Capítulo 2.

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-Sabe o congressista Rudd? Ele é tão maravilhoso!

-O que tem de tão bom nele? Ele é só bonito.

-Ele é bastante devoto aos assuntos do bem-estar social.

-Não é óbvio que ele só faz isso para conseguir votos?

-Eu não acredito. Ele me parece ser um homem tão bom, me pergunto com que tipo de mulher irá se casar.

-Com você que não, com certeza.

-Grosso!

Que droga! Nevill tinha o incrível poder de aparecer em minha vida nos momentos mais inusitados.

Fosse em conversas alheias de pessoas a minha volta ou até mesmo na maldita página do jornal.

Então ele é o "príncipe encantado com a carreia imaculada" ?

Sendo assim eu seria a única falha em seu passado embora eu esteja bem aqui no presente. É estranho como o tempo passa rápido demais. Três anos. Três anos que serão apagados em um piscar de olhos se Nevill assim quiser.

Ele vai me deixar...

Ah, ele vai me deixar. Eu não deveria pensar nisso, não agora, mas... ele vai me deixar.

Me sinto um pouco deprimido, e... o que é isso?

Alguém, alguém está me encarando. Olho para o lado e a pessoa automaticamente se vira. Talvez eu estivesse imaginando coisas.

-Paul. Desculpe a demora, o trânsito estava uma loucura. -sou pego de surpresa com a imagem do meu convidado suando por todos os lugares.

-Sem problemas. -digo apontando para que ele se sente. -Quer alguma coisa antes de começarmos?

Ele abre sua pasta desajeitado sobre a mesa despejando seus papéis.

-Eu não ousaria pedir, já tomei muito do seu tempo. - ele não estava errado.

-Se assim deseja Gunner.

Ele ajeita todos os papéis e me passa com as mãos ainda pegajosas.

-Preciso de todos os papéis assinados até amanhã.

-Não será possível.

-Como não?

-O Sr.Rudd tem muitos compromissos, e faz questão de ler tudo que assina.

-Mais Paul não a nada a ser lido, está tudo aí como ele me pediu.

Balanço a cabeça em  reprovação.

-Tenho certeza que está, mas mesmo assim te peço mais tempo.

Ele se levanta agitado, embora isso em nada favorecia sua expressão rancorosa. Ele não impunha medo. Não com sua altura mediana e corpo-lento.

-Isso é um ultraje, você não confia em mim?

Arfei.

-Por favor sente-se.

Ele infla seu peito, apertando os botões de seu paletó quase ao ponto de fazer eles estourarem.

-Eu trabalho com vocês a anos, e é assim que me retribui? Com desconfiança. Que tipo de pessoa
acha que eu sou?

-Sente-se Gunner. Agora.

O homem baixo infla irritado mais se senta.

-Peço desculpas. Farei Nevill assinar até amanhã.

O sorriso de abre em seus lábios.

- Esplêndido. Sendo assim terminamos. Quer dizer, não temos muito a conversar hoje, mas amanhã sim. Quando eu tiver todos os papéis novamente em minhas mãos.

Sorri ele vitorioso e eu deixo que pensar que ele era mesmo.

Assim que sai do restaurante familiar, ligo de imediato para o telefone privado de Nevill.

-Foi exatamente como você disse.

-Certo. Quanto tempo temos?

-Até amanhã. Convocarei toda a equipe se tiver algo errado, vamos encontrar.

-Eu quero ajudar. - sempre um bom samaritano.

-Você tem uma coletiva as nove e meia, em seguida um jantar com a associação pró-vida. Um...

-Eu entendi Paul.

Sorri.

-Então acho melhor eu desligar, não quero perder mais tempo.

-É... nhm... Está tudo bem mesmo? você esta estranho.

-Sr.Rudd não acho que isso é um assunto que devemos abordar agora.

A probabilidade de estarmos sendo gravados era incrivelmente grande, mesmo com celulares privados.

-Você está certo, então mais tarde conversamos.

-Mais... -ele desligou. Desligou na minha cara.

Droga. Eu não queria ver Nevill, pelo menos não agora.

Estamos sempre juntos. Ele está sempre comigo, me consumindo, e eu preciso saber que eu também posso viver sem ele. Mesmo que respirando o mesmo ar, tudo que eu preciso é saber que eu aguento.

Droga!

-Fiona, preciso que contate os funcionários mais confiáveis que conhece, e os mande para o hotel BlueBlay no quarto 302 imediatamente, não informe isso a ninguém fora a essas seis pessoas, sigilo absoluto entendeu?

-Sim Paul.

-Obrigado Fiona.

Desligo o celular e carrego os papéis junto ao meu corpo, com o extremo cuidado para não deixar nenhum escapar. Eu deveria ter trazido alguma pasta. Talvez se Nevill não vivesse enfiado em minha mente eu tivesse pensado nisso.

Meu Deus até agora. Por que ele tem que ser tão persistente.

Você está certo, então mais tarde conversamos.

Por que mais tarde, a gente não precisa conversar.
Não agora no meio de uma investigação que pode ou não dar em alguma coisa.

Tantos dias, planejando esse dia tão detalhadamente, para acabar assim.

Continuo a caminhar frustrado. Entro no carro frustrado e dirijo até o hotel frustrado.

Por que ele estava lá. Querendo ou não ele estava lá sempre perto demais do meu coração, as vezes era como seu tivesse boiando a deriva o sol irradiando meu rosto e a brisa fresca passando entre as folhas verdes, calmo porém ainda a deriva esperando a hora que meu corpo afunda-se por que não havia ninguém para me salvar.
O meu amor estava a deriva e não importa quão perto Nevill estava eu ainda me afogaria.

Entrei dentro do meu apartamento espalhando os papéis sobre a mesa. Tomando um gole do meu conhaque antes de esticar meu corpo para enfim começar a ler aquelas inúmeras papeladas. Esperando a minha equipe chegar. Esperando ele...

Beijo EscandalosoOnde histórias criam vida. Descubra agora