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Lucas Feuerschütte

Adentrei o quarto de Lucas após pedir que o guarda se retirasse dali com apenas um aceno, nos deixando a sós. Ele estava deitado, assistindo algo em sua televisão.

"Lucas. " O chamei, tentando tirar sua atenção de onde estava.

"Ah. É você." Pronunciou, poucas palavras, após calmamente e sem disposição desligar a televisão e virar sua cabeça para mim.

"Vim saber porque você não vai às refeições conosco ultimamente. " Expliquei, terminando, logo em seguida. "Já fazem dois dias. "

"Eu pensei que vivia me procurar antes, parece que até os selecionados vieram antes de você. "

Franzi minha testa.

"Eu sei. Eu estava relativamente ocupado com outros selecionados. "

"Então os boatos são reais? " Perguntou ironicamente, completando em seguida. "Por que é que perguntei mesmo, não é óbvio isso? Os boatos são sobre você. "

O silêncio tomou conta do quarto, ninguém falava nada. Eu sabia do que ele estava falando, todos sabiam, e até a atual altura, ele já sabia qual seria minha resposta diante de sua anterior pergunta, respondida até por ele mesmo.

"Acho que já sei qual é a resposta. Você está sendo como todos. " Ele disse, em tom de confissões. Uma lágrima sua rolou por seu rosto e caiu sobre seu short. "Sempre que conheço alguém que considero especial para mim, ela desparece alguma hora e como sempre, me deixa sozinho. "

"São cortes? " Perguntei, apavorado com uma mão sobre a boca e os olhos arregalados quando percebi. "Em seu braço. "

"É. " Ele respondeu, mostrando um sorriso em meio às lágrimas que escorriam em seu rosto. "Você me magoou e isto, de alguma forma, me ajuda a esquecer a dor que você me traz."

Eu estava sem reação, saí do quarto e bati a porta logo atrás de mim, parando encostado na parede ao meu lado.

"Viu só? " Ele gritou do lado de dentro. "Você só comprovou o que eu havia dito anteriormente. "

Foi quando desabei e escorreguei pela parece até me sentar no chão, chorando. Eu o amava, de alguma forma o amava, mas estava totalmente indeciso.

Eu queria voltar lá para dentro, pedir desculpas. Beijá-lo de todas as formas possíveis, mas algo me impedia, não me deixava voltar lá e o pedir em casamente, o que meu coração queria, mas meu corpo não.

Subi as escadas um tempo depois, quando me cansei de me remoer pelo corredor sobre tudo aquilo e cheguei ao meu quarto.

Abri a porta do quarto após dispensar o guarda que estavam na porta com um gesto já programado.

Poffo estava no escritório e se levantou apressado de sua mesa quando me viu entrar, apenas abanei a mão, como se aquilo não fosse necessário. Sua presença ou sua reverência.

"O senhor gostaria de um pouco de água? " Ele perguntou, quase que sem voz, em um tom extremamente confortável e baixo.

Me deitei na cama e agarrei o travesseiro, o deixando sem resposta da sua pergunta. As lágrimas que haviam parado antes, agora voltaram a escorrer incontrolavelmente.

"Posso segurar sua mão senhor? " Perguntou. Ele se sentou então, na ponta da cama, de frente para mim, com sua mão estendida a mim de forma calorosa. "Isso lhe trará segurança. Prometo. "

Pior, não podia ficar. Segurei sua mão, apertando-a, com muita força. Aquilo realmente me trouxe mais segurança, de uma forma estranha, como se ali, estivesse um amigo de longa data e não um mordomo que conhecera há menos de dois dias.

The Boy Who Changed EverythingOnde histórias criam vida. Descubra agora