Capítulo 4

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      O primeiro dia de aula. Adeus férias, adeus liberdade.

      Bradley me acompanhou até a porta da minha sala. Podia sentir os olhares dos outros alunos sobre mim. Deviam pensar que éramos namorados. E tinham um pouco de razão, porque, desde a festa, estávamos sempre juntos. Eu só torcia para que ninguém contasse à Carly.

     

      Na hora do almoço, sentei com minha irmã, Sarah e Nora. Bradley entrou no refeitório um tempo depois. Parecia estar procurando por mim. Quando me viu, apenas o encarei como se dissesse Desculpa, mas tenho que sentar aqui. E ele apenas sorriu, como quem diz Não se preocupe com isso. Então se sentou em uma mesa com dois caras que eu já tinha visto na festa.

      - Ele é um babaca. – disse Carly, percebendo que eu olhava para Bradley.

      - Quem?

      - Quem mais? Bradley. Acredita que eu finalmente tomei coragem para chamar ele para sair e ele praticamente fugiu de mim?

      - Como assim "fugiu de você"? – perguntei, olhando para ela pela primeira vez.

      - Ele disse que tinha planos para sexta e que não podia falar. E então – suspirou, mordendo uma batata frita -  simplesmente foi embora.

      Bradley não era assim. Por que ele faria isso?

      - Acho que você devia tentar mais. – disse Nora – Talvez ele realmente estivesse ocupado.

      - Também acho. – Sarah roubou uma batata do prato de Carly – Você é bonita. E ele seria muito idiota se não saísse com você.

      - É, sou mesmo. – e as três riram.

      Quando as aulas finalmente acabaram, mandei uma mensagem para Bradley:

      Me encontra atrás dos dormitórios. Precisamos conversar.

      Estava encostada em uma árvore quando ele chegou. Como sempre, estava sorrindo, o que me irritou um pouco devido ao que fez com a minha irmã.

      - Oi. – ele disse.

      Olhei severamente para ele, esperando que se tocasse do que fez.

      - Por que foi tão grosso com a minha irmã?

      - Ela te contou, não foi? – suspirou.

      - É, contou. – disse, saindo de perto da árvore e caminhando em sua direção – Por que foi tão babaca?

      - Eu não quis falar com ela daquele jeito. Só estava com pressa. – respondeu, parecendo incomodado com a situação.

      - E não podia ter dito sim ao convite?

      - Claro que não. Nós vamos sair sexta. – sua voz soou irritada. Por que ele estava tão irritado?

      - Pelo amor de Deus, Bradley. A gente podia ter combinado de sair outro dia! – retruquei, chegando ao meu limite.

      Bradley me encarou por alguns poucos segundos, que pareceram eternidades. Eu estava lutando contra a minha vontade de desfazer minha cara de raiva e pedir desculpas quando ele gritou:

      - Olha, quer saber? Esquece sexta. Não precisa sair comigo se não quiser, mas eu não vou sair com a sua irmã. Você não entende? Eu não quero nada com ela.

      Bradley se virou e saiu pisando duro em direção ao estacionamento, e eu o segui. Antes que abrisse a porta, segurei-o pelo ombro. Bradley me encarou com raiva:

      - O que foi?

      Não consegui resistir, e minha raiva se transformou em tristeza.

      - Eu quero sair com você. – sussurrei, quase como se não quisesse que ele ouvisse o que eu dizia – Desculpa. Eu perdi a cabeça. Carly sempre me apoiou e eu acho que senti a necessidade de apoiá-la também.

      - Então... a gente ainda vai sair sexta? – brincou, se acalmando.

      - Sim. – ri – A gente ainda vai sair sexta.

      Bradley me acompanhou até meu quarto. Meghan não estava lá. Quando entramos, praticamente joguei minha bolsa no chão e me atirei na cama.

      - Estou cansada.

      - Percebi. – respondeu, o que fez com que eu revirasse os olhos e sorrisse.

      - Quer ver um filme? – sentei na cama e puxei o laptop da bolsa.

      Ele se sentou ao meu lado e deixou que eu escolhesse o que assistiríamos. Mas simplesmente fiquei parada encarando a tela preta. Então, me virei para ele e perguntei:

      - O que tem de errado com a minha irmã? – eu não estava com raiva, apenas curiosa.

      Bradley suspirou:

      - Não há nada de errado com ela.

      - Então por que você não dá uma chance?

      - Eu não sei. Só... não estou muito afim.

      Sei que ele estava mentindo, mas não adiantaria nada continuar insistindo. Bradley não iria falar. Então apenas suspirei, liguei o aparelho que estava em meu colo e escolhi um filme.

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⏰ Última atualização: Nov 06, 2016 ⏰

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