Capítulo 1

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James Morais

- Porra James! – Marisa exclamou irritada. – Onde você está com a cabeça? Que droga meu!

Passei as mãos no rosto completamente frustrado com aquela situação e o que me agoniava era saber que a irritação dela tinha total fundamento, pois meus pensamentos estavam em outro lugar.

Sentei na cama assistindo-a exibir sua nudez enquanto caminhava pelo quarto procurando suas roupas.

- Mari. – chamei fazendo ela me olhar com impaciência. – É somente cansaço. – tentei explicar.

Ela soltou uma risada sarcástica enquanto colocava a calça.

- Então esse cansaço não é de hoje não é mesmo? – murmurou revoltada. – Eu gosto de ficar com você James, mas desse jeito está foda!

- Também gosto de ficar com você gata. – falei agoniado.

- Mas é em outra que você pensa quando está me comendo porra! – ralhou com raiva. Engoli em seco e enrijeci o maxilar. Aquela afirmação foi tão inesperada que por um segundo eu não soube o que responder. – Vou embora e espero que só me procure quando estiver inteiramente livre James.

Logo depois ouvi o som dos seus saltos ecoando pelo quarto e em seguida a porta sendo fechada. Joguei-me contra o colchão bufando alto, infelizmente aquilo vinha acontecendo com frequência e definitivamente estava fugindo do meu controle.

Marisa e eu nos conhecíamos há poucas semanas, porém estávamos nos dando bem. Não havia cobranças ou sentimentos, apenas o tesão um pelo outro.

Levantei seguindo para o banheiro, liguei a ducha e me enfiei na água com tudo. Ansiava por afogar aqueles malditos pensamentos, eu queria silencia-los, mas nada do que eu fizesse surtia efeito sobre aquela obsessão.

- Mas que porra Emily! – rosnei socando a parede.

Porque eu não conseguia tirá-la da cabeça?

Desliguei o chuveiro e saí pegando a toalha. Fui me enxugando em direção ao quarto.

O nosso relacionamento não evoluiu em nada, a teimosia dela tornava as coisas extremamente difíceis. Eu não entendia o motivo de ela não querer minha ajuda e continuar vivendo daquela maneira. Outro fato que não conseguia entender era aquela ideia fixa de querer trazer a irmã para morar com ela, sendo que mal conseguia se sustentar sozinha.

Coloquei a cueca e me sentei na cama suspirando, a verdade era que no fundo, eu a queria por perto. Mesmo com todo aquele atrevimento.

Meus olhos se fixaram em meu telefone e senti meu coração acelerar um pouco com a possibilidade de ligar para ela, a covardia em procura-la estava acabando com meu autocontrole.

Desde a última vez que havíamos nos encontrado, há quase um mês atrás, decidi deixa-la livre, mas aquilo estava me deixando inquieto e o silencio dela piorava ainda mais as coisas.

- Pentelha do caralho! – rosnei pegando o celular.

Incrivelmente ela tinha o poder de me irritar e desestabilizar com a mesma intensidade. Procurei seu número na agenda e disquei, aguardando ansiosamente.

- Oi James. – falou ao atender, sua voz estranhamente aquecendo o meu coração. – Pensei que havia me esquecido.

- Como você está? – perguntei lutando contra a onda de emoções que se apossava de mim cada vez que falava com ela.

Eu sou Dela (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora