04. APOSTA

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• NATALIE COOPER •

Abri os olhos incomodada com a luz do sol nascente que entrava pela janela do meu quarto, que eu tinha esquecido aberta. Procurei o celular pela cama e olhei as horas... 6:48hs.

Joguei o braço direito sobre os olhos e murmurei um palavrão qualquer. Que tipo de idiota acordava antes da sete da manhã em um sábado?

Mal lembrava a hora que eu tinha ido dormir. Sabia que era tarde, porque fiquei remoendo meu tédio e escrevendo muito...

Tentei dormir de novo, mas sabia que depois de ver a maldita claridade não conseguiria. Virei de bruços e olhei o meu diário jogado no chão, estava aberto no último texto que eu tinha escrito:

"Você é uma incógnita.
Eu te olhei rápido demais
e pensei que fosse o bastante
pra entender quem você era de verdade.
Eu estava errada. 
Percebi que cada vez que eu te olho,
eu te enxergo diferente.
Você é um quebra-cabeças de
mil peças tortas que veio sem manual
e tudo que eu consigo pensar é que
quero montar cada parte de você
pra ver a figura completa.
Sinto que vai ser uma imagem triste. 
Espero estar errada outra vez."

Eu tinha escrito sobre Daryl Dixon... Na verdade eu tinha escrito sobre ele algumas vezes naquela semana, fragmentos soltos sobre o modo como os músculos dele se mexiam conforme ele trabalhava, sobre os olhos muito azuis, ou então, sobre as palavras que ele puxava com o sotaque carregado.

Não era como se eu estivesse apaixonada pelo cara, nem nada disso. Deus me livre.

Não me entenda mal. Daryl era bonito sim, mas durante toda essa semana ele foi só diversão. Eu nunca fui de me apaixonar.

Foi interessante ver o modo como ele reagia a mim. Pensei mesmo que a gente ia sair e dar uns pegas. O natural da vida. Nada novo.

Pensei que tinha sacado tudo sobre ele, um caipira marrento, bad boy do interior, terror das virgens quem sabe.

Mas então, na noite passada, eu vi outro lado dele e me pareceu um lado um tanto solitário e triste, mudou meu modo de enxergá-lo. Fiquei pensado sobre isso durante a madrugada e então o texto saiu naturalmente.

Eu realmente queria montar o quebra-cabeças. Chame-me de curiosa, obstinada, enxerida ou o que for. Eu mesma não entendo esse interesse. Na verdade eu já teria enjoado de qualquer outro cara por muito menos.

Mas Daryl Dixon tinha algo... Eu ainda não sabia bem o que era. Um magnetismo... Ele não era como os homens que eu conhecia. E cá entre nós, eu realmente já tinha conhecido muitos homens.

Acho que aquele caipira de olhos azuis era único e eu me vi interessada nisso. Durante a semana eu só queria saber como era a "pegada do sul", mas depois daquela noite e do que ele tinha me dito sobre a vida dele, eu simplesmente queria entendê-lo.

LIFELINE¹ - BEFORE THE END | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora