Eu sou normal...eu acho

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A vida toda eu me esforcei em tudo o que fiz, seja no começo de uma amizade ou em um obstáculo que me impedisse de prosseguir, por isso tenho o que tenho hoje por esforço e mérito. É algo que eu me orgulho bastante sabe, meus amigos e minhas conquistas, eu não precisei fingir ou ser cínico como várias pessoas fazem, tipo puxar o saco do professor, por interesses egoístas. Tenho uma vida tranquila, ajudo a minha mãe em casa e na loja – depois da aula e nos finais de semana - dela. Eu perdi meu pai quando tinha uns dez anos e a partir desse dia me vi na posição de homem da casa, minha mãe não era fraca ou doente nem nada do tipo, graças a Deus, mas ela ficou muito abalada com a morte do meu pai então eu tive que apoiá-la nesse tempo. Fomos o apoio um do outro por muito tempo e hoje posso vê-la sorrir de novo, sem chorar toda vez que tinha lembranças dele, e hoje seguimos nossas vidas apesar da simplicidade somos felizes juntos.

Com todos esses acontecimentos, decidi não levar problemas para casa, sendo assim me tornei esse bom aluno que sou. Um cara simples, jeito simples, de uma escola simples, com amigos magníficos e de bem com a vida. Eu sou verdadeiro porque sei quem sou e prefiro deixar transparecer que criar uma máscara, apesar dos meus desastres diários hoje estava sendo tranquilo até aquela coisa de feições angelicais aparecer. Como um garoto pode ser tão fofo? Foi o que passou pela cabeça assim que o vi entrar na sala acompanhado por alguém que eu não reconhecera já que minha atenção estava travada apenas naquele ser pequeno. Senti alguém me cutucar me fazendo voltar a realidade, aí eu notei que era a diretora ali e rapidamente me levantei fazendo com que todos fizessem o mesmo e reverenciasse a diretora, logo voltando a se assentar. Eu acho que esqueci de mencionar que sou o representante da minha turma, pois é, ela nos apresentou o garoto e pediu para que eu lhe mostrasse a escola enquanto conversasse com o professor, eu assenti e caminhei até o rapaz que já estava na porta da sala.

- Olá eu sou Kwon Soonyoung, sou o representante da classe. – disse lhe esticando a mão para um aceno que foi negado por ele. Ele se virou dando de ombros e dando passos a minha frente pelo corredor.

- Woozi. – ele disse depois de uma certa distância de mim, e eu estranhei porque aquele não poderia ser seu verdadeiro nome.

- Woozi? – perguntei ainda estranhando.

- É um apelido, – revirou os olhos se virando para mim - mas eu prefiro ele do que meu próprio nome.

- Qual o problema com seu nome? Não acho que seja ruim, se não me engano era... – forcei um pouco a memória para lembrar o nome – Lee Jihoon! – o garoto franziu o cenho e mirou um olhar de raiva, que me fez engolir em seco.

- Olha eu só vou explicar uma vez, então presta atenção. - me encarou - Me chame de Woozi! Eu não gosto do meu nome então se ousar repetir este nome para se referir a mim saiba que não o atenderei. – se virou e eu pude voltar a respirar normalmente, ele falara as palavras em tom ameaçador que apesar de ser mais baixo que eu quase me fez encolher diante de si.

- T-tá bom. Woozi! – ele deu um risinho de canto meio sádico e depois se virou para seguir o corredor. Eu fiquei um pouco estático alí mas depois dei uma corrida leve para alcança-lo.

- Vamos fazer o seguinte. – falou sem olhar para mim – Você me mostra os lugares comuns e eu me viro depois ok, aí você pode voltar para sua aula.  -  eu o olhei e fiquei o questionando com o olhar e antes que eu abrisse a boca para falar ele continuou - Onde eu vou não é da sua conta, então se poupe porque eu não preciso de babá. - cuspiu as palavras e na última me olhou com deboche. 

- Eu não sou babá de ninguém e nem quero ser, porém sou o representante e você deve me acompanhar até a sala quando retornarmos. - falei sem alterar a voz mas aparentemente irritado pelo seu comportamento e pela sua acusação.

- Ta bom. - falou com um riso debochado - Aquela ali não é a diretora?

Me virei por impulso para confirmar e ele me deu uma rasteira me fazendo cair no chão e logo saiu correndo para a escada que dava acesso para o andar de baixo, me levantei e o segui meio cambaleante e a única coisa que consegui ver foi ele pulando da janela e se agarrando no galho da árvore que estava a frente. Cheguei perto da janela meio apavorado pelo susto da cena e percorri com os olhos o espaço lá fora para encontrá-lo em cima do muro, ele me olhou, deu um sorriso sacana e um aceno com dois dedos na testa no estilo "hasta la vista" e pulou para o outro lado fugindo da escola. Eu fiquei chocado, como aquele anão de jardim conseguiu pular aquele muro? E ainda por cima me passou a perna? Voltei para o andar de cima reportando o ocorrido para a diretora e lhe pedindo milhões de desculpas, sai de sua sala e encaminhei para a minha ainda com raiva do ocorrido.

- Deixa aquele moleque projeto de gente aparecer de novo, ele vai ver. Vai ter volta!

Jam JamWhere stories live. Discover now