Perdas

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( Lanterna dos afogados - Cassia Eller ♪ )

Clarke tentava controlar a tremedeira que se encontrava seu corpo, no momento que abriu a porta e deu de cara com Elizabeth James, uma amiga que não via a mais de cinco anos. A morena carregava um bebê nos braços parecia bem abatida com semblante desesperado.

– Olá Clarke. – Elizabeth falava ainda em pé a porta esperando um convite para entrar.

– Liza é você mesmo? – A violinista ainda não acreditava no que estava vendo diante dela.

– Poderia convidar uma velha amiga para entrar. Preciso da sua ajuda Clarke ou não teria vindo te procurar.

– Venha entre vou fazer um café e podemos conversar. – Clarke deu espaço para que Liza pudesse entrar e em seguida fechou a porta.

A conversa foi longa, e o pedido que Elizabeth fez a Clarke foi algo que jamais imaginou pensar. Depois de lhe contar toda sua toda sua historia, e como Lexie tinha ido parar em seus braços. Uma noite um bar e duas pessoas desesperadas por recomeçarem. Elizabeth era uma mulher vivendo a depressão pela perda da sua família, enquanto Joshua era pai solteiro que acabara de perder a mulher no parto. No começo fora amizade ate que se apegaram e no fim estavam sendo uma família. Até que destino lhe pregou peças e Joshua teve que partir deixando a menina com ela. Só que agora ele estava morto e Elizabeth queria proteger Lexie, protegê-la da família materna da menina fora isso que Joshua havia lhe pedido antes de morrer, e era o que ela estava tentando fazer agora pedindo que Clarke ficasse com ela.

– O que você esta me pedindo é loucura Liza.

– Você me deve Griffin. Eu estou doente e tudo que lhe peço, é que fique com Lexie por um tempo ate que eu termine meu tratamento. Não tenho como cuidar dela, e cuidar de mim ao mesmo tempo. E eu confio em você, sei que ela estará segura aqui.

Era difícil para Clarke negar o pedido, porque quando precisara de Elizabeth ela não lhe negara ajuda, pela contrario ela não pensou duas vezes. Elas se conheciam desde adolescência e Elizabeth sempre apoiara Clarke em tudo, e fora a própria que lhe dera abrigo quando Clarke se mudou para Nova York para estudar música em Julliard. Era uma posição delicada, a mulher parecia desesperada e havia uma criança no meio daquilo tudo.

– Liza não é que eu não queira ajudar, mas cuidar de bebê exige tempo, e eu tenho que ensaiar, concertos e eu levo uma vida corrida.

– Eu posso ajudar loira. – Jean entrou todo espalhafatoso como sempre.

– Ouvi toda conversa, e posso te ajudar a cuidar desse anjinho até que a mamãe aqui esteja melhor.

– Esta vendo não estará sozinha, seu amigo vai lhe ajudar. Três meses Clarke e, eu volto para buscá-la é tudo que lhe peço.

Nem por mil anos Clarke se imaginou com um bebê nos braços, mas algo nos olhos da garotinha a conquistou, ela conhecia aquele olhar era algo familiar ao qual a violinista não soube identificar naquele momento. Mas quando pegou a menina no colo pela primeira vez, algo mudou sentiu-se inundada por um sentimento de alegria. Foi uma sensação que lhe trouxera felicidade, a garotinha sorriu para ela e se deitou sobre seu ombro, Lexie tinha acabado de conquistá-la e, talvez fosse algo que duraria para sempre. Clarke abriu um largo sorriso com o bebê nos braços e tomou sua decisão.

– Tudo bem Liza. Três meses e nem um dia a mais.

– É tudo que preciso Griffin. Eu irei ligar todos os dias para saber como ela esta. Aqui esta meu numero para qualquer emergência, eu agradeço muito e aja o que houver proteja-a Clarke. – A morena dizia como se espreitasse o perigo eminente sobre a criança.

– Fique tranquila eu vou proteger ela de tudo e todos. Quando você voltar ela estará bem Liza.

– E tudo que quero que ela esteja bem. Elizabeth se despediu da garotinha, e assim como nada apareceu simplesmente ela se foi deixando Clarke vivendo uma nova realidade.

Conforme os dias se seguiram Clarke criou uma rotina entre cuidar de Lis e ensaiar. Como prometera Jean ajudava como podia e ficava com menina quando Clarke tinha que tocar em algum lugar. Liza como havia prometido ligava todos os dias e isso foi frequente no primeiro mês, no segundo foi diminuindo e assim consecutivamente ate não haver mais nenhuma ligação. Clarke entrou em desespero o prazo tinha se acabado e Elizabeth evaporado.

– Clarke se acalme. – O amigo tentava tranquiliza-la.

– Como me acalmar Jean ela sumiu, não atende mais o bendito telefone.

De repente Lexie, acordou chorando e Clarke correu para ver a menina. Ela estava com fome e enjoada porque os primeiros dentes começavam a nascer. Clarke a tirou do berço e levou para sala tentando entretê-la.

– Os dentes devem estar incomodando não é princesa. Jean pegue o mordedor dela.

O francês foi à procura do objeto e Clarke se sentou com a menina no sofá imaginando o que faria dali para frente já que Elizabeth sumira do mapa. Sem noticias e não sabendo como encontrar sua amiga, Clarke continuou tentando conciliar seus compromissos com o fato de ter agora uma criança em sua vida, e dia após dia ela mesmo se negando se apegava a Lexie e vibrava a cada, gesto bobo que garotinha fazia. Depois de mais um mês um homem bateu a sua porta a procura de Clarke, e lhe trazendo noticias as quais a violinista não esperava.

– Eu poderia falar com a senhorita Clarke Griffin. - O homem disse assim que ela abriu a porta.

– Eu sou Clarke Griffin.

– Creio que devemos entrar lhe trago noticias sobre a senhorita Elizabeth James. Clarke convidou o homem a entrar. E na conversa que se seguiu ela descobriu que o senhor Gerald Lucas era o advogado de Elizabeth, mas a curiosidade era porque o advogado de sua antiga amiga estaria ali e não ela?

– Senhor Lucas onde esta Elizabeth, e porque ela mandou o senhor aqui e não veio buscar Lexie? - Clarke questionava o advogado.

– A senhorita Elizabeth faleceu há uma semana. Ela estava doente e sabia que tinha pouco tempo de vida e deixou tudo planejado para que a pequena Lexie estivesse em segurança. Que no caso ela julgava que menina ficaria bem com você Clarke. Ela deixou tudo que tinha para você, com uma única condição você deve cuidar da menina e seguir as instruções que estão contidas aqui. - O homem entregou a Clarke um envelope. Emma pegou o envelope pardo e tentava processar tudo que acabara de ouvir, Liza estava morta e havia lhe deixado Lexie.

(...)

Lexa caminhava pelo pequeno quarto com algumas poucas lembranças de alguém que fora de suma importância em sua vida, mas que não teve a chance de ver crescer. A dor de ter sido levada a tomar uma decisão impensada a consumia todos os dias a esperanças de encontra sua garotinha diminua a cada dia e fato de ter pedido sua borboleta misteriosa de vez pioravam as coisas, algo em seu coração dizia que ela não deveria desistir, mas uma vez, mas o que fazer diante de uma pessoa que não queria ser encontrada? E será que ela pensava em Lexa como Lexa ainda pensava nela, eram tantas perguntas que a empresária mesmo dispondo de todo dinheiro que tinha não conseguia responder. Restava-lhe reviver os momentos que tiveram juntas ou se concentrar em encontra sua filha lhe tirada há tanto tempo atrás.

– Prometi que Katharine Woods nunca mais ia me tirar nada. Há meu anjinho seu pai ficaria tão feliz em ter você aqui e eu ainda mais. - Lexa murmurava para si mesmo agarrada à única lembrança que lhe restava da filha, a manta que a garotinha usou na única vez que Lexa teve a filha nos braços.

Lagrimas rolavam pelo rosto da morena que pensava como a vida poderia ter sido tão cruel perdera Joshua, em seguida a filha não estava mais lá. Era duro seguir em frente, mas infelizmente naquele momento não restava outra opção se não juntar os pedaços de seu coração partido e continuar sua vida.

Butterfly - ClexaOnde histórias criam vida. Descubra agora