c i n q u e n t a e o i t o

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Margarida Jota

Depois de trinta mil chamadas desisti de ligar para a minha irmã. Sentei-me no banco a observar as pessoas apressadas a correr para o comboio.

- Margarida ? - ouvi alguém e olhei para a pessoa. O que é que ele faz aqui ?!

- O que é que estás aqui a fazer ?! - levantei-me e olhei para ele.

Ele estava incrivelmente atraente com a barba por fazer, calças de ganga largas, t-shirt da Levis e superstar nos pés. Mas o que é que eu estou a fazer ?!

- Vim buscar-te. A tua irmã não pode vir e pediu-me para vir. - disse e colocou as mãos nos bolsos.

- Mais valia ir sozinha. - cruzei os braços.

- Na boa. Xau. - virou-se para ir embora.

- Não, Afonso. - agarrei no seu braço. - Podes levar-me para casa ?

Vi o seu sorriso crescer imenso.

- Posso sim, desde que no caminho não abras a boca, estás com um hálito. - disse e gargalhou.

- Parvo, não estou nada. - bati-lhe no braço.

- Isso é o que tu pensas, que fedor. - gargalhou.

- Cala-te macaco. - ri e comecei a andar.

Opostos - André Silva Onde histórias criam vida. Descubra agora