Capítulo 2

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– Ei cara. Você esta me assustando. O que aconteceu?

Em todo este pequeno momento, não deixava de me mexer. Continuava colocando minhas pulseiras, mas sempre voltava a olhar para seus olhos. Logo peguei uma faixa para amarrar o cabelo e voltei outra vez a olhar seus olhos. Sempre esses malditos olhos charmosos. Mas quando vi que ele abaixou sua cabeça, posso dizer que foi como uma sensação no estomago, o que avisava a tempestade que estava por vir.

– Claudia é minha namorada!

Foi como uma cena de filme, com efeito sonoro, como de eco... Claudia... Claudia... Clau... dia... E a vista fica borrada e logo não sente nada, não vê nada e nem ouve nada. É como um silencio e tudo ficasse em câmera lenta, e ao mesmo tempo você sabe que tem de responder algo, pois é claro que seus olhos estão quase te transpassando, esperando uma reação. Bom, assim, dramático como se lê, assim senti. O que não se tem dúvida é que sou uma mestra no meio da atuação, assim com todo o meu talento e capacidade impressionante que tenho de esconder meus sentimentos, fiz o mais obvio...

– Sério? Poxa, que bom cara. Bom... Felicidades.

Que burra, mas será melhor do que começar a chorar. Claro que vontade não faltava, ou então tivesse cortado o espaço que havia entre nós e tivesse dado o melhor beijo de toda sua vida. E não é para me achar, mas algo que o Poncho jamais resiste, são os meus beijos.

– Annie. Não brinca. Você não sabe como estou aliviado de ver que você levou isso bem. Pensei que iria ter uma reação diferente.

What? Agora ele está aliviado porque eu não fiz um escândalo? Essa resposta que ele me deu só merecia o que fiz; Sair correndo dali!

Estaria mentindo se dissesse que não sabia nada de Claudia, mas é claro que eu sabia que ela e Poncho se conheciam, claro que notava as ligações que faziam, ou as saídas freqüentes com ela. Mas jamais acreditei que ele estava levando a serio. Afinal de contas, não é a primeira amiguinha que Poncho conseguia. Então não tinha porque me preocupar e muito menos reclamar, porque eu era a única culpada de que Poncho e eu não fossemos namorados. Assim como ele agüentava as minhas saídas com meus "amigos", eu também tinha que suportar os seus. Era como um pacto secreto que tínhamos. Já era o ritmo em que estávamos acostumados. Alias, sempre terminávamos juntos, e agora já posso dizer que era por amo. Não tenho a menor duvida. Mas tenho que admitir que muitas vezes o que nos encontrar, era a necessidade combinada com atração que sempre sentimos um pelo outro.

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