Ella e seus sabores

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   Como todo o poder e apreciação, ela sentia o sabor da vida, degustou com gula e paixão, filtrando o melhor de cada item.

   O café e sua força sendo como um energético, tirando toda sua sonolência e jogando-a numa lixeira, fazendo noites virarem dias e o sol nascer acompanhar.

  A cor preta dele era o contraste que se poderia fazer com o clarear de sua mente por tanto pensar.

   O chá era a favorita sensação, a de calmaria, que a fazia refletir sobre tantas maneiras que poderia continuar a prosseguir.

   O suco de laranja era uma de suas favoritas sensações, a de estar tão viva quanto a cor que gira no decorrer que ela balança o copo em sua mão.

   Em cada momento da vida dela, Ella tentava ligar tudo isso ao sentido literal do sentir, o de saborear nas suas próprias papilas gustativas cada fração de segundo, cada passo dado, cada sorriso visto, cada abraço sentido, cada lembrança passada.

   Esses eram os sabores primários, e ela tinha um estoque imenso de sentidos sabores, mistos de doce, azedo, picante, refrescante, sufocante, tais quais ela não poderia se limitar, cada um a fez ser Ella, cada um a fez sentir o que é sair do conforto do só permanecer em um sabor, com cada sabor ela degustou como se fosse a última vez da sua vida, um beijo, uma despedida, um abraço, uma briga.

   Eera como se fossem todas as vezes novas e repetidas sensações, das quais a fizera ver o lado bom e o ruim de cada situação, e sentir em sua língua a amargura de perder, mas também o bom doce de ganhar, a lição que a mais conquistou foi finalmente aprender que cada coisa a ensinou a ser algo que vai além de se propagar.

    Ela sentiu todos os gostos em todos os momentos...

   Mas quem diria...

Ella se apegou em cada um, e não os largaria nem por uma fração de tempo.

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