Brick a olhava um tanto relutante. Nunca lhe passara pela cabeça que tal missão precisasse da colaboração da sua maior inimiga, ou que ele fosse se rebaixar ao ponto de realmente vir ao encontro dela. Blossom por sua vez analisava todas as hipóteses que o fariam estar ali. De todas elas, a que mais sentido fazia, era a que o ruivo apenas estava ali para rir da cara dela, no entanto permaneceu calada. Tinha feito uma pergunta e estava pacientemente à espera de uma resposta
— Porque está tão séria? Eu sei que sou lindo mas não precisa me comer com os olhos! — Ela levantou uma sobrancelha incrédula, enquanto ele mordeu levemente a sua língua. Pelos vistos lutar contra o seu orgulho não era uma tarefa fácil. Normalmente ele preferia a morte a ter que pedir alguma coisa a uma super bostinha, mas aquele não era um caso normal.
— Como se isso fosse possível! — Riu num tom de deboche. Ele era mesmo muito convencido. — Mas ainda não respondeu há minha pergunta. Estou esperando.
— Não quer saber o conteúdo dos papéis? Eu posso lhe dizer, se fizer me fizer alguns favores. — Blossom estava a começar a estranhar a atitude do garoto. Estaria ele apenas a provoca-la?
— Favores? Desde quando você se tornou uma pessoa de pedir ajuda, Brick? — Ele pareceu surpreso perante a questão da ruiva. — Na verdade, eu vou reformular a minha pergunta. Qual é o seu objetivo ao vir aqui?
Ele voltou a morder a língua. Ela estava diferente. Não sabia dizer ao certo, mas alguma coisa tinha mudado e isso tornava a sua tarefa muito mais difícil. O seu plano inicial tinha fracassado miseravelmente. Se ela fosse a mesma, controlá-la não seria uma tarefa muito difícil e ainda assim ali estava ela, o olhando com o mesmo olhar de intriga de quando eram crianças.
— Eu preciso que você me de acesso a um certo lugar! — Uma vez que tinha engolido o seu orgulho já não tinha volta a dar. A única coisa boa de tudo aquilo foi o olhar confuso da garota. — Eu sei que você o pode fazer, e acredite ambos saímos a ganhar!
Blossom analisou toda aquela informação com o máximo de frieza que uma pessoa de fora poderia ter. Qual era o objetivo dele? A que tipo de lugar ele precisava acesso e ela poderia ajudar? Vários na verdade, mas o mais importante é que ele se tinha dirigido a ela. Infelizmente ela não estava disposta a ajudar. Já decidira que tentaria resolver as coisas pelo melhor, e um vilão manipulador não estava incluído nos seus planos.
— Desculpe, mas eu não estou disposta a o ajudar! — Ele sentiu o seu estômago revirar. Se ter perdido o seu orgulho já tinha sido mau o suficiente, ela recusar a sua proposta poderia se considerar o disparo final que acabaria com qualquer dignidade que ainda lhe restasse. Ela não o poderia recusar. — Lamento lhe dizer, mas apenas perdeu o seu tempo vindo aqui.
Depois disso Brick a viu desaparecer dentro do edifício. A ruiva não sabia se o que estava a fazer era a coisa correta, mas pelo menos sabia que o caminho que escolhera era algo que ela tinha decidido. O resto do dia passou-se sem preocupações, e por isso levou com calma o seu regresso a casa. As suas irmãs já se encontravam em casa e não estranhou em ver a senhorita Bellum conversando com o professor na sala. Já fazia algum tempo que os dois se tornaram um casal, e por isso as presenças dela tornaram-se cada vez mais frequentes na casa.
— Boa noite! — A mulher cumprimentou com um sorriso ao qual ela respondeu reciprocamente antes de voltar para a cozinha e ajudar as suas irmãs a fazer o jantar.
As conversas saltitavam entre os mais diversos temas, até que finalmente a comida estava realmente pronta a servir. Todas estavam empolgadas pelo concurso e mal podiam esperar pelo grande dia, que e seguida teria direito a um baile de gala. Claro que como era de esperar os seus motivos eram diferentes, mas ainda assim eram uma simples trégua que tinham feito com a realidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Red Wires of Destiny
FanfictionQuando se é uma super heroína, não se pode dar ao luxo de quebrar as regras. Tem de ser sempre o exemplo a seguir da sociedade. Se tornar a imagem mental perfeita, que as pessoas tem de si. Falhas não são permitidas. Pelo menos esse era o pensamento...