Ela não precisava de ajuda em nada, nunca precisou - a não ser na aurora de sua vida -, já ele, precisava ajudar, queria sempre estar lá, mesmo que ela não quisesse.
A independência dela fazia a dependência dele; a falsa ignorância dela fazia o sofrimento dele, tal como sua ciência sobre a ciência dela. E isso o fazia mentir, mentir para si mesmo, ele sabia que ela não dava a mínima pro seu amor, mas fingia não saber, era menos doloroso assim.
A amizade deles floresceu até chegar no telhado e ter de ser podada, depois disso foi difícil pros galhos ter de crescer novamente, havia certa exaustão em suas tentativas, mas ele não desistiria. Nunca.
Ela queria ficar sozinha, e ele queria ficar sozinho com ela, mesmo achando que nunca fosse fazer algo ousado, ter apenas a companhia dela seria suficiente.
Ela queria ficar com os amigos, os mais antigos, e contar todas as fofocas pra eles, como faz a maioria dos amigos, e ele queria estar no meio, queria estar na conversa ou ser o assunto dela, mas um dependia da ausência do outro, e qualquer uma das duas opções podia ser ruim. E se ela estivesse falando mal dele?, ou então se ela o incluísse na conversa justamente porque nunca falaria sobre ele? Tudo podia ser ruim... ou bom.
