31. APENAS MAIS UMA NOITE

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• DARYL DIXON •

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• DARYL DIXON •

— Vai beber mais alguma coisa? — Ouvi a garçonete perguntar, mas era como se a voz dela estivesse a quilômetros de distância.

Encarei minha garrafa de cerveja, ainda sobre a mesa, e percebi que estava parcialmente cheia, porém totalmente quente. Quanto tempo fazia que eu estava ali olhando para o nada?

Era pra eu ter tomado apenas uma bebida e deixado o Joe's um pouco depois de Deborah Spelman. Minha ideia era dirigir até Atlanta e ver o meu irmão desmiolado. Merle tinha um dom para se meter em encrencas.

Porém, de alguma forma, o fato do meu irmão estar atrás das grades me assustou muito menos do que a outra parte da minha realidade...

Por fim, eu tinha pedido uma ou duas cervejas e ficado apenas sentado ali, incapaz de me levantar, por horas e horas a fio. Nem pra ficar bêbado eu prestava.

Nunca fui bom em tomar decisões, na maior parte do tempo eu apenas deixava que a vida seguisse seu curso, e como em um rio, eu me deixava levar pela correnteza.

Provavelmente aquilo de "deixar a correnteza me arrastar" me levou exatamente até aquele momento.

Os últimos dias tinham sido... complicados, no mínimo. Natalie estava mal, choro e remédios, uma tristeza angustiante. Eu tentava convencer a mim mesmo que tudo passaria, que ela ficaria bem, mas a verdade é que cada vez que eu olhava para Natalie Cooper eu via tudo que minha mãe passou. Era assustador. Me causava pesadelos muito realistas. Me fazia reviver coisas que eu tinha enterrado no fundo da mente, ao mesmo tempo em que eu me sentia preso a ela, de uma forma que eu não queria ficar preso a ninguém.

Era tudo muito confuso...

Por isso, não foi uma surpresa que Deborah quisesse levar a filha embora, eu sabia que isso era o certo. Acho que no fundo eu esperava que a correnteza agisse por mim e levasse Natalie pra longe, mudasse o rumo das coisas...

Mas a proposta que eu recebi era algo que eu nunca, nunca mesmo, teria imaginado. E as coisas ficaram realmente confusas na minha cabeça, achei que algumas doses de qualquer merda ajudariam a clarear a mente, contudo eu sequer consegui beber, deixei a merda da cerveja criando moscas na garrafa.

— Só veja quanto deu. — Respondi, não esperando que ela voltasse a minha mesa e pagando minhas cervejas direto no caixa

Quando coloquei os pés para fora do bar, percebi que era bem mais tarde do que eu supunha. Eu fiquei ali todo aquele tempo, tentando descobrir que rumo dar para a minha vida, mas na verdade eu não cheguei a conclusão alguma. Ou melhor, eu sabia sim o que devia ser feito, eu só estava com problemas para aceitar aquilo.

Respirei o ar da noite e agradeci mentalmente não ter vindo de caminhonete, afinal, desse modo, eu teria mais um tempo para pensar enquanto caminhava até em casa.

LIFELINE¹ - BEFORE THE END | Daryl Dixon ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora