c i n q u e n t a e n o v e

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Margarida Jota

- Podes entrar.

- De certeza ? - perguntou surpreso.

- Não, fica aí fora. - disse e revirei os olhos. - Está calado e entra.

Ambos entramos em casa e eu pousei a minha mala no chão.

- Podes ver televisão, comer ou ir para o terraço. - disse ao Afonso. - Eu vou tomar banho.

- Diz-me que isso também é uma opção. - disse com um sorriso malicioso.

Num gesto muito rápido atirei-lhe com uma almofada, peguei na mala e subi as escadas para o meu quarto.

Tomei um banho rápido, passei creme no corpo, penteei o meu cabelo molhado e fui para o quarto vestir-me.

Tomei um banho rápido, passei creme no corpo, penteei o meu cabelo molhado e fui para o quarto vestir-me

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- Afonso ? - perguntei pois não o vi na sala.

- Na cozinha. - gritou.

Caminhei até lá e encontrei um Afonso de avental a fazer ovos mechidos.

- Oh meu deus, muito bom, Afonso Silva de avental. - disse e gargalhei.

- Eu estou a cozinhar para ti e tu ainda me estás a gozar ?

- Espera, isso é para mim ? - perguntei.

- Sim. - Afonso colocou os ovos num prato e serviu-me um copo de sumo. - Eu não fiz salsichas, sei que és vegetariana.

Sorri com o seu gesto. Acho que nunca esteve tanta paz entre nós.

- Espera como é que sei que não tem nada que me faça mal ? - perguntei.

- Tinhas de estragar tudo, estava a tentar ser simpático. - disse triste e foi para a sala.

Estraguei tudo, ele só estava a tentar ser querido e eu parva como sempre.

- Estava muito bom, obrigada. - sentei-me ao seu lado. Ele apenas assentiu. - Afonso desculpa, é que é de desconfiar tu fazeres-me algo para comer sem eu pedir. - ri fraco.

- Está bem, foi compreensível a tua reação. - sorriu e olhou para mim. - Não secaste bem o cabelo, está a pingar na t-shirt. - colocou o meu cabelo atrás da orelha.

Num ápice fui à casa de banho e sequei melhor o cabelo.

- Já está. - saltei para o sofá. Talvez tenha saltado para perto demais do Afonso.

- Demasiada proximidade. - sussurrei e afastei-me ligeiramente.

- Eu acho que estava ótimo. - aproximou-se e apanhou-me de surpresa com os seus lábios nos meus.

Coloquei as minhas mãos na sua nuca e ele puxou-me para o seu colo. Senti-o dar leves beijos no meu pescoço e fechei os olhos.

Não sei o que se está a passar neste momento, mas eu estou a gostar.


Opostos - André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora