CAPITULUM PRINCIPIUM

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PARTE 2

D

entro de nossas mentes é onde eles habitam. Por isso, sempre, eu disse sempre, mantenha de quatro a seis passos da escuridão.

...

Miraculosamente o céu estava claro nesta manhã. O sol ainda estava na parte baixa do horizonte e o cântico das aves sonorizava um lúgubre angustiante e aterrorizador. O ar no pequeno vilarejo Aurora estava úmido com o estresse dos preparativos para a festança semanal. Era incomum que o sol estivesse levantado tão cedo, porém neste princípio de manhã, havia. No auge do frio, a terra, às vezes, formava gigantescas rachaduras, e diversas arvores, de imensa espessura, chegava a partir-se ao meio por isso.

A luz que invadia as frestas das árvores mais altas não cumpria seu papel de iluminar com eficiência o topo dos pequenos e precários casebres; nem os casaréus espalhados na parte mais situada e próxima aos domínios do Rei, e tampouco o próprio palacete real, lugar este onde o Rei Augustos Henrique, ordenou, em época de seu reinado, que erguesse-o para atender os pesares de sua jovem esposa, a rainha, Isobel D'sadner Montiniier.

De um lado das ramificações Constanticas estava a suntuosa praça Miraculum de virgines – Milagre da virgem. Nome concebido pela santa Catedral Lundresvt após a paróquia ter conhecimento da história da jovem que fora jogada no poço pelo pai, por não ser filha legitima. A moça sobreviveu após quatro dias, e depois se entregou a igreja, afirmando ter sido tocada pela áurea de Nossa Senhora, mãe do Salvador. Milagres, durante e após a sua vida na terra, levaram a igreja a declara-la Santa. –, praça essa a qual se localizava na "zona" com maior elevação territorial geológica. Seu domínio assumia a área luxuosa da cidade, e se expandia até as ruínas do Vale dos Desesperados; lugar este proibido a quem quer que fosse.

No centro de tudo estava o comércio local e a Praça do Mercado, onde se ramificava uma grande concentração de mercadores, tanto de terras longínquas quanto as próprias províncias de vossa majestade, o Rei Nobre, Gustave Henrique II, senhor, governante e dono, de tudo e todos, inclusive você.

Sua alta aquisição no comercio se dava por mercadores internos, tapeçaria, lãs, leite e carne eram seus maiores tributos. O Reino de Constância era rico em artesanato e produção, porém pobre em aspectos de interesses culturais. No ano 399, o armazenamento de pão e carne de carneiro, eram de extrema importância devido o frio que se instaurou naquelas terras e recusou-se a sair. Em 534, os habitantes do vilarejo, eram obrigados devido a temperatura extremamente baixa, a usar roupas em camadas, tantas quanto fossem necessárias. Em 645, a carne salgada chegava a durar meses nos estoques, pois o frio não dava margem para fogos e afins. Em 864, ano atual, o tempo começou a mudar, o rio havia degelado, os mercadores puderam regredir com suas diversidades em mercadorias e manufaturá-las nas terras Constanticas. Pimenta, painço, nozes, passas, dentre muitos outros eram comercializados nas terras de vossa majestade.

Do centro de tudo, de modo a olhar para o norte, tinha-se uma visão das torres da catedral Lundresvt, uma bela visão por sinal. Os gongos ecoavam hora ou outra, marcando o avanço do tempo. Os horológios – relógios, em português antigo –, era o avanço das maquinas. Por assim dizer relógios "mecânicos", os famosos relógios de torre movidos a água.

Entretanto, nesta manhã, o badalar do relógio bateu com mais frequência do que o habitual. Enquanto os residentes do vilarejo começavam seu dia com trabalho e disposição, com as ruas numa abundância de passantes, dentro das ramificações da catedral, uma mulher era amordaçada e presa as estruturas de ferro de uma cama. Seu corpo se debatia à medida que suas habilidades linguísticas enaltecia o interesse paroquial. Latim e aramaico era uma de suas habilidades adquiridas de um segundo para outro.

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