Eu morri?

89 0 0
                                    

Bom... antes de começar, vou contar um pouco mais sobre o que estava acontecendo.

Nesse mundo onde eu vivo, existem cinéticos. O que é isso? Cinéticos são pessoas como poderes de energia capazes de manipular um elemento da vida. Resumindo: Cinéticos tem poderes. Nesse mundo, existem mais cinéticos com a habilidade do ar, conhecido como Aerocinético.

No capítulo passado, enfrentamos um Aerocinético muito forte e evoluído, capaz de transferir o poder dele para outra pessoa apenas com um único toque. Esse cinético, com certeza, treinou muito para isso.

Agora. Vamos voltar ao capítulo.

A dor foi imensa. Que não sabia se iria resistir ou não. Eu poderia morrer ali mesmo, na frente de todos. Só que não. Eu vivi mais e mais para saber o que é sofrer com a vida. Como é sofrer quando tudo é tirado de você. Como é sofrer quando sua vida, e tirada de você.

Mas naquele momento, algo estranho aconteceu. O Aerocinético que me transferia o poder, teve dor. Ele gritou, como se tivesse sendo transformado também. Mas continuou a me transformar. Até ele parar de gritar, e morrer. Certo. Isso foi estranho. Mas simplesmente, quando me tocou e acabou o evento, morreu. Mas não foi uma morte normal. Ele simplesmente EXPLODIU! O corpo dele explodiu como se fosse balão. E jorrou sangue para todo lado. Sangue branco. Sim. Sangue branco.

-- Max! Max! Você está bem? Por favor! Me responda! -- Carol falava comigo. Eu não conseguia enxergar, mas sabia como ela estava sofrendo ao me ver.
-- Ele esta infectado! Matem ele agora! AGORA!
-- Não! Por favor , não façam isso!

Carol pediu para eles se poderia ficar comigo mais um pouco, e eles aceitaram e se retiraram. Eu estava inconsciente, mas podia ouvir tudo que eles falaram.

-- Olha Max. Eu sempre te amei, e nunca vou te deixar! Não vou deixar eles te matarem, nunca! Vou te proteger como se voce fosse meu filho! Por favor, não me deixe, fique comigo! -- Carol implorava -- Eu nunca irei desistir de você. Você prometeu pra mim me proteger, só que eu não o protegi. E me arrependo disso! Por favor, não me deixe!

De repente, eu consegui acordar, puxando todo ar ao redor para meu pulmão.
Foi um alívio, para minha irmã.
Foi um desastre, para mim. Pois quanto mais eu vivesse...

Eu sentia meu corpo quente, minhas mãos pulsavam, como se alguma coisa lá dentro tivesse tentando sair. Estava suando, e a sensação era como se estivesse acabado de sair de uma maratona de mais ou menos 100 Km. Aquela sensação foi horrível.

--Eu sabia! Eu sabia que você ia acordar! Eu nunca vou te abandonar!

Tudo o que eu queria saber era porque, porque de tudo! Porque que aquele homem morreu durante o processo, porque ele não soltou a mão do meu peito naquele tempo, pois afinal de contas, ele tinha escolhido minha irmã! Estava tudo balançando em minha cabeça, e qualquer pergunta que me fizessem me deixaria louco!

-- Não, não, não! Eu não posso ficar com vocês, eu não posso... Irmã, eu tenho que ir embora, pois cada segundo que eu ficar com você, aqueles monstros irão perseguir todos os que eu amo! Eu não posso...
-- Pode sim! Para de teimar, você não fará problema algum junto com nós! Por favor.... Fique conosco, é só o que eu peço agora! -- Teimou Carol.
-- Eu não posso! Se não, você morrerá!
-- Por favor, não!
A minha mão nesse momento pulsava mais forte que nunca, e de repente, tudo a minha volta, começou a girar. Na minha visão, eu estava tonto, muito tonto. Mas na visão dos outros, pasme, eu estava voando!

Legal, sim, muito legal poder voar! Mas... Você esqueceu de uma coisa: a minha família.
Não era eu que estava fazendo aquilo, com certeza, mas era eu que queria sair de lá agora, para não causar nenhum problema.
O voo que estava acontecendo parecia um "reflexo". Tipo quando alguém vai te bater, e você recua de algum golpe, ou quando você quer brincar com seus amigos, e eles decidem bater no seu joelho, para testar o seu "reflexo", e ver incrívelmente a sua perna levantar do nada.
Quanto mais eu subia, mais eu ficava tonto.

-- Não Max! Pare de fazer isso! Não quero que você vá! -- Gritava minha irmã!
-- Desculpe! Mas não sou eu! Não sei porque está acontecendo isso!
Espera, e se alguém estivesse me levitando naquela hora? Bom, eu não sei, mas todas as hipóteses que se dariam naquele momento, seria aprovado.

E de repente, quando eu estava a uns 30 metros de altura do chão, parou a tontura.
Pude ver tudo nítido, as árvores, a cidade abandonada, o céu naquele tempo estrelado ( sim, desde que chegamos naquele lugar, estava anoitecendo ). E como era bonito! Sério, era a coisa mais bonita que já vi na minha vida! Mas ao mesmo tempo, que vi tudo a olho nu, sem fone de ouvido em minha cabeça e vidros e ferro ao meu redor, vi a minha irmã. Uma pontada no meu coração se deu, e tudo que senti depois disso foi: tristeza.

Minha irmã chorava, chorava muito enquanto implorava pra eu descer. E o que durou 10 segundos, meu corpo DISPAROU, sim, DISPAROU em uma direção, na floresta. A velocidade em que estava naquele momento era surreal. E tudo o que eu via, foi se deixando atrás de mim. Minha irmã, e meus amigos, foi se deixando atrás, no horizonte. E eu, no meio daquele céu estrelado, chorei.

Chorei muito.

AerokinesisOnde histórias criam vida. Descubra agora