Ella e suas manias

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   Ouvir músicas altas, roer unhas, balançar as pernas, revirar os olhos, fazer caretas, sons e movimentos bruscos apenas para se distrair, Ella era assim, comum como muitos nisso, até ela se abrir e poder mostrar-se, deixar seu corpo e manias falar por si só.

   Ela gostava desse misto de ser, de mostrar a olho nu o que consegue transparecer, sentimentos, dúvidas, confusões.

   Seus amores eram manias todas as madrugadas, cada um diferente passando tanta coisa separada, mas ao mesmo tempo junto, como afeição e carinho, mas acima de tudo respeito e amor com ou sem razão.

   Quem ousaria dizer que o amor não é verdadeiro?

   Quem ousaria alertar que o amor não é suficiente?

   Amor não é apenas carnal, vai além de tudo que podemos explicar e sentir.

   O amor poderia ser puro, poderia ser confuso, poderia ser cruel, mas para cada um deles, Ella tiraria seu chapéu. Todos, sem exceção alguma, a ensinaram a ser suficiente, ser compreensiva, e agora sua favorita mania é colecionar amores, seja real, ou também não seja, não há importância.

   O importante era sentir.

   Temos capacidade enorme de amar e propagar isso, de amar lugares, cidades, pessoas, personagens, centro do mundo, e até o luar. Somos mães, filhos, pais, avós do amor, nascemos de peito cheio que ultrapassa tanta dor, e poderia também superar tão forte um novo recomeço, por ter essa mania de amor, mania de sonhar, transformar a esperança em uma grandeza suficiente para nos alimentar.

   Suas manias a faziam tão humana, mas também tão surreal.

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