Capítulo 7

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A caminhada era longa, e o terreno acidentado, o que nos deixou muito cansados e com algumas avarias.

Laís tinha um roxo enorme na coxa devido a uma pequena queda, Nicole colecionou alguns arranhões, Diana tinha torcido o pé, o que a deixou com muitas dores no pé e no joelho.

Eu estava intacta até o momento, mas me conhecendo eu sabia que logo estaria machucada.

Naquele dia nossas pernas nos mostraram que eram fortes, pois caminhamos o dia todo com apenas uma parada para comer alguma coisa. Quando o sol estava quase se pondo resolvemos que era hora de parar novamente.

Já estávamos muito longe da minha antiga escola, e agora a cidade já estava se aproximando.

Nos afastamos um pouco mais da estrada e montamos nossas barracas. Desta vez não era um acampamento igual ao último, somente nossas barraquinhas ali sozinhas e uma pequena fogueira.

A noite foi calma e nada nos atacou, embora tenhamos ficado vigiando. Duas pessoas de cada vez, durante duas horas.

Na manhã seguinte chegamos à cidade, e embora fosse cedo, já havia muitas pessoas caminhando no centro e paradas nas calçadas olhando vitrines.

A ideia inicial era passar pela cidade sem repercussões, nada de fazer amigos, nem de nos hospedarmos em nenhum lugar. Porém todos nós sabíamos que teríamos que parar para comprar algumas coisas, como comidas, e produtos de higiene.

- Temos uma decisão difícil pela frente. – eu disse - Pois precisamos de mantimentos e medicamentos, e não acho sábio irmos todos juntos ao mesmo lugar, atrairíamos muitos monstros, porém também acho extremamente perigoso nos separarmos. Então o que faremos?

- Concordo com tudo que disse, mas acho que separar seria a melhor opção. – disse Jhimy.

- Em dois grupos, teremos menos chances de topar com algum monstro, - disse Elisa.

- Fora que economizaríamos tempo. – completou Diana.

- Então está decidido, iremos em dois grupos e nos encontramos aqui em uma hora no máximo. – disse Vitor.

Nos dividimos da melhor forma possível, tentando equilibrar os grupos. Tainá, Gian, Jhimy, Elisa e Nicole foram comprar medicamentos e produtos de higiene, enquanto eu, Vitor, Diana, Lucy, Lara e Laís fomos ao mercado.

Tudo corria bem até que eu resolvi dar uma olhada no corredor dos móveis. Foi então que avistei um tapete cor de caramelo com uns rabiscos pretos.

Uma família comum, a mãe fazendo alguma coisa na cozinha, enquanto o pai brincava de rolar pelo tapete com uma menininha de dois anos ou menos.

antes que se machucassem. O pai olha para a filha e finge fazer uma careta para a mãe. A menina ri divertindo-se e pega um copo de suco.

A janela da sala está aberta e por ela uma pequena borboleta azul entra. Quando ela pousa em minha mão tudo começa a girar.

- Kaila! Acorda! O que aconteceu? – disse Vitor me sacudindo.

Eu não havia caído como na última vez, ao invés disso tinha ficado parada com os olhos vidrados, segundo o relato de Vitor.

- Não foi nada, eu acho. – respondi meio confusa.

- Como arranjou este copo de suco? – ele me olhou franzindo a testa.

Olhei para minha mão e eu estava segurando o copo da menina. Deixei-o cair na mesma hora e ele se estatelou no chão.

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