"We are under attack"

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                Feuerschutte

Ouvi a porta do quarto ser encostada do banheiro, que era onde me localizava. Poffo não estava no quarto, então apenas pensei que fosse ele.

Lavei minhas mãos, cautelosamente e sem preocupação com demoras.

Abri a porta atrás de mim e me deparei com Lucas, ele olhava os quadros pendurados na parede, os admirava como se fosse algo tão magnifico. Eram de Gabriela Fadel, também princesa, mas de outra nação, Gallifrey, um país norte europeu da nova europa. Crescemos juntos, nossos pais praticamente nos obrigaram a interagir e nunca nos demos trabalho.

Eu gosto de fotografias e passeios ao ar livre, Fadel gosta de pinturas e quartos aconchegantes e confortáveis para si. Ela quem despertou uma certa vontade de desenhar também, embora eu tentasse, eu não conseguia tão bem quanto ela.

Um passo que dei pouco mais forte sobre o carpete foi o responsável pelo grunhido de um dos pisos abaixo dele, o que o fez notar minha presença.

Olioti

"Não sei se já foi orientado que é totalmente restrito a visita de selecionados no terceiro andar durante a seleção sem nenhum tipo de permissão do rei ou rainha seguido da minha. " De forma, notava-se que ele talvez não quisesse minha presença ali, não havia como contestar isso. Ele estava certo, totalmente. "Então eu posso, por favor, saber como conseguiu chegar aqui? "

Suas palavras soavam bastante irônicas em como falava.

Retirei um papel pouco amarelado que estava dobrado no bolso. Mais parecia um pergaminho e poderia achar que era um, se estivéssemos a alguns séculos atrás. Abri o papel em sua frente com as duas mãos e o levantei na altura dos meus ombros, mostrando-o o que estava escrito nele.

Lembro-me de algumas partes do papel. Era o papel timbrado da realeza. Ele dava breve saudações em seu início e em seu corpo dava permissão para que o selecionado Lucas Olioti de Souza, eu, pudesse vagar pelo 3º andar e entrar no quarto de Lucas pelo dia inteiro de hoje.

"Como você conseguiu isso? " Seus olhos demonstravam sua curiosidade.

"A assinatura de sua mãe é originalmente dela, foi escrita a poucos minutos atrás. Você consegue notar que ainda está um pouco úmida. " Respondi. "Já a sua, não foi difícil enganar os guardas de que era você quem havia assinado também. "

"Então... Para que teve este trabalho todo? Para que veio aqui? "

Segurei sua mão de forma levemente desengonçada e comecei a puxá-lo devagar e fraco até a sacada de seu quarto. Puxei a cadeira branca de ferro que tinha alguns desenhos em sua composição para que se sentasse e me sentei logo após na que ficava exatamente a sua frente, do outro lado da mesa.

Sua expressão facial parecia mostrar que ele não estava tão afim assim de me ouvir, não estava tão afim de conversar comigo, ou até apenas me ouvir.

"Então você conversou com a minha mãe. " Ele disse, ainda com voz de desprezo, da mesma forma que estava antes.

"E eu acho que devo desculpas. " Falei, dessa vez, o plano havia tomado totalmente o contrário, desta forma, era ela quem não estava nem um pouco afim agora, era ele que não sabia mais se nos queria juntos.

Me levantei. O orgulho, é horrível. Me apoiei com os ombros na grade branca da sacada e olhei para baixo, não olhá-lo, talvez me trouxesse mais segurança ou sei lá, talvez, menos orgulho.

"Eu não sei como dizer isso. " Comecei a falar, ainda sem jeito. "Eu não sei como dizer que te amo, ou que fui um tolo. "

"É estranho. " Ele falou, calmo dessa vez. "Como tudo mudou rápido. Era você quem não queria nada comigo. "

Senti algo acertar minha coxa, estava com uma certa dor. Pensei apenas ter a batido em algo, ser apenas uma câimbra, ou uma dor de algo anterior.

"Eu... " Tentei em um falhada tentativa falar algo, tentar concertar tudo. Desta vez, não consegui, não pelo orgulho, pela dor que tinha em minha perna.

Me virei tão rápido quanto quando um daqueles pequenos pássaros passam bem em cima da cabeça que só vemos um borrão de sua cor original passando.

Olhei para baixo, para minha perna, de onde a dor vinha. Não era uma simples dor. Eu fora baleado.

"Acho que é assim que eu provo que te amo. " Falei em um tom extremamente baixo, eu não conseguia fazer mais força que aquilo, não tinha como.

Sorri e caí em seus braços, o conforto era maior do que antes, talvez porque apenas pensei que nunca mais sentiria o calor daqueles braços. Que nunca mais sentiria o conforto de estar em seus braços. Desde aí, tudo ficou preto, eu não via mais nada.

Vi por um flash o rosto de Lucas em meio a escuridão, estávamos no quarto, no dia em que o desprezei no quarto.

"Preciso de um médico, urgente! " Ouvi Lucas gritar, com uma voz abafada em meio ao sonho que tinha de nós anteriormente. "Estamos sob ataque, levem todos à escotilha! "

A voz dele estava muito abafada, era como se eu ouvisse um telefone que estava na mão de outra pessoa, ainda assim eu o ouvia em meio aos meus sonhos, sonhos das quais eu não conseguia acordar.

Questionei-me porque ele estava me carregando, porque ele fizera isso, mas em meio aos meus prantos, tudo se apagou eu não via nada, já não ouvia mais os passos altos e abafados das botas dos guardas correndo pelo carpete ou da voz de Lucas gritando sufocado por ajudas que voltavam a mim, eu não sentia mais o calor dos braços de Lucas, não sentia seu conforto, eu só queria chorar, gritar e ficar quieto ao mesmo tempo, mas eu não conseguia, não conseguia fazer absolutamente nada.

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The Boy Who Changed EverythingOnde histórias criam vida. Descubra agora