fundo dos olhos de Cattleya, e não os deixei até que ela desviasse. É o meu jeito de dizer que precisávamos conversar. E ela entendeu.
— Eu estou bem, papai. — Disse fechando o diário.
— Olhe para mim. — sim foi uma ordem, e ela olhou. — Pense em tudo o que está acontecendo, porque até o fim do dia nós iremos conversar. Eu sou o seu pai, seu amigo e me preocupo com você. Se tem algo que você esconde sobre Spencer, eu quero e preciso saber, Cattleya. Só assim poderei ser útil em ajudá-la e não somente ver como você está sofrendo, entendeu?
— Sim senhor. — Disse triste.
— Vamos comer. Você já tem o dia programado? — Perguntei na tentativa de distraí-la.
— Só a continuação da leitura em seu diário. — Respondeu ela.
— Vamos fazer isso então. — Falei. Fui para a cozinha enquanto as duas mulheres da minha vida conversavam no sofá. Logo que nosso café ficou pronto, sentamos de frente para a lareira e comemos em silêncio que chegou arder meus ouvidos. Mas Pétala, que é uma mulher incrível, por um momento nos fez sorrir com suas piadas sem lógica. Ela colocou roupas que não mostravam nem um só pedaço de sua pele escondendo perfeitamente algumas leves marcas que deixei no meu momento ogro da floresta louco por sexo. Cattleya estava tão longe da cabana, que não notou as roupas que a mãe estava vestida. Ela só ficou atenta quando sentamos acomodados para continuar a leitura em meu diário, o que ela mesma foi buscar em meu quarto.
— Aqui está, papai. — entregou-me e sentou-se acomodada ao lado da mãe. — E que comece a leitura! — Disse animada.
— Vou ver de onde posso continuar, garota curiosa. — Falei.
— Você sempre estragando a minha tentativa de saber detalhes sobre esta parte.
— Isso nunca garota, nunca. — ela revirou os olhos. — Tudo bem, então começamos .... Daqui.
Dexter terminou de colocar a lenha na carroceria da caminhonete enquanto Pétala o olhava não muito distante dele. Ela estava feliz. Ele estava feliz. Quando terminou, a chamou.
— Vamos para casa, amor. — Ele começou a vestir-se novamente.
— Não coloque essa camisa, lenhador. Estou gostando de vê-lo sem ela. — Ele sorriu.
— É? Assanhada. — Brincou. Pétala aproximou-se e levantou-se em seus pés dando-lhe um beijo no rosto.
— Vamos para casa, eu gosto de estar lá. — Disse ela.
— Eu gosto de tê-la lá. — Ele a puxou em seus braços e a beijou apaixonadamente. Já estava escurecendo quando deixaram a mata e assim que entraram na cabana, Dexter perguntou.
— Você veio para passar a noite, não é? — Ele foi para a cozinha e ela não respondeu, então, virou-se e olhou-a esperando uma resposta.
— Eu não posso, Dexter. Preciso trabalhar amanhã bem cedo. — Disse ela triste e vendo o quanto isso o desagradou.
— Pétala, essa é a nossa primeira noite juntos.
— Eu sei, mas realmente não posso. Tenho que entrar em videoconferência às 6hs da manhã.
— E você irá voltar depois disso, não é? — Perguntou ele levantando a sobrancelha.
— Volto, mas também não posso ficar para passar a noite. Eu viajo depois de amanhã.
— Viajar? — Ele não estava feliz.
— Sim, lenhador, viajar a trabalho.
— Quanto tempo? — Perguntou apreensivo. Dexter sabia que suas viagens eram sempre longas demais.
— Acho que no máximo, vinte dias. — Disse ela.
— Vinte dias sem você? Isso é a morte, Pétala. Agora que a tenho, que provei de você, não quero mais deixá-la ir.
— Isso não irá acontecer. — Pétala o abraçou forte. — Desculpa, mas é trabalho.
