Se ela sabia que havia pessoas doidas? Claro que sabia. Se ela sabia que aquele garoto era problemas? Coisa mais óbvia, claro que também sabia. Agora, apesar de todas as batalhas que já tinham disputado e estar mais que habituada aos enganos daquele garoto, Blossom era de alguma forma tonta o suficiente para cair em todas. Esta situação era um exemplo evidente da inocência dela. Ela já deveria estar à espera que ele não era tão frágil como aparentara quando os dois homens o atiraram no chão.
Assim que o virou, surpreendeu-se com a cara divertida e zombeteira que ele tinha. Ele mesmo com os olhos fechados fazia um certo esforço para não cair na risada naquele exato momento. Tinha que ser! Como é que ela pode sequer pensar em o ajudar. Claro que no inicio não sabia que era ele, e que o seu sentido de justiça também atuou intuitivamente, no entanto arrependeu-se de não ter pensado nisso, naquele preciso momento em que viu a cara dele. Por sua cabeça passou a vaga ideia de abandonar o local como se nada tivesse acontecido e o deixar ali com a sua cara de estupido, estendido no chão.
Mas foi demasiado tarde para o por em prática assim que o viu, lentamente, abrir os seus olhos vermelhos. Foi uma questão de segundos até que ele se sentasse ficando cara a cara com ela com ela, que ainda estava agachada, e soltasse algum tipo de palavrão.
— Mas que porra! O que uma super bostinha está fazendo aqui? — Falou passando uma mão pelos cabelos bagunçados os ajeitando levemente, para colocar uma expressão furiosa e desconfiada ao mesmo tempo.
— É um desprazer meu, também o ver! — Respondeu com a mesma expressão de desagrado. Mas porque raio, havendo tanto super vilão por ai, tinha logo que se encontrar com ele? A vida deveria estar tentando a arruinar. É a única explicação possível. Primeiro aquele sonho estranho, agora isto? Ah, mas claro, tudo isto estava acontecendo devido aos dois otários daquela missão. Mais um motivo para acabar com eles assim que os visse. — Tch, porque isto me acontece quando eu estou sendo apenas uma boa cidadã?
A ruiva perguntava para si à medida que se levantava para entrar no lugar do qual o garoto tinha sido expulso. Ali havia informações, que ela não estava disposta a perder com uma luta que ela sabia que ia acontecer caso continuasse perto dele. Andou a passos largos até perto da porta. Teve que que inspirar fundo antes de bater. Não sabia o que aquele lugar lhe reservava e esperava que as informações que Ace lhe dera fossem confiáveis. Aquelas dúvidas desapareceram quando sentiu um olhar fixo em si.
Em situações normais ela não se importaria, até porque já estava habituada, mas naquela situação a única pessoa que a poderia estar encarando era ele. Foi com aborrecimento que voltou a olhar para trás. Qual não foi a sua surpresa ao ver que ele ainda continuava no mesmo sítio a olhando com aquela cara de deboche que ela tanto odiava.
— Posso saber do que tanto ri?
— Nada. Apenas gostava de saber o que alguém tão notável como você faz neste lugar? — O sarcasmo era evidente. Ah como aquele idiota era tão irritante!
— Não é da sua conta! — Acabou por responder e finalmente bateu na porta à sua frente. Segundos depois um homem de estranhas vestimentas abre a porta. Era um homem alto com ligaduras nos braços e um macacão jeans masculino. Ele tinha uma aura intimidante, até mesmo para a garota. Apesar das estranhas vestimentas notava-se que ele era forte.
— O que quer? — A sua voz tinha um ar impaciente.
— Informações! — Apressou-se a responder. — E eu sei que você as tem. — O homem ao ver o olhar confiante e determinado, deu um sorriso de lado antes de abrir passagem para ela entrar.
O estranho homem liderou o caminho até uma pequena sala praticamente vazia. Eles estavam a sós, mas apesar disso, a ruiva sabia que ao mínimo movimento suspeito, vários homens como os que antes expulsaram Brick, estavam do lado de fora. Agora que pensava nisso, o que aquele palerma esteve a fazer ali?
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Red Wires of Destiny
FanfictionQuando se é uma super heroína, não se pode dar ao luxo de quebrar as regras. Tem de ser sempre o exemplo a seguir da sociedade. Se tornar a imagem mental perfeita, que as pessoas tem de si. Falhas não são permitidas. Pelo menos esse era o pensamento...