CLARKE
- Galera! – as chamei com entusiasmo – Olhem isso! – exclamei em puro êxtase e quando tive suas respectivas atenções as mostrei minhas novas tatuagens, dispostas sobre meu pulso – Tcharam!
Elas me encaravam como se eu houvesse saído de marte, ou algo do gênero. As tatuagens consistiam em pequenas estrelas, pois sempre fui fã do espaço, e essa era a única coisa que Olivia sabia desenhar com esse tema, e sendo completamente honesta, estavam até dignas.
- O que? – indaguei quando elas não falaram nada, nem pra elogiar, nem para xingar. – Vocês acham que eu deveria ter escolhido o sol e a lua, bem estilo Camren? – divaguei e franzi levemente o cenho, eu havia cogitado, mas Olivia não fez um esboço muito bom dessa proposta.
- Sabe que isso ficará verde e você provavelmente contraiu todos os tipos de hepatites, certo? – Lexa expressou suas preocupações, enquanto checava o estado do meu novo adorno, possivelmente procurando a presença de pus.
Sorri por essa ser sua preocupação. – Eu roubei uma agulha estéril da enfermaria e luvas – respondi e fiz uma mínima careta ao pensar que ficaria verde, de qualquer forma, era tarde demais para me lamentar. – Mas o que vocês acharam do desenho? – quis saber, ainda animada por minha "rebeldia".
- São estrelas – Emori observou
- Muitas delas – Octavia salientou
- Exatamente doze – Lexa pontuou e eu desisti daquilo, bufando com falsa irritação.
- Vocês não são rebeldes feito eu – retorci o nariz e cruzei os braços.
O trio se entreolhou, como se aquilo houvesse acabado de se tornar uma aposta.
- Claro que somos – a líder argumentou, ultrajada.
- Uma vez eu cruzei o estado para ir num globo da morte – Octavia estufou o peito ao anunciar.
Apenas o fato de eu não saber o que diabos era um globo da morte me fez ter certeza que aquilo era bem mais hardcore que minhas simplórias tatuagens.
Emori a olhou como se isso não fosse nada e riu com certo desdém – Eu coloquei fogo na minha casa e fiquei assistindo.
- Eu já fui internada numa clínica psiquiátrica – Lexa anunciou e todas sabíamos que ela havia ganhado aquela disputa.
Ela riu da nossa cara de descrença, como se aquela informação fosse completamente irrelevante e encolheu os ombros.
- Eu disse que éramos rebeldes.
Ou minimamente perturbadas, refleti quietamente.
As lancei um sorriso nervoso, me dando por vencida.
**
- Terra para Lexa – brinquei, empurrando-a levemente pelos ombros.
Naquela tarde teríamos que tirar todas as folhas que se acumulavam nos pátios e aparar a grama, não era a melhor coisa do mundo, ainda mais considerando o tempo, mas pelo menos não teríamos que aturar Cage.
A garota esguia tirou os olhos do chão e os pousou sobre mim, me lançando um sorriso fraco.
Franzi o sobrolho, estranhando aquela recente versão da líder implacável de outrora.
- A penny for your thoughts – continuei em tom jocoso.
Novamente não obtive nenhuma reação. A frieza e falta de tato eu já havia me habituado, mas a completa negação da minha presença era algo novo.
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Behind Bars
Художественная прозаE se The 100 se passasse num reformatório? Como todas as relações se desenrolariam? Lexa veio parar no reformatório após ser acusada de algo que não fizera, sua inocência é irrelevante aqui, pois sobreviver exige sua atenção integral. Entre muitos...