Melissa narrando
Passamos a tarde toda nos arrumando. Quando a noite chegou estávamos praticamente prontas. Ficamos conversando até ouvirmos uma música de funk ser tocada bem alta e o barulho de motos e de pessoas subindo ficar intenso. Era o sinal de que o baile já estava no fluxo. Era á hora de subirmos.
— O que está achando gata?
— Nossa, até que pra uma festa em favela tem bastante gente e ta animado. — Falei observando o movimento.
— É sempre assim gata, agora vamos logo que na sorte pegamos um gato no primeiro tempo! —Emylle como sempre, nos arrasta para o meio da multidão.
— Vocês não prestam!
— Nós que não prestamos ! — Anninha levanta um copo com alguma bebida e me entrega outro, enquanto isso Emylle olha para todos os lados de forma sutil.
Por um breve momento tenho a impressão que alguém me observa. Olho para cima e vejo o que seria a área VIP, ela tá cheia de homens, não dá para ver daqui os seus rostos, mas dá para ver que tem uns armados.
— Cuidado Melissa! Não os encare, são os donos dos morros, eles não gostam disso. — Me avisa Anninha e por um momento eu sinto um calafrio percorrer o meu corpo.
— Tudo bem. Mas será que não podíamos dá uma olhadinha?— faço uma cara de safada e beicinho, mas elas negão com a cabeça.
A festa é animada. O funk é tocado alto e alternado entre proibições e músicas mais amenas. As mulheres dançam descendo até o chão e sarrando em homens que ficam próximos á elas. Eles ficam loucos quando elas dançam de forma provocativa e erótica, em alguns momentos eu posso jurar que nos lugares mais escuro rola até um sexo ao ar livre, mas eu não pergunto nada as meninas. É tudo novo pra mim, embora eu sabia que nos bailes pode rolar tudo, a realidade é sempre um impacto.
Andamos entre aquele mar de pessoas, que gritam, bebem, beijam e pedem músicas aos funqueiros e aos poucos — com a ajuda de bebidas alcoólicas — Eu vou me enturmando.
Minhas primas dançam descendo até o chão. Elas rebolam, quicam e descem até o chão provocando e chamando a atenção. Aos poucos eu vou me achegando e logo eu já estou descendo até o chão e fazendo quadradinho. A bebida já chegou a minha cabeça e lá está fazendo festa.
Alguns caras se aproximam de nós e dançam próximo. Sinto mãos em minha cintura e uma respiração quente em meu pescoço me desperta. Estou indo longe de mais. Afasto o cara e olho á minha volta : As minhas primas sumiram.
Largo o copo de bebida em qualquer canto e ando até a saída. Paro no final da quadra e as procuro com o olhar. Nada. Elas não estão no meu alcance.
Naquele momento á festa para de ter alguma graça. A minha cabeça da sinais de que vai ter uma puta de uma enxaqueca e depois de procura-las por mais alguns segundo eu desisto e decido ir para casa.
— Tá cega? — Perguntou um homem armado ao qual eu esbarrei.
Fiquei com medo de responder. Além de está acompanhado por mais 5 homens, todos estavam armados.
— Te fiz uma pergunta garota. Qual foi? O gato comeu sua língua?— insiste.
— Eu... é... Desculpa.
Os caras começam a rir de minha atitude e eu fico perdida. Talvez tenha sido melhor se eu tivesse o xingado. Ou não.
— Melissa!
Me viro rapidamente e um alívio percorre o meu corpo ao me deparar com a Anninha e a Emylle vindo em minha direção.
— O que você fez? — Anninha me pergunta alternando o olhar entre mim e o cara na qual eu esbarrei.
— Nada! — Falo e dou de ombros. Mas uma risada baixa parte do grupo de homens ao meu lado.
— Nada de mais. So quase derrubou o chefe! — Se meteu na conversa um baixinho gordo que pelo visto adora uma treta.
— Eu já pedi desculpas!
— Isso não vai acontecer de novo BH. — Falou Emylle enquanto me puxava discretamente para perto delas duas.
Antes que eu pudesse falar algo, algumas mulheres passaram esbarrando em nós e se agarraram aos homens armados. Uma mulher de vestido curto se aproximou do "chefe" que também foi chamado de "BH" e tentou beija-lo a face, porém ele virou o rosto, mas esse ato não a impediu de passar um braço em volta dele e ficar ali feito uma " segurança " — Como se ele precisar-se.
— Espero mesmo. Hoje ela me pegou em um dia sossegado. Mas não espere esse bônus da próxima.
Eles passam por nós como uma tropa e seguem baile á dentro enquanto o pessoal vai dando passagem para eles.
— Ele é o tal BH, o chefão, dono da porra toda que vocês falaram pra mim ficar longe?
— É ele sim. — Confirmou Anninha.
— E qual parte do " fique longe " você não entendeu? — Falou Emylle enquanto fazia aspas com os dedos.
— Eu não o vi! Foi sem querer!
— Você podia ter levado um tiro!
— Ou pior né Anninha!
Depois de muito tentar argumentar com elas, nós voltamos para a quadra e nos encontramos com algumas amigas das meninas. Ficamos um tempo ainda bebendo e conversando, até que as minhas pernas reclamaram e a minha cabeça — Com toda certeza irá explodir no dia seguinte — parecia que ia se desprender do corpo de tão pesada que eu a estava sentindo.
Me afastei um pouco das meninas e me sentei em um banco no barzinho sem as perde de vista. Observo as meninas rindo e dançando junto da multidão, mas quando eu olho para cima eu me deparo com um par de olhos negros me encarando. Aquele moreno, o mesmo cara que eu esbarrei, o dono da porra toda me encarava da área VIP enquanto em sua mão um líquido rodava dentro de um copo de vidro antes de ser bebido.
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Rio 30 ( EM REVISÃO!)
Acak⚠Livro adulto!⚠🔞 Bruno Henrique é um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro. Ele Comanda o complexo do Alemão, lá a lei é dita pelo crime , e quem não á cumpre acaba no tribunal e a sentença não é das melhores. Bruno só não contava que...