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Depois dessa viagem que ela teve em sua mente, enquanto esperava a assassina em um dos castelos de verão de seu avô, sentada em seu trono. Lá estava ela a grande assassina em carne e osso... bom... mais osso do que carne.

- Vossa alteza, perdoai-nos pela demora, mas a moribunda não colaborou.- disse um dos guardas fazendo reverência e o outro a segurando, copiou o ato.

Amberle se sentia desconfortável com a formalidade, mas os guardas faziam de qualquer jeito.

Já Eretria, estava achando tudo isso muito estranho. Ela havia sido vendada, mas sabia exatamente aonde estava. Aquele era o castelo de verão, em frente ao rio Avery, onde o rei passava (raramente) os seus verões.

Além de terem feito a tolice de vendar-lá, o guarda também deu várias voltas pelo castelo achando que ela iria se perder, mas teve o efeito contrário, ela agora sabia de cor os corredores desse castelo e não seria difícil escapar. Até que elas chegaram em uma sala e pararam, Eretria ficou em choque no momento  em que ela ouviu a formalidade em que o guarda falará com uma pessoa estranha que já estava na sala.
Era um príncipe....?

- Obrigada guarda, tire o saco de sua cabeça.

Essa voz era familiar para Eretria, não era possível!

Logo que o guarda retirou a sua venda, ela sentiu a claridade queimar um pouco seus olhos, mas a curiosidade não a deixava fechar-los.
Então ela a viu.... Amberle a princesa de Adarlan. Eretria se sentiu envergonhada pelo estado que estava, suja, cheia de carvão, ela não conseguia lembrar a última vez que tomara banho.

Amberle por outro lado estava com uma mistura de medo, interesse e... surpresa?

Sim surpresa para as duas, elas já aviam se encontrado antes...

2 anos atrás:

Eretria estava sozinha na floresta a noite, tinha acabado de eliminar seus 5 últimos trabalhos, Iria esperar amanhecer para ir para "casa".
Como chamar aquilo de casa? Seria mais trabalho do que casa.
A história de Eretria era bem triste, cheia de mortes e decepções, mas ela preferia guardar tudo para ela, ninguém precisava sentir o que ela sentia.
Mas mesmo assim, a sua casa era o local em que os assassinos se reunião, seu pai adotivo, rei dos assassinos, há ensinara tudo que ela sabia, era o mais próximo de pai que ela tinha.

Eretria poderia facilmente voltar para "casa" de noite, mas queria ficar um pouco longe de tudo aquilo, pensava até em tirar férias.

Ela riu do próprio pensamento, enquanto arrumava as suas coisas do lado da fogueira, iria partir logo que o sol nascer.
Mas alguma coisa a tirou a atenção, ela ouvira passos não muito longe de onde estava, rapidamente pegou sua faca e viu um vulto passar correndo, tacou com toda a habilidade sua faca no vulto.

Eretria chegou mais perto segurando uma tocha improvisada, para iluminar o rosto do vulto.

Ela tomou um pequeno susto quando viu uma elfa ofegante, encostada na árvore, com sua orelha sangrando com um leve corte onde a sua faca havia parado.
Eretria olhou com atenção para a elfa assustada em sua frente, ela era linda...

- O que uma elfa faz no meio da floresta a essa hora da noite? - disse Eretria ficando cara a cara com a elfa.

Amberle estava com medo, mas resolveu tentar ajeitar sua postura, nunca havia visto uma humana de tão perto, só os que o seu avô capturara.

- Eu não tenho medo da floresta e muito menos da noite.- ela disse encarando a assassina.

- Você não tem que ter medo da floresta e sim do que está dentro dela.- Eretria chegou tão perto de Amberle que quando falou isso, os pelos dos braços da elfa arrepiaram.
Ela pegou a faca e retirou da orelha dela rapidamente, afastando uma da outra.
A assassina deu as costas e foi até a fogueira, Amberle a segui cuidadosamente.

- Eu não quero problemas, só perdi o meu cavalo, ele se assustou com um coiote e fugiu.

- Você não respondeu a minha pergunta!- a assassina disse pegando dois cálices e colocando um líquido que aparentara ser vinho.

- Eu não sabia que era obrigada a responder!- Disse Amberle olhando a humana de cima a baixo.

Eretria por sua vez notara o interesse nos olhos da elfa.
Ela estendeu o seu braço e lhe ofereceu uma das taças.
Amberle olhou nos olhos da humana por alguns segundos e pegou a taça encostando seus dedos no da humana. Eretria sentiu um arrepio na sua espinha que nunca havia sentido antes, mas o ignorou.

- Posso saber o seu nome pelo menos?

Amberle da um sorriso como resposta e começa a tomar o líquido em sua taça, quando sente um cheiro de jasmim.
Rapidamente ela goste todo o líquido de sua boca, aquela humana tentara envenena-lá.

- MAIS O QUE?- Amberle grita e joga todo o líquido do seu copo na humana petulante.

Eretria não esperava que aquela elfa sentiria o cheiro da Jasmin, a maioria não sente, o ato a pegou de surpresa, entrando todo o líquido que a elfa jogará em seus olhos, fazendo Eretria incapaz de ficar em pé.
- Sua humana petulante!!! - Amberle em choque viu o cavalo da humana encostada.

Pegou o seu bracelete e jogou em cima de Eretria, que agoniava de dor.

- Tenho certeza que vale mais do que esse seu cavalo.- correu até o cavalo o montou seguindo o horizonte aonde Eretria a perdeu.

Ela ainda estava em choque, quem era aquela elfa? como ela sabia do Jasmin em sua bebida? Qual era seu nome?

Esfregou seus olhos novamente, olhou o bracelete e colocou ele no braço.

Hoje:

A surpresa das duas fez os guardas se perguntarem porque da demora de alguém falar algo.

Amberle analisou a assassina com um olhar inacreditável e o mesmo para a Eretria.

O guarda que a segurava a jogou no chão e falou bem autoritário

- faça a reverência para a sua princesa, vagaba!

- Eu sou vagaba? Ou a princesa?- Eretria disse vendo a cara do guarda ficar roxa.

- V-você cl-aro.- ele virou para a princesa que franzia a testa.- desculpe vossa majestade eu não me referia a você... A Senhora, perdão.

Amberle achava fascinante o jeito em que a humana poderia manipular as situações.

- Está tudo bem.- ela respirou fundo e foi ao assunto- vamos falar o porque de eu estar aqui!

Trono de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora