- Há apenas uma regra. - continuou a rainha - Vocês devem correr o mais rápido que puderem..
"Fácil", pensou Duark.
- ..dos leões. - E ao dizer isto, os portões foram abertos, e de lá saíram 5 grandes leões enfurecidos. Logo no início, 2 deles pularam sobre o menino mais próximo, rasgando-o em pedaços.
Os 14 participantes restantes correram com todas as suas forças, com intenção de não serem os últimos. E, a cada concorrente que Duark ultrapassava, era uma alegria de não ser a próxima vítima, e uma tristeza ao ver aqueles rostos, tristes e ofegantes, pela primeira e última vez.
Dois curtos minutos se passaram, e restavam apenas 3 concorrentes. Duark era o segundo, logo atrás de Merido, da via 1. Ao se virar para trás, viu os leões se aproximando do garoto do 3º lugar. Logo, pensou: "Tenho que me apressar para não ser o próximo", e, com uma ínfima distancia de Merido, puxou-o propositalmente e levou-o ao chão, ouvindo-se gritos de dor e agonia em seguida. Quando restava apenas Duark no jardim, a rainha mandou cessar a corrida.
- Apaguem os leões! - Dardos tranquilizantes foram atirados nos leões, que desmaiaram. A rainha se aproximou de Duark, que estava ofegante e cansado, porém, aliviado.
- Parabéns, meu jovem. Você ganhou. - Aquelas palavras soaram como uma leve brisa na praia, uma boa soneca, ou mesmo um confortante abraço. Um leve sorriso foi se abrindo em Duark, que mal podia se conter.
- Sua coragem e determinação fazem de você merecedor do título de "melhor corredor do reino". Sinta-se orgulhoso de si mesmo.
- Obrigado, minha rainha.
- Você será recompensado em breve, basta esperar.
- Sim, senhora!
Com toda a vizinhança o acompanhando, Duark saiu, vitorioso, do "campo de batalha". Queria contar tudo a seu pai, que o esperava em casa.
- Pai, tenho boas notícias!
- Você [cof cof] ganhou?
- Sim! Sou o melhor das 15 vias! A rainha disse que irá me recompensar em breve.
- Oh, que bom, meu filho.. [cof cof cof cof]
- Quer que eu lhe traga uma água?
- Adoraria, meu filho. Adoraria..
- Vou indo, então.
Duark saiu em direção ao poço, que ficava a uns 30 metros de sua casa. Quando chegou para pegar a água, sentiu uma sensação entranha em suas costas, seguida de uma coronhada na cabeça, para completar.
Quando acordou, estava aos pés de sua rainha, Genneves, que o aguardava em seu trono. Ela vestia de um longo vestido preto com bordados de ouro, que lhe caía perfeitamente bem. Seus olhos platinados e seus longos cabelos negros davam à ela uma beleza incondicional. Sua cintura, fina e modelada, e suas pernas torneadas, tornavam-na uma das mulheres mais atraentes de todo o reino.
- Olá novamente, caro corredor.
- Oi.. você vai me dar a recompensa agora?
- Vou. Levante-se.
- Sério? Não posso acreditar!
- Nem eu.
- ..Como assim?
- Bem.. - Genneves se levanta e começa a andar em círculos, contornando Duark. - Eu não esperava que seria VOCÊ o vencedor..
- E quem você esperava?
- Merido, o meu filho. - Um terrível sentimento de culpa subiu a cabeça de Duark, que estava sob pressão. Afinal, seria ele o culpado da morte do filho da rainha.
- Olha. sinto MUITO, mesmo. Se eu puder fazer alguma coisa..
- Sim, sim. Você pode.
- Eu posso lhe devolver a recompensa. Não preciso dela, afinal.
- Eu já escolhi o que eu quero.
- E o que você quer?
- Suas pernas. - Duark não teve tempo nem mesmo de piscar. Sentiu a afiada lâmina de um machado atravessar os seus tendões, que o fizeram cair, como uma pedra, num banho de suor e sangue. Naquele momento, ele apagou.
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Rejeitados
FantasyEm um mundo paralelo, habitados por monstros e humanos, vive Duark, um garoto sonhador, que deseja se tornar o mais rápido corredor do reino. Porém, após uma vitoriosa corrida, ele é traído pela rainha Genneves, e exilado na Floresta da Rejeição, on...