10

268 26 2
                                    

Tudo estava em câmera lenta na cabeça de Amberle por alguns segundos e um sentimento diferente bateu em seu coração... medo.
O que fez seu corpo se mover no meio daquele aglomerado de pessoa até chegar a porta de Eretreia, aonde havia uma mancha de sangue enorme no chão.

- Princesa não creio que aqui seja um local agradável para Vossa alteza.A senhoria está bem?- um guarda apareceu em sua frente, e viu o estado sujo e aos prantos de Amberle.

- O que... hm- as palavras não faziam mais sentido na cabeça da elfa- Quem morreu?

-Não sei, quando cheguei o corpo já tinha sido retirado, mas ouvi falar que foi uma das mulheres, mas tenho certeza que se morreram foram porque atacaram um guarda...

Aquela frase iria continuar mas Amberle não estava mas lá para ouvir, ela só deu as costas para o guarda sentindo o sentimento de desespero triplicar, todos que passavam a olhava pelo seu estado, mas ela nem percebia. Uma sensação de dor veio, o que fez ela correr para seu quarto.
Estava quase nele quando sentiu duas mão a puxando para um dos cômodos perto do seu quarto.

O que seus olhos viam a deu um alívio imediato, fazendo seu corpo se mover sozinho em direção aos braços da pessoa que estava a sua frente sem ao menos pensar.

——
A quele dia mais cedo:

O dia de Eretreia tinha sido cansativo, depois do treino ela e o resto dos participantes foram liberados para o almoço.
Todos os participantes sentavam na mesma enorme mesa. Claro que mesmo que fossem todo competir contra todos, grupos de "amigos" foram formados e claro quem tinha o maior grupo era Ector que já tinha um 5 ou 6 homens ao seu redor, falando alto e elogiando pela rapidez do treino de hoje, e como ele foi o mais rápido a desarmar o guarda. Eretreia sabia admitir que ele era bom, mas elogios como ela aprenderá só deixava as pessoas convencidas e cada vez mais desleixadas.

- Acho que é por misericórdia!- disse a mulher ao seu lado enquanto colocava um pedaço de batata doce na boca, atraindo a atenção da assassina.- Você sabe, toda essa palhaçada de "Erctor você parecia um leopardo de tão rápido"-disse a seguinte frase com desdém em sua voz- acho que eles está é com medo porque na hora da batalha tenho certeza que ele não vai poupar ninguém.

Aquela última parte fez Eretreia voltar sua atenção para o grupo dele, e perceber que a teria de Michele fazia total sentido, pois quem estava ao seu lado não eram as pessoas necessariamente mais rápidas ou fortes do torneio.

- É você tem um ponto.- disse para a mulher ao seu lado.

- Eu não tenho um ponto, eu tenho o texto inteiro.- ela disse convencida.- Eu não os culpo, estão desesperados.

- Eu sim.- Eretreia disse, voltando a olhar a mulher.- O que uma pessoa faz no seu estado de desespero diz quem ela é de verdade, sem ética, valores ou cultura e só ela e a sua natureza.

Aquelas palavras fez a moça dar um pequeno sorriso e voltar a comer suas batatas doces, Eretreia mal sabia que aquilo só confirmará para Michelle que ela era a assassina, e ela achava engraçado o fato de que de todos, ela é a única com inteligência o suficiente para ver aquilo.

-Foi por isso que virou assassina? Resolveu só ser você de verdade?- ela perguntou a assassina com um pequeno mas perceptível tom de deboche.

- Não virei assassina, sempre esteve lá, só me mostraram. E aliás não acho que ser uma ladra seja algo para se gabar também.-

Aquelas palavras trouxeram a Michelle uma alegria que fez ela dar uma gargalhada o que fez um pequeno sorriso no rosto de Eretreia.

- Claro, não é algo que me gabaria, mas também não tenho vergonha.- ela disse tentando voltar ao tom normal- Só porque eu não gosto desse padrão de estudar, trabalhar, casar, ter filhos e morrer os outros me julgam, não sou uma mulher de rotina, e se quiser me chamar de mulher da vida, me chame, sou uma mulher da vida e a vida é minha, e adivinha, eu sou feliz com ela, por incrível que pareça. - disse tomando da taça um vinho barato. - Aliás tenho que perguntar! Quantas pessoas você mato?

Trono de VidroOnde histórias criam vida. Descubra agora