— Eu entendo, só não quero aceitar. — ele a beijou em seus cabelos e respirou fundo. — Vamos tomar um banho, quero mais de você antes de deixá-la me matar por sentir sua falta. — Ele a pegou no colo e a levou para seu quarto. Não estava feliz por ela não passar a noite agora que já estava tudo resolvido. Mas não podia dizer nada, Pétala tinha uma vida fora da cabana e precisava vivê-la. Eles se amaram mais uma vez dentro da linda banheira de ofurô. Era tudo muito intenso o que estava acontecendo e ele sentia seu corpo tremer só de pensar em deixá-la ir. E isto aconteceu. Pétala entrou em seu carro com a promessa de voltar no dia seguinte, e saiu dirigindo rumo ao seu verdadeiro mundo.
— Que amanhã chegue logo! — Disse ele ao entrar na solitária cabana. Sozinho, ele sentou na cadeira que sua mãe costumava sentar-se olhando as chamas alaranjadas na lareira, pensou em tudo o que aconteceu em seu dia, tê-la em seus braços, ouvi-la dizer que estava apaixonada, senti-la entregue para viver o amor entre eles, era como magia. Dexter chorou. Pela dor de ter acabado rápido o que tanto sonhou, e pela felicidade em saber que ela voltaria para estar em seus braços novamente. Já era muito tarde quando ele se deitou para dormir sentindo o cheiro dela em seu corpo, ele sentiu o seu toque sem ao menos ela estar ali ao seu lado. Era como se fosse suas almas conectadas e amando-se plenamente. Eles estavam juntos, mesmo estando longe.
O dia amanheceu nublado e com Dexter impaciente pela espera de Pétala. Levantou e foi correr dentro da fechada mata verde, mas não fora um alívio, pelo contrário, deparou-se pisando no mesmo lugar onde a amou pela primeira vez no dia anterior. Olhando para o chão que a deitou e a fez dele, toda dele. — Pétala, não acabe com o meu mundo. — disse em voz alta. Ele sentiu seu coração apertar de saudades, era algo novo o que ele estava vivendo. Uma mulher inalcançável com uma vida luxuosa e muito diferente da realidade em que ele vivia. — Deus, por que me deu uma mulher assim? Por que tive que conhecê-la, tê-la em meus braços se eu não faço parte de seu mundo. — Falou para o tempo.
E em mais uma corrida intensa ele voltou para a cabana. Tomou banho, se vestiu e foi para a cozinha. Enquanto colocava lenha no fogão, respirava fundo para manter-se calmo. O cheiro de café fresco invadiu a casa, serviu-se de uma caneca cheia e foi para a sala sentar-se de frente para a lareira sentindo seu coração começar a bater mais forte depois de cinco minutos. Dexter sentiu algo estranho, um sentimento forte que não o deixou tranquilo, levantou-se e foi olhar a estrada através da janela pois era como se ele estivesse sendo avisado de alguma coisa. E assim que abriu as cortinas, avistou o carro de Pétala entrar na curva da entrada de sua casa. Ele sentiu seus olhos marejarem, seu corpo pulsar, suas mãos molhadas de suor e frias. E quando ele a viu descer do carro, sozinha, sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. — Não Dexter. Pare de ser um menino chorão. — Disse em sussurro somente para ele e a cabana ouvirem. Ele deixou a caneca de café na mesinha de centro e aproximou-se para abrir a porta para ela. E quando ele abriu, Pétala se jogou em seus braços como se o mundo fosse acabar naquele momento.
— Dexter. — sussurrou em seus lábios. — Senti sua falta.
— Eu também. — disse fechando a porta com o pé e levando-a em seus braços até o sofá. — Pensei que a veria só a tarde. — Disse e sentou-se mantendo-a em seu colo. Ficaram abraçados sentindo a pulsação um do outro.
— Eu não consegui esperar. Cancelei duas reuniões.
— Sorte a minha. — Dexter a olhou profundamente nos olhos e a viu chorar. — Por que está chorando?
— Eu não sei, mas é um tormento ter que viajar amanhã. — Disse ela.
— Não me lembre, por favor. Passarei dias de calvário a sua espera. — Disse ele.
