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- Espera.- Amberle disse puxando a Eretreia levemente para que não fosse vista por um dos guardas da parte de trás do castelo, o que fez seus corpos acidentalmente se chocarem. Sem se mover para não serem vistas, as costas da humana estava colada à frente da princesa, com sua respiração batendo na nuca descoberta pelo cabelo preso da assassina, fazendo o pequeno momento de espera, durar um milhão de anos.

Todos os pelos do corpo de Eretreia estavam arrepiados, a sensação que ela sentia cada vez que a princesa respirava e seu peito se apertava mais as suas costas, mas o que mais a deixava sem jeito, era suas mãos, que ainda estavam entrelaçadas, mesmo depois de atravessarem metade do castelo na surdina.

Um leve apito foi ouvido ao longe, e o guarda prontamente se direcionou até o interior do castelo.

- Essa é a nossa chance- Amberle sussurrou no ouvido da moça a sua frente, sem dar nenhum tempo para reação, já puxando-a e saindo do pequeno esconderijo.

A caminhada não foi longa, mas só se sessou quando uma estufa gigantesca de vidro coberta por plantas e samambaia bloqueando a vista dela internamente. Em um momento rápido Amberle retirou uma pequena faca de sua perna e cortou uma das cordas e pedaços se plantas que impediam de abrir a pequena porta lateral que havia nas estufa, já que a principal além de gigantesca, foi trancada a muitos anos pelo seu avô.

Adentrando o local Eretreia ficou abismada o quão bonito aquele local era, que mesmo visivelmente abandonado foi se alto tratando e criando seu próprio meio ambiente, como se estivesse se auto cuidado.

- Esse lugar...- essas palavras foram seguidas de um longo suspiro- é maravilhoso.

- Ele é. Faz tantos anos que não venho aqui, mas a sensação ainda é a mesma de quando eu vinha com meu pai.- ela disse fechando os olhos levemente e respirando fundo aquele ar.

Esses movimentos fizeram a outra mulher do local se enche de dúvidas,
Enquanto ela caminhava lentamente envolta daquele local memorizando cada canto. Quando uma mesa de madeira antiga e rachada, com pequenas plantas nascendo da própria foi avistada no canto/fundo da estufa, junto com uma estante de livros antigos e empoeirados.

-Isso era dele?- Eretreia disse enquanto passava seu dedo levemente na poeira encima da mesa.

Em passos leves e confusos Amberle chegou mais perto da mesa a reconhecendo.

- Sim... mas não era para estar aqui.- ela disse a frase parando ao lado da assassina, que via suas expressões de confusão.- Meu avô mandou queimar tudo que era do meu pai, segundo ele doía de mais ver as coisas dele no castelo.

- É seu avô realmente parece como alguém sensível para se importar com isso.

Depois do comentário que tinha passado despercebido pela assassina mas que ainda ficará grudado na cabeça de Amberle,
Fez por um instante a princesa cogitou a possibilidade de seu avô, ter queimado as coisas de seu pai por outro motivo, mas qual seria?

- Ele foi tão estranho como a morte de meu pai, mas foi assim como a da minha mãe também, então acho que estava costumada com esse jeito estranho de luto dele.- ela disse sentando-se em uma das escadas, terminando a frase enquanto olhava para a assassina que já estava encostada em uma das paredes de vidro, sujas e com raizes à cobrindo.- E você?

- E eu o que?

- Tem a família normal? Ou é uma daquelas histórias trágicas, aonde o protagonista tem que matar para sobreviver?

Um leve sorriso veio no rosto da assassina, fazendo ela se locomover e sentar ao lado da princesa, que depois daquela correria toda, ainda cheirava magnificamente.

Trono de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora