Capítulo 6

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Fui dormir muito tarde ontem a noite. Depois de sair da Ana Paula, fui direto para casa. Passei o resto da tarde estudando e fazendo unha.

Carina chegou em casa de noite. Como não a vi o dia todo, não tive a oportunidade de falar com ela sobre o encontro-que-não-é-encontro, por isso assim que ela chegou já fui logo exigindo informações:

- E aí?

- E aí o que? - ela tirou a bolsa do ombros e estalou o pescoço, a cara cansada.

- O encontro jumenta! Como foi?

Ela deu de ombros.

- Ah, isso. Foi legal.

- Então quer dizer que foi um encontro...

- Não. Bem...não. O que quer que tenha sido foi legal.

- Tá, foi legal, mas e aí? - perguntei impaciente - Quero mais detalhes!

- Ai Alice, foi legal e ponto. Não tem detalhes. Olha, eu fui direto da faculdade pro serviço, nem almocei ainda, to cansada pra caramba.

Revirei os olhos.

- Tem comida naquele pote, eu que fiz, é só você esquentar. - apontei para o fogão, e fiz um gesto geral com a mão - E tem várias cadeiras aqui, além de sofá e cama. Você descansa e mata a fome. E enquanto isso me conta o que aconteceu!

- Você é chatona, não sei se existe alguém que consiga te aturar! - ela pegou um prato, arrumou sua comida, colocou no fogo e ficou ali parada esperando - A gente saiu daqui de casa e foi em um restaurante. Antes que você pergunte, não era um restaurante caro, nem romântico, nem nada disso. Era um restaurante normal, para todas as pessoas, famílias, namorados e amigos. Amigos, entendeu?

Assenti e ela continuou:

- Por falar nisso, eu posso saber qual a razão de você ter descartado minha opção de blusa e calça jeans, ter me feito colocar aquele vestido apertadaço, enquanto o Álvaro foi todo desarrumado?

- Tava demorando para você falar disso. Se ele não sabe se arrumar, o problema não é meu, mas a minha irmã vai toda bonitona sim!

- Tá, tá.- ela desligou o fogo, trouxe a comida e sentou na cadeira na frente da minha - Mas o que acontece é que não rolou nada demais. A gente comeu, conversou, riu e viemos embora.

- Não rolou nada demais? Tem certeza? Porque ele te olhou pra caramba quando chegou aqui.

- Normal olhar ué, tem olho pra isso - replicou, mas percebi um leve rubor cobrir sua bochecha - Na verdade, aconteceram algumas coisas estranhas sim. Coisas que normalmente não aconteciam.

- Tipo o que? Conta tudo! Ai Jesus!

- Não vou falar se você ficar de gracinha desse jeito. Deixa quieto, não dá pra conversar com você.

- Para de drama - falei, e quando percebi que ela não ia falar mesmo, resolvi ceder - Tudo bem, eu fico quieta. Mas me conta por favooor.

Ela respirou fundo.

- Durante o caminho todo de carro, ele ficava olhando de lado pra mim e ficava meio nervoso quando eu perguntava se tinha alguma coisa de errado comigo. Durante o jantar, ele ficou mais calmo, mais ele mesmo, porém ficava me encarando muito enquanto eu falava - ela fez uma pausa para perceber se eu estava acompanhando, antes de continuar - E no carro, ele voltou a ficar esquisito, principalmente quando chegamos aqui em casa. Ele começou a falar alguma coisa tipo "então, eu", mas aí parou e foi chegando mais perto do meu rosto, mais perto, e quando tava perto demais - ela colocou uma mão perto da outra me mostrando a distância em que estavam - Ele foi pro lado e falou "olha aquele gato!" e quando eu olhei assustada, tinha um gatinho todo sujo e meio machucado do lado de fora do carro. Aí ele se afastou, a gente saiu do carro e ele pegou o gato no colo, colocou no banco que eu estaca sentada antes, e se despediu de mim com um abraço, dizendo que ia levar o gatinho para o veterinário. Foi só isso.

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⏰ Última atualização: Nov 07, 2016 ⏰

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