Partida

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( Love Never Felt So Good - Michael Jackson ♪ )

Clarke despertou ainda meio sonolenta. Se acostumando a pouca claridade do quarto, provavelmente Lexa fechara as cortinas. Apenas uma luz suave vinha do banheiro sendo a única iluminação forte do cômodo. Lexa estava agarrada a Clarke as pernas enroscadas às delas como de se desejasse que ela nunca mais saísse dali. A morena dormia profundamente. Clarke se mexeu e abriu os olhos mais uma vez se ajustando a escuridão.

Ela olhou para rosto de Lexa enquanto ela dormia parecia ser tão forte e ao mesmo tempo uma grande vulnerabilidade que deixava Clarke emocionada. Naquele momento ela percebeu que precisa fugir e ficar longe de Lexa enquanto ainda era tempo. Ela levantou com cuidado, tirou um dos braços de Lexa que estavam sobre ela preso as suas costas e foi em direção ao canto da cama. Seu collant estava sobre uma cadeira próxima à cama e os sapatos no tapete a sua frente. Clarke se lembrou de que tinha jogado tudo ao chão durante a noite passada. Aquilo lhe fez brotar um sorriso no rosto porque significava que Lexa não adormecera assim tão rápido quanto ela, pois a morena arrumara suas coisas. E certamente a observara enquanto ela dormia.

Depois de juntar suas roupas rapidamente Clarke foi em direção ao banheiro se trocar. Sua maquiagem estava completamente borrada. Vestiu de forma ajeitada e com pressa seu collant em briga constante com zíper. As asas da fantasia haviam caído. Depois pegou os sapatos tentando não fazer nenhum barulho e andou nas pontas dos pés indo em direção à porta que a levaria a segurança.

A capa que Lexa usara na noite anterior estava jogada sobre uma mesinha antiga perto da porta. Clarke sentiu um profundo alivio, ela se apossou da capa e se agasalhou com ela. Depois ouviu o próprio coração acelerar, saiu da suíte fazendo o mínimo barulho possível para não despertar Lexa. Andou rapidamente ate o corredor em direção à placa vermelha: SAIDA. Calçou as sandálias desceu correndo as escadas ate o saguão do hotel. O atendente estava de costas. O porteiro abriu rapidamente a porta de vidro com uma gentileza impecável, perguntando a Clarke se ela gostaria que lhe chamasse um taxi.

– Não agradeço a gentileza. – Respondeu Clarke com um sorriso, desceu a rua de forma rápida como se fosse um habito de anos deixar hotéis luxuosos sempre a altas horas da madrugada.

Não houve nenhuma abobora, nem nenhuma carruagem esperando por ela. Talvez a Cinderela em sua versão tivesse sido diferente ela dançara com uma rainha ao invés do príncipe. Tinha feito amor com aquela rainha... E quantas vezes teria feito amor com Lexa Woods naquela noite tão doce? Definitivamente não se lembrava, mas com toda certeza jamais esqueceria. Clarke sentiu o cheiro de rosas que floresciam no jardim ali próximo, a fragrância era doce.

Havia uma meia lua no céu. Um taxi passou pelo local, logo depois uma moto. Clarke virou a esquina. Ela sabia que esconder seus rastros era imprescindível. A capa tinha um capuz que protegeria. Ela a colocou sobre a cabeça e andou apressando o passo ao longo das ruas desertas, tomando um caminho tortuoso em direção ao apartamento do amigo Jean. Ela sabia que ele tinha viajado em turnê. Sua chave estava no bolso do collant. Meia hora depois Clarke Griffin estava em segurança no apartamento, o coração batendo acelerado dentro do peito por ter subido cinco lances de escada. Já dentro do local, olhou ao redor se sentindo aliviada por estar em segurança e que e ali Alexandria Woods jamais a encontraria. Jean era detalhista...

As paredes eram brancas, cadeiras de couro pretas, três fotos em preto e branco sobre o aparelho de som. Não nada a ver com a suíte super luxuosa e decorada de Lexa. Clarke sabia que não deveria pensar nela. Tinha ensaio marcado em Estocolmo na parte da tarde e um concerto a noite. Seu voo sairia bem cedo pela manhã. Já no banheiro Clarke demorou mais do que esperava para tirar a mascara que prendera com cola junto às orelhas. Depois de uma luta com acessório finalmente estava livre dela. Logo retirou o restante da maquiagem, soltou os cabelos que logo caíram por cima dos ombros.

Butterfly - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora