03

241 12 2
                                    


(por Elisa)

Céus. Onde foi que eu amarrei meu bode? Estou no banheiro de um elegante restaurante francês. Ezaquiel não me deu mais informações, mas eu sei que o ricaço está me esperando do lado de fora. Não faço ideia de como sei disso, apenas sei. Sem a maquiagem carregada, a peruca loura e as roupas provocantes, não me sinto sedutora o bastante para fisgar o bonitão. Respiro fundo, puxo meu sutiã tentando realçar meu decote dentro do tailleur preto, levanto um pouco mais a saia, passo um gloss rosinha claro nos lábios e respiro fundo, encarando meu reflexo com determinação. Seja como Elisa ou como Lizbeth, sei exatamente como ganhar esse jogo. Saio do banheiro repetindo essas palavras, agarrando-a ao meu novo mantra.

Tomás, além de rico e muito bonito, é também um homem muito bem humorado. Não consigo entender como é possível que nunca, em toda sua vida, tenha sentido prazer. Estamos falando sobre negócios... Não sei como Ezaquiel conseguiu essa proeza, mas de alguma forma chegou aos ouvidos de Tomás que sou a melhor corretora do Rio de Janeiro, ideal para encontrar a localização de seu próximo investimento. Estamos em um papo chato pra caramba quando sutilmente deslizo minha perna pela sua. Ele finge não reparar no contato, mas insisto, disposta a fazê-lo entender exatamente o que eu quero.

Um pouco descrente, ele me encara e eu entreabro os lábios lentamente. Arfo de forma sutil e volto a acariciar sua perna com a minha. Não posso me ver nesse momento, mas sou capaz de afirmar que meus olhos estão brilhando. Não os olhos verdes de Lizbeth, e sim meus olhos castanhos. Ele fica momentaneamente confuso... E finalmente perde o raciocínio.

− Não comece algo que não poderá terminar – sussurra a ameaça na minha direção. Ele abre um sorriso que é tão absurdamente sedutor, que sinto o interior das minhas coxas começarem a pegar fogo. Céus, como um simples e ameaçador sorriso pode me acender tão rápido? Nem pareço a expert do sexo que sei que sou.

− Comigo nada fica inacabado, Tomás – devolvo em outro sussurro, mais sedutora do que nunca. Ele estreita os olhos e outro sorriso começa a dançar em seus lábios.

− Você tem certeza? – ele pergunta, e beberica seu vinho sem tirar os olhos de mim. Está me devorando em público! Não consigo acreditar que ele é um inexperiente que nunca sentiu prazer... Não é possível! – Posso levá-la daqui imediatamente, se assim desejar – já tirei a sandália de salto do pé direito. Subo-o até encontrar o membro dele que, para minha surpresa, está maravilhosamente endurecido. Sinto-me um pouco mais confiante e penso que preciso fazer esse homem gozar. Mais que isso. Será uma verdadeira façanha pessoal fazê-lo gozar... De preferência nos meus lábios, ao som de gemidos guturais e roucos de desejo. Mais do que uma missão dos Céus, essa acaba de se tornar minha missão particular. 

Prazer divino (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora