Capítulo 2

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  É horrível passar a vida trancada em um lugar onde você vê somente as mesmas pessoas e de uma hora para outra você está jogada na rua sem um teto, sem ninguém. Tive a péssima escolha de sair de lá a noite e agora encontrar um lugar para dormir é terrível, acabei de pegar um chuva terrível e ainda não achei um canto para passar a noite. Caminho perto do Central Park e depois da chuva só o chão demonstra a tempestade que caiu, olho para o céu estrelado e penso em minha mãe.

- Me de forças mamãe.- digo baixinho e continuo caminhado, encontro um canto entre as árvores do Parque e espero que ninguém me encontre aqui e que não chova novamente, preciso evitar o Brooklyn se bem que eu não faço ideia de onde eu esteja. Por que evitar o Brooklyn? O Tyler mora lá, e eu não quero ter que encontrar com ele e ele perceber que eu menti, me ajeito na árvore abraçada a minha mochila com algumas roupas e alguns trocados e pego no sono.

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Acordo com a claridade que se expande no local e o dia já amanhecia olho e ja tem algumas pessoas pelo parque então eu levanto, mas não faço ideia do que fazer, sento em um banco do Parque e abaixo a cabeça preciso pensar no que fazer e como fazer qualquer coisa, e antes de mais nada, um local para passar as noites.

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Se passou 3 dias e nada mudou, Tyler deve está louco sem saber de mim, eu estou completamente perdida, não faço ideia por onde caminho mas sei que não vou muito longe, me adaptei ao cantinho das árvores do Central Park e passo as minhas noites lá, hoje consegui alguns trocados a mais para comprar algo para comer, pego minha mochila e vou em um mercadinho perto daqui.
   Passo em quase todas as sessões e não consigo achar nada que se possa comprar com 3 dólares.

- Mas que merda!- grito na sessão de biscoitos e uma senhora me olha assutada.

- Tudo caro né?! - ela puxa assunto. Ótimo tudo que eu queria agora era assunto com alguém estando com fome.- Se bem que eu nem ligo mesmo, é o dinheiro do patrão, as comidas são para ele.- olho com tédio para ela.

Deixo o dinheiro cair no chão sem querer e me abaixo rapidamente para pegar.

- 3 dólares?! - ela pergunta e meu sangue já está fervendo.- Aqui você não vai conseguir nada com esse dinheiro.

- Sim, são 3 dólares.- grito com ela e algumas pessoas que passam nos olham.- Não posso fazer nada se eu moro na rua e vivo de trocados que as pessoas me deixam.- agora eu ja estava chorando, mas que droga...

- Oh céus, me perdoe, não chore.- ela diz chegando mais perto e eu me afasto.- Olha, meu nome é Flora, eu sei como te ajudar.- encaro ela.

- Me ajudar? - digo irônica.

- Sim, venham vamos pagar essas coisas comigo.- ela fala e como não tenho nada a perder a sigo, ela paga as coisas e a ajudo a carregar as sacolas até o estacionamento, havia um carro com motorista (Ta bom, eles tem um motorista), esperando por ela.

- Pode entrar minha filha, ele guarda.- ela fala abrindo a porta o motorista me olha de cima em baixo e depois olha com uma cara não definida para a Flora. Depois que ele guarda tudo e estamos no banco de trás do carro ele sempre me encara através daquele maldito espelinho e isso já estava me dando um nervoso imenso.

- Chegamos.- Flora diz ao carro parar em frente a uma casa enorme, não era uma casa era uma mansão, minha boca vai ao chão com a vista e eu olho para ela.

- O que eu vou fazer aqui ? - pergunto sem entender.

- Calma, primeiro vou deixar você entrar, tomar um banho comer e depois conversamos.- Ela fala calmamente e eu a encaro.

- Mas você disse que só trabalha aqui.

- Mas sou como se fosse da família, durmo aqui todos os dias.- ela explica e eu fico novamente admirando a casa.- Vai querer conhecer só por fora ou vai entrar ? - ela brinca ao ver minha fascinação pela casa e eu acabo sorrindo para ela e a acompanho.
  Entramos pelos fundos e eu não podia deixar de notar a imensa piscina, entramos e eles tinham até cozinheiros, é a casa do Will Smith?

Ela me leva até o banheiro e me da uma toalha, nem preciso dizer que o banheiro era imenso, na verdade, tudo aqui é imenso.

- Aconselho a não tomar banho na banheira, para ser mais rápido.- Flora diz simpaticamente e se retira, está bem, estou começando a gostar dela.
Tomo um banho rápido e parece que ela estava vigiando eu fechar o chuveiro.

- Consegui algumas roupas para você, estão na porta.- ela diz do outro lado da porta e eu só pronucio um obrigada. Me enrolo na toalha e pego a roupa rapidamente da porta, um short jens, uma regata e um jaqueta que pareciam ser caros mas cabiam perfeitamente em mim. Saio do banheiro e me sinto mais perdida do que estava na rua, olho pras escadas e desço mas não faço ideia de onde encontrar a Flora.

- Estou aqui menina.- ela fala saindo de um corredor.- Venha cá.- ela diz e eu a sigo, paramos na cozinha e tinha algumas coisas em cima da mesa.

- Coma, vamos ter uma longa conversa.- ela fala e eu a encaro, então ela sorri apontando para a mesa farta de comida, não questionei e nada do tipo, me sentei e comi, me senti acolhida pelo menos dessa vez.

                            

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