Nunca vou esquecer

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Eu sou tão patética. Beijei Marlon mesmo estando confusa sobre ele, beijei Saymon usando ele para um plano que nem mesmo queria que desse certo e agora estou aqui chorando.

É como se tivesse passado anos quando disse aquelas coisas.

Segundos antes.

-Valentine o que você está...

-Ah... oi Marlon

-Soldado tome agora seu posto e espere suas ordens, você será castigado por isso- Marlon fala furioso

Saymon obedece imediatamente, ele parecia estar muito confuso.

-Que merda é essa Valentine? - Marlon pergunta me agarrando pelo braço

-Que que isso Marlon? Adicionou novas palavras ao seu vocabulário perfeitinho? - pergunto zombando

-Não mude de assunto, por que fez isso- ele aperta mais ainda meu braço

-Me solta cara! - começo a me contorcer- tá bravinho é?

-Valentine eu achei que... eu achei que você...

-O que? Te amava? Sinceramente, você não me conhece mais? Eu sou de muitos, compromisso não é meu forte...

-O que?! - seu rosto se contrai de raiva e meu braço está mais vermelho que uma maçã

-Aí, me solta!

-Não... como você pode?

-Você é minha preferência, mas não minha única opção, sinta se honrando por isso

Ele solta meu braço bruscamente fazendo com que eu perca o equilíbrio e caia no chão.

Olho em sua direção e vejo sua mão se erguendo, ele serra os punhos e tenho vontade de correr, nunca vi Marlon nesse estado. Me encolho no chão protegendo meu rosto.

-Desculpa- murmuro bem baixinho na esperança que ele ouça 

Ele não ouve, porem, sinto um suspiro profundo, logo em seguida passos apressados.

-Você me da nojo- ele fala e sai de perto de mim

A porta se abre ao meu lado e Camily senta no chão junto a mim.

-Você me empurrou- ela fala como se não acreditasse

-Agora não Camy- digo ainda agachada

-Cara, isso foi cruel, aquelas coisas que você disse, e nem precisou ensaiar

-É, talvez eu seja boa em teatro

-É quem sabe

Ficamos nos olhando, Camily e eu nunca fomos muito boas em aconselhamentos e apoio, toda vez que alguma coisa acontece  simplesmente ignoramos.
Bem que agora podia ser diferente.

-Vem, vamos nos embebedar por aí- ela estende a mão e me ajuda a levantar

No dia seguinte fiquei de ressaca, minha cabeça girava e estava mais enjoada do que nunca, mas isso não me impedia de beber mais.

Agarro a garrafa de Bourbon na estante próxima a minha cama, me levanto e vou direto pro banheiro.

Encho a banheira e  me olho no espelho. Eu to uma caca, meu delineador escorreu pela minha cara, estou igual a noiva cadáver.

Entro na banheira, por mais que a água estivesse quente, não conseguia me aquecer, me sentia fria, morta.
Mergulho a cabeça na banheira de baixo d'aguá, tento fingir por um minuto que nada daquilo está acontecendo, por que estou aqui? Por que meu pai era um rei? Que merda é essa que tá acontecendo comigo?

Valentine apenas uma rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora