Sufoco

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  Ficaram se encarando por alguns segundos, sem nenhuma palavra a dizer. A garota se sentou num tronco de árvore próximo, colocou suas mãos no queixo, fechou seus olhos e começou a refletir.

  - O que você tem? - Duark disse, ao ver que a garota estava se lamentando por algo.

  - Nada.

  - Ah, fala.

  - Cale a boca, humano. Está atrapalhando.

  - Hum. - Ele se arrastou até ela, devagar - Qual é seu nome?

  - Vila.

  - Ah. Legal.

  - É, né.

  - Caramba, você é muito na bad.

  - E você é muito tagarela! Eu tô pensando no que fazer com você..

  - Me leve até aquelas pedras - ele aponta para algumas rochas num riacho - ai você me deixa lá. Eu me viro. 

  - Não. Você não sabe o que tem nessa floresta.

  - Bom.. talvez meninas com rabo.

  - Não é rabo, é calda. Seu vulgar.

  Os dois riem. Mas seus bons pensamentos são enviados longe com um barulho vindo das matas. - Vem, eu te levo. - Vila o puxou até uma caverna, onde ficaram quietos. O barulho foi se aproximando. Então, surgiu um enorme gárgula, que parecia estar caçando algum bicho para se alimentar. Logo ele saiu, e os dois puderam relaxar.

  - Wow.. isso foi por pouco. 

  - Sim, sim.

  - Mas porquê monstros habitam esta floresta? - Duark perguntou, mas logo se lembro que Vila não era humana, e ele abaixou um pouco a cabeça.

  - Bom.. Todos que aqui vivem ou são imperfeitos ou cometeram algum delito grave. São os rejeitados da sociedade, aqueles que não cabem mais nos padrões e que só atrasariam o progresso. Os inúteis, os deploráveis, os..

  - Tá, eu já entendi. - ele se aproxima dela um pouco - Mas como é que você veio parar aqui?

  - Você não iria querer saber.

  - Eu quero! Anda, pode confiar.

  - Bom, eu..

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RejeitadosOnde histórias criam vida. Descubra agora