27. ROLETA RUSSA

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• PETER COOPER •

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• PETER COOPER •

Meses antes...

Era a minha filha. Eu mal podia acreditar naquilo, de todas as coisas que eu já imaginei acontecendo comigo, ver a minha filha na minha porta, com certeza não era uma daquelas coisas. Mas não vou mentir e dizer que nunca sonhei com aquilo. Se eu pudesse pedir uma só coisa na minha vida seria poder passar um tempo com ela. Qualquer tempo...

E então lá estava ela, sentada na mesa da pizzaria, tensa, estralando os dedos. Com os olhos redondos e negros e as mesmas bochechas de quando tinha dois anos, mas ela era uma mulher agora, ela havia crescido e eu tinha perdido tudo... Apenas um dos meus muitos arrependimentos.

Talvez o destino estivesse me dando uma chance de compensar, minha última chance de fazer alguma coisa certa antes de...

Não importava, ela ficaria, eu faria o possível e o impossível pra isso. Eu tornaria o tempo dela em Dawsonville o mais agradável que eu conseguisse. Era o mínimo que eu podia fazer depois de tudo.

Nunca fui um bom homem, eu fiz todas as coisas erradas que uma pessoa podia fazer. Feri pessoas pelo caminho. Cometi erros. Mas ter a minha filha ali, era como ter Deus me mandando um sinal, um anjo de redenção. Eu tinha que acertar com ela. Pelo menos com ela...

Pedi o telefone de Deborah, eu tinha que fazer as coisas do jeito certo.

Deixei Natalie na mesa e caminhei até o orelhão, sentindo o vento frio da noite.

Eu nunca mais tinha ouvido a voz de Deborah, mas ainda podia vê-la perfeitamente em meus pensamentos e, de tudo que Natalie contou sobre a mãe, eu quase não fui capaz de reconhecer a mulher que um dia eu amei. Que eu ainda amava.

Disquei, respirando fundo e ouvindo o telefone chamar. Atenderam no terceiro toque.

— Alô. — Era ela, eu ainda reconheceria sua voz doce, mesmo depois de mil anos.

— Debby... — Respondi e senti minha voz falhar.

— Não acredito que ela está aí! — Deduziu, e eu soube que estava muito brava. Ela tinha reconhecido minha voz, ou então o apelido. Eu não sabia o que sentir sobre isso. — Essa garota não tem um pingo de juízo. Eu juro por Deus que vou trancá-la em uma clínica dessa vez! Ela perdeu a cabeça!

Ela não estava falando comigo realmente, parecia preocupada, mas acima de tudo irada.

— Debby? — Chamei, tentando fazê-la prestar atenção em mim.

— Não me chame assim. Nunca mais... — Ela respirou fundo. — Eu estou indo buscar essa inconsequente agora mesmo.

Voltou a falar com alguém, dando ordens rápidas. Ela não era a mesma. Parecia muito mais dura, e eu sabia que a maior parte daquilo era minha culpa.

LIFELINE¹ - BEFORE THE END | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora