- Eu preciso de mais algumas semanas.- imploro para a diretora do internato
- Nós ja te deixamos ficar por mais um mês e nada mudou Beatriz!
- Eu sei, mas é complicado, não acha ? Eu nem tenho para onde ir!
- Sinto muito, mas aqui você não pode mais ficar.
- Não! - grito.- Você não sente coisa nenhuma, sabe por quê? Porque você é feita de pedra!
- Chega, saia daqui hoje mesmo! - ela grita, penso em dizer algo, xingar ela de mil e quinhetas coisas mas só pioraria minha situação, então eu saio e bato a porta, seguro o choro e procuro por Nenna, a faxineira que sempre me ajuda.
- Nenna, preciso do seu celular.- digo ao encontrá-la varrendo o pátio.
- Oh menina, conseguiu alguma coisa? - Abaixo o olhar com a pergunta.- Ah, já entendi, tome, pode ligar pro seu amigo.- sorrio pegando o celular.
- Obrigada Nenna.- ela sorri devolta
Pego o papelzinho que sempre carrego no bolso com o número da casa de Tyler e disco rapidamente.
- Alô?! - Tia Marlene atende.
- Oi Lene! - digo
- Oi minha querida Bia.- vejo que ela reconhece minha voz.- Vou chamar o Tyler.- ela fala e escuto ela gritar seu nome e segundos depois ele atende.
- Fale! - ele diz.
- To ferrada.- disparo.
- O que houve?- percebo a preocupação em sua voz. Paro e penso em como o Tyler tem tantas coisas para resolver e ainda tem que se preocupar com meus problemas então resolvo mentir oque está acontecendo.
- Nada, só fui exagerada como sempre. Vou ter que sair daqui hoje, mas já arrumei um lugar para ficar.- minto e Nenna me olha com reprovação.
- Ah, menos mal, quando chegar nesse tal lugar me avise, quero saber se está tudo bem com você.
- Tudo bem nunca vai está até eu descobrir oque tem de errado comigo.
- Bia... Não tem nada de errado com você, pode te acontecido algo!
- É, talvez, tenho que desligar, beijos, tô com saudades! - digo
- Também estou, beijos, se cuida maninha.- ele fala e eu desligo entregando o telefone a Nenna.
- Você mentiu...- ela fala.
- Foi melhor assim, eu vou da um jeito, afinal tudo tem um jeito.- digo com um sorriso fraco e ela me olha com dúvida.
- Se cuida menina.
- Obrigada por tudo Nenna.- digo saindo, vou pegar as minhas coisas e sair por ai, sem rumo, afinal, ninguém quis a minha presença e oque me resta é as ruas de Nova York.
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Lar, Amargo Lar
RandomLar, doce lar. A maioria das pessoas tem uma família que os amam, nessa história a situação é diferente... Aos 4 anos perdeu sua mãe Aos 6 seu pai a colocou em um internato Aos 8 enfrentou coisas que nenhuma criança queria Aos 15 ganhou seu melhor a...