Aerokinesis

O homem com 7 vidas

Bom. Para começar melhor, preciso que entenda o porquê de eu estar com raiva simplesmente por ganhar incríveis poderes. Para você entender o porque estava com raiva de virar um aerocinético.

Imagine você se tornar a pessoa que mais odiava na sua vida. Imagine você se tornar a pessoa que matou sua família. Imagine você se tornar aquela pessoa que você queria matar. Imagine você se tornar aquela pessoa que nunca queria que existisse. Imagine você se tornar aquela pessoa que.... que... você nunca quiz ser.

Imagine isso, e você verá porque estava sentindo raiva por ganhar todos aqueles poderes. Sim, ganhar poderes, legal né?

Mas, é mais legal que sua família?
O que você escolheria?

Ganhar poderes ou... ficar com a família?

Estava a procura de algum abrigo para me protejer. Pois, sem abrigo, ou algo assim, como eu iria sobreviver? Se não tivesse um lugar onde ficar, logo iria ficar com fome e não aguentaria.

A floresta era muito grande! As árvores estavam juntas de formas irregulares. Várias espécies juntas, às vezes uma sozinha no meio de um lugar sem outras.... Diversos tipos e cores. Cada uma mais bonita que a outra!

Mas ainda estava a noite. Tinha que encontrar algo pra me proteger. Até que encontrei uma cabana feita de madeiras. Sim: uma cabana no meio de uma floresta, no meio nada. Onde ninguém ia.

A cabana era pequena, tinha uma área que parecia ocupar apenas 2 cômodos de uma casa normal. As madeiras que a construíam e sustentavam estavam podres, notando que essa cabana existia aí faz anos. Tinha uma porta é uma varanda na frente com cadeiras podres também. Cheio de teia de aranha. Tinha algumas janelas, só que com vidros já quebrados. Resumindo: a cabana era velha. Muito velha. E parecia estar abandonada a vários anos atras.

Achei que não tinha ninguém lá dentro, pois ninguém iria morar num lugar nessas condições. Pensando nisso, abri a porta, que rangeu forte até encostar na parede da casa. E que coisa! Dentro da cabana havia vários móveis velhos, dentre eles um sofá, um rádio, uma bancada, um criado-mudo e várias outras coisas. Todos velhos e desgastados. Talvez poderia sobreviver aí até o resto da minha vida! Mas de repente, lembrei da minha irmã, a pior coisa que fiz naquele momento. Eu deveria esquecer ela, pra não sofrer mais. Mas poxa! Ela é minha única família!

Já estava cansado disso tudo. E, pra esquecer minha irmã só por aquele momento, eu explorei a cabana.

A cabana era pequena. Tinha 4 cômodos, todos minúsculos, aparentava apenas abrigar uma só pessoa. E pelo visto, essa pessoa já morreu a anos. Havia um corredor, que levava e separava esses 4 cômodos. O quarto e o banheiro do lado direito do corredor, e a cozinha e a sala do lado esquerdo. Como já percebi que estava na sala, fui para a cozinha.

Mas tinha uma coisa que estava me incomodando naquele momento. Uma sensação de estar alguém lá, me observando. A cada passo que me levava pra cozinha, era mais pesado. O ar ficava mais pesado. O clima ficava mais pesado. Mas, pensei que seria coisa da minha cabeça, e continuei a andar.

Cheguei a cozinha e me surpreendi! Havia uma geladeira pequena já com a porta quase arrancada, pendurada apenas pela parte de cima. Uma pia, que estava cheia de louça e água. Havia também uma mesa simples, mas com uma perna torta, e as outras quase quebradas. Estava tudo bagunçado! Percebi que a pessoa que morava ali, antes de "morrer", não cuidava muito bem de sua casa. Então, sai da cozinha e caminhei até o banheiro.

O banheiro era... como posso dizer... diferente. Ele não tinha vaso e nem torneira para água corrente. Ele tinha apenas uma banheira e um buraco. Percebi então, que esse buraco servia pra fazer as necessidades e a banheira para tomar banho. Outra vez, um cômodo demasiado minúsculo. Mas, para uma pessoa, já era o suficiente. Sai do banheiro e caminhei pelo longo corredor até o quarto.

Eu estava sentindo que me aproximava de algo mal. Estava sentindo que não deveria ir até o quarto que me esperava ansioso. Estava sentindo que iria morrer se entrasse naquele maldito lugar. Mas, como estava curioso e ansioso o suficiente, cheguei lá, abri a porta, e entrei.

A porta rangeu, e a primeira coisa que vi foi a cama. O quarto era, com certeza absoluta, velho. A cama era de solteiro, aí já percebi o porquê da casa ser pequena: Pois ali morava apenas uma pessoa. Tinha uma escrivaninha com um caderno e lápis. E... tinha algo escrito lá, que mais parecia anotações. E o mais estranho, não é porque tinha algo escrito. É que na frente, numa cadeira de escritório...

... o morador da casa estava de costas, a minha espera.