Capítulo 2 - O desaparecimento

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31 de Dezembro de 2018

Como já era de se esperar, em um piscar de olhos já era dia 31, último dia do ano, tudo já estava perfeito na minha casa, mesas, Buffet, músicas e enfeites. Ás 18h os convidados começaram a chegar. Existia vários garçons começando a encher alguns copos. Alguns preparando um grande churrasco, no qual havia um grande porco assando lentamente em meio aos estalos da madeira que queimava . Meu pai estava com alguns amigos dele no seu escritório mostrando o quanto seu filho mais velho estava prestes a se formar. O Meu irmão mais velho. Ele estava terminando sua faculdade de Medicina. Meus tios, tias, primos e primas, todos médicos. Parecia ser tradição na família. Creio que a minha mãe esperava que eu também fosse um. Lamento te decepcionar mãe...  Provavelmente meu pai além de estar se gabando do meu irmão, estaria escolhendo quais vinhos iriam saborear durante aquela noite festiva. Bem, a minha mãe estava com algumas amigas dela, vendo algumas coisas dentro de casa, provavelmente fofocando da roupa de alguém da festa, coisas que mulheres fazem e que eu não entendia. A festa estava começando, eu fui ao meu quarto liguei meu computador. Fui ver no fórum (de um determinado site que não posso expor ) algumas perguntas sobre alguns bugs de um jogo que estava ainda na fase alpha e que eu estava ajudando a programar e testar. Eu participava da Staff do jogo. Depois de responder algumas dúvidas de alguns jogadores fui checar meu e-mail, pois regularmente recebia algumas sugestões de como melhorar o jogo e isso é bastante interessante. Mas naquela hora eu me deparei com algo muito estranho. Um e-mail sem título, sem mensagem nenhuma escrita. Simplesmente não tinha nada ali. Eu deixei o PC ligado e fui levantando da cadeira, pois um pequeno garoto estava entrando no meu quarto, provavelmente um filho de alguma das amigas da minha mãe.m. Eu era um daqueles jovens que tinha altos adesivos na porta do quarto dizendo: vaza, cai fora, bata antes de entrar, DANGER. E outros símbolos tóxicos. Eu levantei da cadeira e olhei pro menino que tinha lá pros seus oito anos de idade. E perguntei:

- Ta perdido guri?

Olhei pra ele com uma cara de quem estava reprovando as ações dele esperando que ele me respondesse que estava procurando o banheiro, e para a minha surpresa ele respondeu sem mesmo pensar:

-Sua mãe disse que eu podia entrar aqui e pegar alguns brinquedos.

Eu não gostava quando minha mãe fazia isso. Levantei com um sorriso no rosto meio cinza e o levei até uma estante cheia de brinquedos que eu brincava provavelmente quando tinha a mesma idade que ele no qual hoje era apenas o enfeite do meu quarto e falei:

- você pode pegar apenas 1 brinquedo por vez, não quebre, não morda, não ateie fogo ou sequer pense em jogar na privada. (Não sei se você sabe, mas alguns garotos são aficionados em jogar coisas na privada) Quando você se cansar de brincar com esse brinquedo guarde onde achou e pegue outro se quiser, apenas 1 brinquedo por vez, ou nunca mais você vai entrar nesse quarto.

Falei com um tom ameaçador esperando ver nele uma cara de espanto, sei lá. O menino já havia pegado bem uns três brinquedos e parecia nem ligar pro que eu disse. Ele parecia maravilhado com tantos brinquedos, eu acho que ele não devia ter muitos em casa. Voltei pro meu PC e assim que me sentei olhei para o menino e ele parecia brincar como se nada mais existisse ao seu redor. Pra abafar um pouco seus sons esquisitos eu entrei no You Tube e coloquei a minha seleção de músicas preferidas. Meu quarto era equipado com pequenas caixas de som no canto de cada parede deixando um som ambiente bem legal. Eu sempre gostei de escutar músicas eletrônicas. Parece que o menino também estava apreciando a música. Voltei ao meu E-mail para ver a estranha mensagem que eu tinha encontrado e tinha uma pergunta: "Do you believe in magic ?Que significa: "Você acredita em magia?" mesmo sem entender o que se passava, ignorei e continuei checando outros e-mails. Pouco tempo depois fui até a geladeira, nesse momento já havia muitas pessoas ali em casa, minha mãe me apresentou algumas pessoas que eu não havia visto fazia tempo, além disso, estava aquele clima de festa, um som alto que estava tocando e aquele barulho de gente conversando. Abri a geladeira e peguei uma bebida, voltei ao meu quarto tomando e a última coisa que eu me lembro foi de sentar naquela cadeira escutando minha música, quando olhei pro PC tudo começou a escurecer, falei em voz alta:

-Quem colocou droga na minha bebida?

E apaguei.

A incrível história de Lecce HawksOnde histórias criam vida. Descubra agora