— Vem comigo? — Ela o olhou esperançosa com a resposta.
— Eu não posso, tenho pedidos importantes de entregas e são muitos esta semana. — Ele fechou os olhos de tristeza.
— Que pena. — disse ela. — Dexter, sei que temos pouco tempo juntos e o certo seria aproveitá-lo, mas eu gostaria de pedir uma coisa muito importante para mim, que sem você acho que não conseguirei fazer. — Disse ela séria.
— Diga-me, por favor.
— Acompanhe-me para uma visita a minha mãe e meu irmão? Preciso tirar esse peso que carrego e encará-los frente à frente para enfrentarmos os nossos monstros.
— Será um prazer meu amor. Estarei ao seu lado para o que for preciso lidar.
— Podemos ir agora? — Perguntou ela.
— Sim. — Disse ele com carinho.
Eles saíram da casa e foram para a fazenda onde sua mãe e irmão estavam e que não ficava muito longe das terras de Dexter. Durante todo o caminho ela permaneceu calada e ele a deu privacidade para que ficasse com seus pensamentos. Ele pode ver também a sua tensão ao se aproximar do grande portão de ferro na entrada e o quanto ela estava nervosa.
— Vai ficar tudo bem meu amor. — Disse ele.
— Eu sei, com você aqui eu tenho certeza que tudo ficará bem. — Dexter segurou a mão de sua amada passando-lhe todo apoio e força para que ela se sentisse confiante. Dois homens que estavam no portão se aproximaram desconfiados, não era normal aparecer pessoas diferentes que não fossem os médicos que tomavam conta de sua família.
— Bom dia, em que posso ajudá-los? — Disse um deles.
— Sou a proprietária do lugar, Pétala Mackay. — disse autoritária. — Abra o portão. — Dexter observou o quanto ela era dona de seu mundo e o governava muito bem.
— Neste carro? — Perguntou o outro desconfiado, afinal, eles não a conheciam.
— Quer ser demitido? — ela o olhou com raiva. — Eu disse, abra o portão. — Eles abriram a contragosto pois não imaginavam que Pétala Mackay, chegaria um dia na fazenda em uma velha caminhonete vermelha caindo aos pedaços. Eles ainda pode ouvi-los passarem um rádio para os outros que ficavam de vigília na frente da casa.
Dexter estacionou na entrada do pequeno jardim, desceu e a ajudou a descer. Ela respirou fundo e eles seguiram para a grande casa. Ao entrarem na sala, Pétala viu sua mãe sentada no confortável sofá assistindo um filme na televisão. Ela parou ficando como uma estaca fixa em seus pés, seus olhos vidrados na mãe que não via há muito tempo. Aproximou-se devagar como se fosse uma presença indesejada ali, e Dexter logo atrás dela.
— Mamãe. — Chamou quase sem voz. A mulher, Isadora, olhou para ela assustada, mas logo sorriu.
— Você demorou, Pétala. — falou docemente. — Eu estava com saudades. — Disse ela. Pétala esforçou-se para dar mais alguns passos e sentou-se no sofá sem se aproximar muito.
— Não está com raiva de mim? — Perguntou apreensiva.
— Não mais. Eu fiquei, tive até o horrível desejo de matá-la com minhas próprias mãos. Mas hoje tenho vergonha por ter tido este sentimento infeliz. — falou Isadora estendendo a mão para a filha. — Vem aqui, me dê um abraço minha querida. — lágrimas banharam seu rosto. — Eu senti sua falta. — Pétala a abraçou e elas choraram baixinho. Era como se toda a vida de Pétala estivesse entrando na estrada correta da vida. — Eu senti muito a sua falta minha filha, senti falta de mim, de ser eu como fui outrora. E você me devolveu isso, obrigada.
— Mamãe, eu também senti sua falta. — Falou emocionada.
— Me perdoe, Pétala. Eu não estava com você quando mais precisou, filha. — disse ela. Ela viu um movimento e olhou para cima, Dexter estava em pé olhando-as se entregarem ao perdão. Ela franziu o cenho ao vê-lo secar as lágrimas. — Quem é você? — Perguntou a mulher. Pétala afastou-se e olhou para Dexter.
— Ah! Mamãe, este é Dexter. — Disse limpando o rosto.
— Muito prazer, Dexter. — Isadora levantou-se e o cumprimentou educadamente.
— O prazer é meu, senhora. — Disse ele.
— Eu posso garantir que jamais coloquei meus olhos em um homem tão lindo como você, meu rapaz. — Disse ela sorridente. Dexter ficou envergonhado com o comentário.
— Mamãe, vai deixá-lo sem graça. — disse Pétala sorrindo. — Eu tenho bom gosto, não é? — Perguntou ela.
— Bom gosto? Isso quer dizer que vocês estão juntos? — Perguntou Isadora.
— Sim. — Dexter respondeu firme.
— Mas, e seu noivo, Bart? — Perguntou. Pétala olhou para a mãe e Dexter e logo respondeu.
— Não estamos mais juntos, mamãe. Agora somos Dexter e eu. E confesso que o amo muito. — Disse ela apreensiva com a mãe.
— Que bom, não gostava mesmo da daquele mal caráter dos infernos. — Ela sentou-se novamente no sofá e Pétala sorriu com o comentário e Dexter ficou satisfeito por saber que caiu nas graças da sogra. — Sente-se meu rapaz e conte-me, de que família você é?
— Mamãe, Dexter não é de nenhuma família do nosso meio. — Ela sentou-se ao lado dele.
— Não? E como se conheceram então?
— É uma longa história que não temos tempo de contar hoje. — Disse Pétala.
— Seu namorado tem alguma deficiência na voz e eu não identifiquei? Por que não o deixa responder? — Pétala respirou fundo e olhou para a mãe.
— Faz tanto tempo que não nos vemos e você quer falar sobre isso?
— Eu não sou boba minha filha. — disse ela passando os olhos em Dexter de cima para baixo. — Vejo que ele é sem recursos, ou, que não tem tanto quanto nós. Se você estiver preocupada com o que estou pensando, fique tranquila. — ela sorriu. — Posso ver que você está muito feliz. Este brilho em seus olhos a última vez que vi, seu pai ainda era vivo. Com ou sem recursos, eu aprovo o amor de vocês, temos dinheiro para muitos.
— Eu não preciso do dinheiro de sua família, senhora. — disse Dexter. — Mas em um ponto você tem razão, não sou abastado como Pétala, mas sou bem resolvido financeiramente. Só não me preocupo com aparência, pois onde vivo isso não vale nada. — disse sem pausa. — Mas sei que para viver ao lado da mulher que amo, isto precisa de um olhar especial de minha parte. — Ele olhou para Pétala.
— Viver ao lado da mulher que ama? — perguntou Chris entrando na sala onde estavam. Pétala o olhou assustada e apertou a mão de Dexter. — Olá espinho, quanto tempo não a vejo? — Pétala sorriu aliviada. Espinho era um apelido carinhoso que Chris a chamava. Ele dizia que ela era birrenta e não se parecia com rosas ou pétalas e sim, com espinhos ferindo seus ouvidos com choros intermináveis.
— Oi Chris. — Disse, mas não se levantou do sofá.
— Não vai me dar um abraço? — perguntou ele. Pétala levantou-se calmamente, ele aproximou-se a abraçou sob os atentos olhos de Dexter. — Eu estava com saudades de você garota. Como você cresceu e ficou mais linda da que era? Como isso é possível? Espinhos não ficam melhores que rosas, ou ficam? — Perguntou ele divertindo-se.
— Eu também estava com saudades de você, Chris. — Disse ela. Ele se afastou e a olhou nos olhos.
— Você me perdoa por tudo que a fiz passar?
— Ficou tudo no passado. — Disse ela.
— Mesmo assim eu precisava olhar em seus olhos e te pedir perdão. Obrigado por ter feito o que fez e como fez. A terapia nos ajudou a enxergar coisas que não víamos, a tomar conhecimento de como estávamos nos matando e fazendo isso com você também e os remédios nos curou da abstinência que sentíamos, obrigado de verdade, Pétala. Jamais sinta-se culpada ou amedrontada pelo que nós a forçamos fazer. Temos consciência agora, de tudo o que aconteceu e o quanto precisávamos de um limite. — Disse ele.
