A Bomba

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Seis horas depois...

Depois de uma longa espera,  finalmente o Dr. Chegou, fui levada até a sala dele.
A sala era clara, as paredes tinham a cor creme, na parede atrás dele tinha um papel de parede cinza com desenhos verdes, quase tudo era branco, e o que não era ou era verde, ou tinha tons neutros, mas tinha um cheiro de jasmim. 
Reparei uma janela aberta que dava vista para um belo gramado, queria estar lá fora, olhando pro céu, estava cansada de tantos tons neutros e chatos,  gosto do vermelho, a cor do amor, a cor da coragem, da luxúria, do perigo, da aventura.
Tons neutros lembram dias chatos de chuva, odeio a chuva.
Ele era um senhor Alto, de cabelos castanhos, pela pele um pouco enrugada, ele devia ter uns 40 à 50 anos, e tinha um sorriso bondoso.
Ao entra ele pediu para que eu me sentasse, sentei a cadeira em frente a sua mesa e minha mãe na cadeira ao lado da minha.
- Bom, como você já deve saber,  meu nome é Dr. Riviera  -  Começou se apresentando. -  e eu serei seu novo médico a partir de agora. Você deve estar confusa,  então vou lhe explicar, hoje é sexta feira, Você caiu e desmaiou na rua na terça feira. 
Eu queria lhe fazer muitas perguntas, mas não quis ser mal educada e deixei que ele continuasse.
- Como você bateu com a cabeça,  tivemos que fazer alguns exames. - ele pausou delicadamente.
- Quais foram os resultados desses exames Dr. ?  Perguntei.
- Achamos uma anomalia Megan. E é algo grave. Não foi causada pela pancada, isto já estava dentro da sua cabeça antes do incidente de terça, na verdade foi por isso que você desmaiou.
- O que o senhor quer dizer com  " isto já estava dentro da sua cabeça " ? O que seria " isto" ?  Perguntei aflita
- Megan , você está com Câncer.  Câncer no Cérebro. Disse abaixando a cabeça.
Minha mãe começou a chorar.
- É mentira mãe, é mentira ele só está brincando,  pare, por favor !  Disse pra ela aflita, não queria ver ela daquele jeito.
- É ... Verdade Meg... -  Pausou soluçando - Você está doente filha, isso tudo é culpa minha,  me perdoe, eu devia ter cuidado de você.
Ela me abraçou.
Eu não chorei. Eu não acreditei,  a ficha não caiu.
Depois de uma longa conversa  com o Dr.  Riviera, e uma lista de recomendações, fomos pra casa...
E logo eu que queria tirar o peso da minha mãe, logo eu, coloquei ainda mais peso e senti como se toda sua tristeza fosse minha culpa, eu talvez nem deveria ter nascido...
Eu fui o maior fardo da vida dela, mas talvez eu tenha sido a maior dádiva também...

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