O começo de uma era. Pt 2

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Eu estava com raiva. Muita raiva. E junto com a raiva vinha a tristeza. Uma tristeza ameaçadora. Ameaçadora de me fazer desistir de viver. Pois, havia perdido tudo. Tudo o que tinha havia ido embora naquele dia. Aquele dia, foi o pior dia da minha vida. Tudo estava passando na minha mente. Minhas memórias e minha vida estava passando na minha cabeça. E isso, me deixava mais triste ainda. Toda a minha vida passava diante dos meus olhos:

-- Mãe, faz chocolate quente pra mim?
-- Okay filho, irei fazer.

-- Filho, vem cá jogar bola comigo!
-- Não pai... aconteceu uma coisa hoje que me deixou para baixo...
-- Então vem cá, me conte o que aconteceu.

Isso tudo, passava, e eu, chorava.

Depois de segundos chego ao chão. Estava um breu total, quase não havia luz no meio daquele amontoado de árvores. A única luz que ali estava presente era a luz da Lua. Com essa luz cinzenta, eu pude ver o que estava acontecendo e onde estava.

Tomei posição de guarda, afinal, não saberia o que estava a minha espera naquela floresta. Não controlava a mim mesmo com meus novos poderes. Não era meu cérebro e nem meu coração que me fez afastar da minha irmã e começar a voar. Portanto, outra pessoa poderia. Pensado nisso, tomei posição de guarda, para qualquer coisa que aparecesse em meio aquelas folhas verdes que mais pareciam negras.

Então, com mais medo que uma criança tem do bicho papão, comecei a andar para ver se conseguiria encontrar um abrigo para me proteger. Havia perdido todos os meus equipamentos ( armas, granadas, entre outras ) quando aconteceu o evento. Se ainda estivesse com tudo aquilo, eu não estaria tremendo naquela hora.

Talvez haveria um chalé ou uma casinha abandonada no meio da floresta. Isso me deu mais esperanças. Esperanças de poder sobreviver. Até que eu escutei um RUIVO, e o meu pior medo chegou.

Um lobo negro saiu de trás das folhas.

Se tivesse todos os equipamentos que o governo me dava, a instrução para sobreviver por aquele momento era simples: matar. Mas eu não tinha nada. O governo não ensina como salvar-nos de um lobo sem nada. Então, me preparei para o pior.

O lobo estava chegando lentamente, rosnando, presas a mostra, e com cara alegre, pois finalmente havia achado sua comida. Finalmente iria matar. Finalmente iria comer. A cada passo que o lobo avançava, o medo tomava conta de mim, afinal, quem não sentiria medo. O lobo estava chegando, poucos metros. Fechei os olhos, esperando pela Morte. E esperando por uma morte rápida. Pessoas que estariam presentes para presenciar aquilo, saberiam que eu iria morrer, só não saberiam como.

Quando o lobo havia finalmente chegado a poucos passos de mim, de reflexo, estiquei o meu braço na sua direção. Senti formigamento e sangue QUENTE correndo em meu braço. Meu braço, de súbito, ficou quente. Muito quente. Começou a doer. Mas aquela dor era diferente. Um tipo de dor que todos gostam.

Uma dor gostosa.

E o lobo, começou a ENGASGAR, e se DEBATER, tentando puxar todo o ar por sua volta para seus pulmões. Mas não dava certo. Finalmente, havia compreendido o que eu havia feito com aquele pobre lobo: Eu interrompi a sua respiração, fazendo assim, ele não conseguir respirar. E o lobo morreu em minha frente, lentamente. Percebi que eu havia matado um animal. Percebi que havia matado um lobo negro.

Percebi que havia matado um lobo sem ao mesmo tocar-lhe.

E eu fiquei feliz!

Então, com isso, o medo já não tomava mais conta de mim. Saberia assim, que conseguiria sobreviver. Afinal, já era um invencível. Eu havia matado um lobo! Mas... lembrei que..... eu havia me tornado o que mais odiava. Eu havia me transformado no meu pior inimigo. Eu havia me transformado na pessoa que matou minha família.

Eu havia me tornado um aerocinético.

AerokinesisOnde histórias criam vida. Descubra agora