— Vocês não sabem como isso me deixa feliz, em vê-los assim, recuperados.
— Sim, durante muito tempo não pensamos assim, eu confesso. Mas a vida cura, a dor nos ensinou a amadurecer e sermos adultos.
— Eu estava com saudades da minha família. — Disse ela chorando.
— Não fique assim querida, já passou e devemos muito a você. — Disse sua mãe.
— E quem é esse que pensa que viverá ao seu lado sem a minha aprovação? — Chris sorriu para Dexter.
— Bem, não sei se viver do meu lado, mas sei que é o homem da minha vida. — Disse ela sentando-se novamente ao lado de Dexter.
— Viver para toda a eternidade, meu amor. Não quero nada menos do que ser o seu marido.
— Já é um pedido? — Perguntou ela sorrindo.
— Você tem dúvidas? Porque eu a quero como minha esposa.
— Bem, então vamos acertar os pontos cunhado. — disse Chris. — Pétala é minha irmãzinha e eu já a deixei muito tempo sozinha e sem proteção. — Chris sentou-se ao lado de Dexter e franziu a testa como se fosse um homem muito bravo, mas não conseguiu manter por muito tempo. Eles sorriram e tiveram uma longa conversa. Ficaram surpresos com a história que Pétala os contou, de como se conheceram e estavam felizes juntos. Quando Pétala falou sobre eles saíram da fazenda, seu irmão e sua mãe não aceitaram. Disseram-lhes que estavam bem, mas ainda havia riscos e não podiam corrê-los até o tratamento terminar. Mesmo depois de todo esse tempo longe de drogas e álcool, eles queriam mais tempo para enfrentar o mundo que era abastado desses lixos que matam as pessoas. Pétala achou nobre por reconhecerem que ainda precisavam ficar ali e isso a fez entender que ela tinha sim, feito a coisa certa por sua família. Depois de vários assuntos, Pétala e Dexter se despediram e voltaram para casa aliviados com tudo.
— Está feliz? — Perguntou ele ao entrarem em casa.
— Muito, confesso que não imaginei que nosso encontro seria tão, ameno.
— É, as vezes as pessoas são surpreendentes. — Disse Dexter.
— Verdade, lenhador. — ela ficou parada no meio da sala e começou a tirar a roupa. — Agora eu gostaria de ver o quão surpreendente você é.
— Ok, acabou a leitura dessa parte. — Falei fechando o meu diário.
— Nossa pai, você sabe estragar as coisas na melhor hora. — Disse Cattleya sorrindo para mim.
— Eu tenho bom senso menina perturbada, já você, não posso dizer o mesmo. — falei. Cattleya sorriu mas não chegou aos olhos, ainda estava muito triste. — Agora temos outra história para ser contada, não é mesmo minha filha? — Perguntei e ela entendeu o recado.
— Você quer conversar agora?
— Sim, podemos comer alguma coisa e depois sentamos os três para termos esta conversa.
— Pode ser na minha cada da árvore? — Perguntou ela.
— Claro. Tinha até esquecido dessa casa que fiz para você. — Falei.
— É, mas eu não. Fizemos uma promessa naquela casa, Spencer e eu. Mas não será cumprida. — Seus olhos marejaram de tristeza.
— O que for para ser, será Cattleya. Se for verdadeiro, nada e nem ninguém poderá impedi-los de viver esta história, mas os dois precisam querer o mesmo. — Disse Pétala. Ela olhou para a mãe segurando-se para não desabar.
— Eu sei mamãe. — Disse ela.
— Será que sabe mesmo? — Perguntou minha esposa.
— Sei que, o que eu cresci sonhando, não é o mesmo que ele sonhou. Isso está acontecendo com outra pessoa e não como havíamos prometido. — Falou engolindo o nó que se formou em sua garganta.