Eu podia ouvir pessoas falando ao meu redor, pareciam distantes, mas ao mesmo tempo, sentia que tocavam em mim. Não conseguia ouvir tudo que diziam, apenas partes de frases.
- Ajudem... Levem eles... Jhimy prepare a... Elisa me ajude...
Eu queria responder, mas não tinha forças nem para abrir a boca. Conseguia abrir um pouco os olhos e ver a menina que gritava ordens. Ela era loira, olhos azuis, pele muito branca, alta, porém magra. Ela viu que eu estava forçando para me manter acordada.
- Não se preocupe, - ela disse – Vamos cuidar de vocês...
Não me lembro de mais nada, simplesmente apaguei.
Acordei devagar, ainda tentando lembrar meus últimos dias, parecia tudo um grande borrão, mas aos poucos consegui recuperar alguns fatos, como fugir, ser atacada, fugir e ser atacada, e depois mais nada.
Eu estava em uma cama, em uma espécie de tenda, notei que tinha alguém ao meu lado, me virei e era Vitor. Olhei para ele que estava usando uma camiseta branca, os cabelos molhados, a cicatriz na boca quase invisível, mas agora tinha um curativo na testa. Não era um machucado grande e aquele curativo o deixava com um charme a mais. Charme? O que eu estava pensando? Devia ter batido a cabeça bem forte. Devo ter feito uma careta porque Vitor me olhou e disse:
- Está tudo bem? Sente alguma dor?
- Não! – respondi rápido – Nenhuma dor. Estou bem, e você? Tem um machucado.
- Ah! Isso aqui não é nada, logo passa. Tainá também está bem, você é que foi o caso mais preocupante.
- Huum, e você já conheceu os outros? Quero dizer, são legais?
- Bem, fui apresentado a todos, mas passei quase todo o dia de ontem aqui.
- Espere aí! Ontem? Quanto tempo faz que estou apagada?
- Daqui a algumas horas vai completar um dia. Você nos trouxe pra cá ontem de manhã, e então apagou. Tainá eu não sei quando acordou, mas eu estava melhor já de tarde, então fiquei aqui.
Foi nesse momento que a verdade me atingiu como um soco no estômago. Ele não tinha ficado ali por que estava machucado, ele tinha ficado ali comigo, do meu lado até eu acordar.
- Obrigada. – eu não sabia bem o que dizer.
- De nada, é pra isso que servem os amigos. – ele me disse abrindo um sorriso.
- É, amigos. Fico feliz que esteja aqui, pelo menos não ficarei sozinha.
- Isso não vai acontecer, todos estavam preocupados por você, vão gostar de você. – ele me disse.
- Eu sou uma filha de Hades, e como se isso não bastasse, sou briguenta, explosiva, e não tenho muita paciência com as pessoas, realmente acho que eles vão me amar. – tive que rir da minha ironia.
- Mas você é leal aos seus amigos, e sempre defende quem ama, briga para defender os outros, não aceita nada menos que o melhor. É uma menina legal, acredite, eles vão gostar, e se não gostarem, você tem a mim.
- Valeu. – eu respondi. – Então será sua tarefa me apresentar cada um.
- Pode deixar, embora ainda não tenha decorado o nome de todo mundo. – ele disse.
Ficamos conversando mais um pouco, e depois e resolvi que era hora de levantar da cama, e dar uma olhada em tudo. Vitor insistiu em me ajudar a caminhar, mas eu disse que conseguia sozinha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sombria
FanfictionEssa é uma fic baseada na serie de livros Percy Jackson... O que se faz quando toda a sua vida nao pertence a este mundo? Kaila se vê obrigada e se adaptar, a fugir, a aprender a conviver com as coisas que acontecem em sua vida. E como se isso não b...