Posso toca-lo?

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- Oh... mas... mas que ótima noticia Marlon, não achei que estivesse tão ansioso a ponto de querer adiar o casamento para amanhã- o rei fala contente 

- Sim, eu... eu não sei o que me deu, mas... Sofia- ele a chama com delicadeza- Você aceita se casar comigo? 

Ela fica olhando o se ajoelhar e pedir a sua mão, seu rosto vermelho e seus olhos cheios de lágrimas afirmam um sim com a cabeça. Vendo tudo isso de um canto, sinto um grande aperto no coração. 

- Bem então... vamos nos apresar, temos muita coisa para organizar- a rainha fala animada 

- Você tem razão mãe, mas antes eu preciso conversar com Sofia- ele segura a mão dela e os dois vem em minha direção no corredor 

Vendo que talvez poderíamos nos encontrar, me desvio do caminho deles e sigo outro rumo, Sofia que ria de alguma coisa logo parou quando me viu de costas, Marlon deve ter me visto também, quando olho para os dois, eles passam como se eu não estivesse ali, mas Marlon me lança um olhar carinhoso, fazendo toda a minha pele rapiar. 

Quando abro a porta do meu quarto, percebo que as servas do rei já estão preparando minha mala, fico olhando as iniciais minha que deixei espalhadas por todo o lado, vou sentir falta das manhãs silenciosas e as cortinas voando para dentro do quarto por causa do vento. Sem perceber eu me cativei com tudo nesse lugar. 

Passeando por entre o roseiral, tento imaginar o que aconteceu naquele dia ensolarado de janeiro, é tudo tão vago em minha mente, deito no chão gramado do local e fico observando o céu azul na minha frente, quantas vezes desejei ter aquelas tais assas? Meus olhos começam a fraquejar e confortável ali, eu pego no sono.

... 

- Mamãe, aonde a gente tá? 

- No inferno querida

- Por que o inferno é tão bonito? 

- Por que os jardineiros daqui recebem bem, agora chega de pergunta se não eu vou esquecer por que eu to aqui- ela fala andando meio confusa

- Tá bom mamãe... mas eu posso brincar de cachorro? 

- Ainda com essa ideia de cachorro Valentine? - ela pergunta intrigada- Olha meu amor, não é por que você entrou numa maleta de cachorro e o homem do aeroporto te confundiu com um cachorro que você tem que acreditar que é um- ela diz se abaixando para olhar bem para mim 

- Tá bom mamãe- digo lambendo o rosto dela alegre 

- Ahaaa... tá bom, vamos fazer assim- ela diz me colocando no parapeito de um corredor gigante 

- Você fica aqui em guarda enquanto eu falo com a madrasta malvada que transformou você em um cachorro, ok? - ela dá um joinha 

- Ok! - mando um de volta 

Ela entra dentro de uma sala estranha e de longe percebo um homem loiro e estranho atrás de uma escrivaninha. 

- Ok... eu tenho que ficar de guarda, mas- fico olhando os caras uniformizados ao redor- Eles já tem guardas, a não ser que... eu posso ser o cão de guarda- pulo do parapeito e logo começo a engatinhar e a mostrar a língua para fora 

Como um cão de guarda, fico andando de um lado para o outro na frente da porta, mas algo próximo a mim me chama a atenção. Vou em direção ao que parece um vaso de planta e começo a cutucar  a terra, pouco tempo se passa até que a planta esteja toda atirada no chão e agora quem está dentro do vaso, sou eu. 

Com minhas perninhas para cima, tento me mover para sair de dentro do vaso, mas nada resolve. Finalmente depois de muito me debater, o vaso cai no chão comigo dentro, cheia de terra, acho graça daquilo e fico rindo e jogando terra para cima. 

Valentine apenas uma rainhaOnde histórias criam vida. Descubra agora