13. PALAVRAS DESTRUTIVAS

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• DARYL DIXON •

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• DARYL DIXON •

Meu irmão não estava em casa, tinha sumido com a moto dele e eu não sabia se voltaria ou não. Eu nunca sabia...

Tentei não topar com meu pai em nenhum dos cômodos, mas foi inútil.

— O que você quer? — Perguntou rude, parando no batente da porta da cozinha.

Eu estava vasculhando os armários em busca de qualquer coisa que prestasse pra comer. Não o respondi. Ele tinha uma garrafa de bebida na mão, mas ainda estava sóbrio o bastante. Aquela era sempre a pior versão dele: entre uma coisa e outra.

— Preciso de quinhentos dólares. — Falou, como quem fala do tempo. Ergui a cabeça para encará-lo. — E nem diga que não tem, vou saber que é mentira.

Pensei em apenas dar a merda da grana, mas porra, quinhentos dólares era dinheiro pra caramba e eu tinha que dar duro pra conseguir.

— Vou usar. — Respondi simplesmente, torcendo pra que a conversa não se prolongasse mais que aquilo, mas sabendo que minha noite de discussão com o velho tinha acabado de começar.

— Vai usar com que? Se drogar com seu irmão até sofrer uma overdose? Pagar putas? Vocês dois não prestam!

Tentei desligar do que ele falava, não estava nenhum pouco afim de qualquer tipo de conversa ou briga com ele, só queria passar a merda da noite em paz. Estava pronto para sair da cozinha, mas as palavras seguintes do velho me detiveram:

— Ah, Claro! Você está guardando o dinheiro pra usar com aquela franguinha, não é? — Desdenhou com certa malicia na voz. — Não me diga que acha mesmo que ela gosta de você?

Não respondi, apenas parei onde estava, cerrando os punhos. Meu pai estreitou os olhos para a minha reação, apoiou na cadeira e assentiu algumas vezes.

— Entendo... — Murmurou. — Você realmente acha que ela pode gostar de você, mas não é só isso, você gosta dela também.

— Isso não é da sua conta. — Consegui retrucar entredentes, sentindo todo meu sangue ferver.

— Ela já viu suas cicatrizes? — Perguntou como uma acusação, eu senti náuseas. — Acho que você está um tanto iludido, garoto, e no processo está iludindo a menina também...

Ele se aproximou dois passos e eu contornei a mesa que ficava no centro da cozinha.

— Escuta só, filho. — Se apoiou em uma cadeira descontraidamente, parecia mesmo um pai que quer dar apenas um conselho, mas a palavra "filho" em sua boca só me causava repulsa. — Você já é um tanto grandinho pra acreditar nesses continhos de fada da TV, sua história com a garota Cooper só tem dois finais possíveis, nenhum deles é feliz.

Se virou por um segundo, tirando dois copos de um dos armários, enchendo-os com a bebida da garrafa e me empurrado um pela mesa.

— Vou ser sincero sobre o que eu acho da vadiazinha: Ela é só uma mimadinha da cidade grande, em busca de uma aventura e um pouco de diversão, quando ela der de cara com qualquer dificuldade vai dar no pé, quando você não for mais uma novidade ela vai te dar um pé. Esse é o final em que você acaba sozinho, jogado por aí e sofrendo por um rabo de saia como um maricas. Ou acha mesmo que uma garota com jeito de granfina como aquela, vai querer algo sério com um caipira como você, que sequer terminou a escola?

LIFELINE¹ - BEFORE THE END | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora