Apenas Uma Stark

Por um segundo

POV Alicia.

Sabe aqueles dias que você adoraria apagar? que você adoraria voltar ao dia anterior e fazer com que tudo o que aconteceu não passasse de um pesadelo? Aqueles dias que acabam com você e tiram uma parte de você? Hoje é um dia desses, e o que eu mais quero é voltar no tempo,  abraçar a minha mãe e dizer que ela é uma inconsequente por se jogar na frente de uma bala para me salvar, mas de qualquer forma eu a amo, amo ela por sempre estar ao meu lado quando eu precisava, amo ela por sempre me dizer a verdade e mostrar para mim que eu erro e errar é humano, mas acima de tudo, eu a amo por ser minha mãe.

Mas eu também quero dizer para ela o quanto eu a odeio, a odeio por me tratar como uma criancinha as vezes, a odeio por não perceber que eu sou uma garota, uma agente muito bem. treinada da Shild que tem poderes e não precisa que a mãe se jogue em frente a uma bala para salvar a minha vida, e acima de tudo eu me odeio por ter tanto poder e essa merda não ser útil quando uma das pessoas que eu mais amo está morrendo na minha frente e eu não posso usá-los para salvar sua vida. Eu. Me. Odeio.

E essa é a verdade, meus poderes por mais que eu ame, só conseguem trazer desgraça, destruição, afinal, é isso que eu sou, uma arma, uma arma pronta para explodir a qualquer momento e matar todos ao meu redor, não era isso que a Hidra queria? Pois eles me tornaram exatamente o que eu sou agora, um monstro.

Não consigo parar,não consigo parar e lembrar esse dia, as imagens ficam passando e repassando na minha mente, toda as vezes que eu fecho os olhos e tento dormir eu ouso o som do tiro e vejo minha mãe caída no chão novamente e eu estou lá: parada sem fazer nada. Porque eu sou assim, uma inútil que consegue salvar a vida de todo mundo menos da pessoa a qual eu tanto amo.

Fury estava aguardando todos nós-Os vingadores- na cede da Shild, nós tínhamos uma nova missão, a Hidra estava fazendo de novo, arrancando crianças inocentes de suas famílias e as tornando em máquinas mortíferas totalmente letais e sem sentimentos, robôs que tem corações batendo mas já não tem nada pelo qual viver, e muito menos tem controle por suas ações.

Nossa missão é tirar as crianças e pegar o chefe, o restante dos agentes que estivessem lá ninguem se importava se ficaria vivo ou morto, por mim todos estariam mortos, pessoas como eles só servem para fazer o mal e não precisamos de mais maldade no mundo.

Fui notificada de que minha mãe também irá na missão, já trabalhamos juntas antes, sei que vai dar tudo certo, sempre dá, eu acredito que não há nada melhor do que trabalhar com alguém que te conheça; além de confiar na pessoa você sabe exatamente o que fazer e sabe que essa pessoa sabe também, como se estivesse lendo sua mente.

Entrar foi a parte mais fácil, sendo um prédio comercial no meio de Oregon eu só precisei entrar dizendo que estava ali para uma entrevista de secretária e manipular ás pessoas para que me deixassem ir até onde eu queria. Enquanto eu e minha mãe íamos para o último andar pegar o chefe os vingadores ficaram com a missão de acharem as crianças e as tirarem em segurança, tudo estava bem até  ouvirmos um alarme, já sabiam que estávamos aqui, teriamos que ser rápidas.

Chegamos a sala do chefe e estavamos cercadas, era a droga de uma armadilha! Eu consegui usar os meus poderes fazendo exatamente o que Fury falou,poupar o chefe, matei todos menos ele, e quando dei por mim ouvi o som do disparo, e então minha mãe entrou na minha frente e o que eu vi em seguida foi sangue, muito, muito sangue, eu não consegui gritar, ela estava morta e eu não podia fazer nada, ela morreu por minha causa.

Me abaixei e coloquei a cabeça dela em meu colo, fiquei alisando seus cabelos negros e peguei o comunicador, o chefe já tinha saído da sala, coitado dele se acha que vai sair vivo daqui depois dessa.

-Conseguiram completas a missão?
Pergunto,  tentando ao máximo manter minha voz neutra.

-Estou tirando a última criança do prédio, estamos todos do lado de fora, e vocês? pegaram o chefe?
Natasha pergunta e eu deixo um soluço escapar.

-Ela está morta, e em breve todos que estão nesse prédio também estarão.

Meus olhos ficaram prata e eu consegui ver cada pessoa em cada cômodo, definhando, sofrendo. Eu conseguia sentir a dor deles, o medo, o pavor, e eu estava adorando isso, pois nada, nem toda a dor que eles estão sentindo se compara a dor e a perda que estou sentindo agora, e todos eles, todos, merecem isso.

-Vamos Hanna, está na hora do enterro.

Meu pai diz e eu assinto limpando uma lágrima que escorria do meu rosto.

-Já estou indo, só mais um segundo.

Ele se foi e eu relembrei tudo de novo, e de novo, e de novo por todo o caminho, a Hidra me tornou uma arma e agora essa arma está com sede de vingança. Eu vou caçar esses desgraçados e acabar com cada um deles.